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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu: Museu Nacional de Arte Antiga N.º de Inventário: 1632 Pint Título: Aparição de Cristo à Virgem Suporte: Madeira de carvalho Dimensões (cm): altura: 203; largura: 203; Descrição: Esta pintura representa a cena bíblica do aparecimento de Cristo a Nossa Senhora após a Ressureição. A composição divide-se em duas partes distintas: o interior e o exterior. No primeiro, com pavimento de mosaico, pilastras de mármore encimadas por capitéis e parede rasgada por janelas de vitrais, Cristo de pé envolto num manto vermelho orlado a ouro, surge à Virgem que, ajoelhada e de mãos postas, veste manto azul e toucado branco. No espaço exterior, tendo como pano-de-fundo uma paisagem pontuada por torreões e uma cidade amuralhada, estão representados alguns Apóstolos, Adão e Eva. A data de 1515 surge inscrita numa cartela segura por um anjo em "grisaille" na base da coluna intermédia que separa as duas cenas. Incorporação: Outro - Transferência: Convento da Madre de Deus (Lisboa).
Origem / Historial: Esta pintura forma, juntamente com a Assunção da Virgem, a Anunciação, a Ascensão de Cristo, a Adoração dos Reis Magos, a Adoração dos Pastores e o Pentecostes o conjunto retabular executado na oficina de Jorge Afonso para o Mosteiro da Madre de Deus em Lisboa. A data de realização da empreitada foi identificada por Luís Reis-Santos numa das tábuas que havia sido separada - Aparição de Cristo à Virgem - e posteriormente reutilizada para acrescento de outra composição. Esta prancha foi, precisamente, a que deu origem à famosa designação Mestre de 1515.
Não se conhece a constituição original do retábulo encomendado pela rainha D. Leonor, a fundadora do cenóbio, e aos sete painéis geralmente tidos como fazendo parte integrante do conjunto, Dagoberto Markl e Fernando António Baptista Pereira aquando da tentativa de reconsitutição da obra propuseram a inclusão de São Francisco entregando os estatutos da Ordem a Santa Clara. Porém, continua em aberto o número de quadros que constituiriam o retábulo primitivo, assim como a sua disposição e dimensões originais, dado que algumas tábuas foram repintadas no final do século XVI e mais tarde adaptadas às molduras barrocas do coro alto.
* Forma de Protecção: classificação;
Nível de classificação: interesse nacional;
Motivo: Necessidade de acautelamento de especiais medidas sobre o património cultural móvel de particular relevância para a Nação, designadamente os bens ou conjuntos de bens sobre os quais devam recair severas restrições de circulação no território nacional e internacional, nos termos da lei n.º 107/2001, de 8 Setembro e da respectiva legislação de desenvolvimento, devido ao facto da sua exemplaridade única, raridade, valor testemunhal de cultura ou civilização, relevância patrimonial e qualidade artística no contexto de uma época e estado de conservação que torne imprescindível a sua permanência em condições ambientais e de segurança específicas e adequadas;
Legislação aplicável: Lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro;
Acto Legislativo: Decreto; N.º 19/2006; 18/07/2006 *
Bibliografia | MARKL, Dagoberto; PEREIRA, Fernando António Baptista - "A pintura num período de transição", in História da Arte em Portugal, Vol.VI - O Renascimento. Lisboa: Alfa, 1986, pág. - | GUSMÃO, Adriano de - O Mestre da Madre de Deus. Lisboa: Artis, 1960, pág. - | RODRIGUES, Dalila - "A Pintura do Período Manuelino", in História da Arte Portuguesa (dir. Paulo Pereira), Vol. II. Lisboa: Círculo de Leitores, 1995, pág. - | COUTO, João - "A data num painel da Igreja da Madre de Deus", in Boletim do Museu Nacional de Arte Antiga, Vol. I, Nº 3. Lisboa: MNAA, 1940, pág. - | SANTOS, Reynaldo dos - "O Retábulo Joanino da Madre de Deus", in Boletim da Academia Nacional de Belas Artes, 2ª Série, Nº 16-17. Lisboa: 1961, pág. - | REIS-SANTOS, Luís - Jorge Afonso. Lisboa: Artis, 1966, pág. - | |
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