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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu:
Museu Nacional de Arte Antiga
N.º de Inventário:
95 Pint
Supercategoria:
Arte
Categoria:
Pintura
Título:
Descida da Cruz
Autor:
Francisco Henriques
Datação:
1508 d.C. - 1511 d.C.
Matéria:
Óleo
Suporte:
Madeira de carvalho
Técnica:
Pintura a óleo
Dimensões (cm):
altura: 167; largura: 88;
Descrição:
A composição é dominada pela grande cruz em tau da qual Cristo está a ser apeado. Em seu redor, colocam-se diversas figuras que acabam por preencher o quadro na sua quase totalidade, podendo-se porém vislumbrar um apontamento paisagístico no lado direito da pintura. Em primeiro plano, ajoelhadas, encontram-se a Virgem e Maria Madalena. São João, envolto em panejamentos vermelhos, José de Arimateia e Nicodemos (com a cabeça coberta por um chapéu de abas), vestidos com ricos brocados, situam-se num segundo plano. De todas as personagens que rodeiam Jesus, apenas as três Santas Mulheres (Maria Salomé, Maria Madalena e Maria Cleofas) não tocam no corpo - que funciona como elo de ligação do painel -, embora estabeleçam uma relação directa com ele desenhando entre si um triângulo.
Incorporação:
Outro - Transferência: Convento de São Francisco (Évora)
Origem / Historial:
O conjunto retabular da igreja de São Francisco de Évora integrava-se numa estrutura de maçanaria (talha) da autoria de Olivier de Gand, datável de 1508/9 e cujo debuxo foi visto e aprovado pelo próprio rei D. Manuel. A máquina retabular em talha foi avaliada a 29 de Maio de 1509 pelos carpinteiros Garcia Leal e José Leal, podendo-se, pois, afirmar que estava praticamente concluída e pronta a receber as pinturas. Através desta avaliação é possível saber-se o programa iconográfico da parte escultórica, constituído fundamentalmente pela fiada vertical colocada no centro da estrutura. Assim, e sequencialmente, ter-se-ía sobre o sacrário as representações da Estigmatização de São Francisco de Assis, Nossa Senhora e, por último, o Calvário. O retábulo era originalmente constituído por dezasseis painéis, de que chegaram até aos nossos dias quinze. Após a extinção das Ordens Religiosas em 1834, onze dos painéis recolheram ao convento de São Francisco da Cidade (Lisboa), tendo sido depois integrados na colecção de pintura do Museu Nacional de Arte Antiga. Os restantes quatro transitaram para a igreja de São Manços (Évora) e, no início do século XIX, entraram para o comércio de antiguidades. José Relvas adquirio-os em 1918 a um antiquário do norte do país, passando a partir de então a fazer parte do acervo da sua colecção de pintura na residência que possuía em Alpiarça, a Casa dos Patudos. Do ponto de vista do esquema iconográfico, o conjunto retabular estava organizado em quatro sequências de alinhamento que possibilitavam uma leitura cruzada, tanto vertical, quanto horizontal. Encimando o retábulo, estariam as quatro pinturas do ciclo da Paixão, estando colocado ao meio um Calvário em vulto com a imagem de São Francisco. Imediatamente a seguir, ladeando a escultura de Nossa Senhora da Porciúncula, situava- -se a fiada dedicada à Natividade de Jesus. Por baixo desta, situava-se o ciclo dos santos da Ordem dos Frades Menores (fiada a que falta um dos quadros e que teria como referência central uma imagem esculpida do fundador da Ordem) e, por fim, a predela constituída por pinturas alusivas a temas eucarísticos e com o sacrário ao centro. Porém, se a sequência das duas séries superiores (ciclo da Paixão e da Natividade) não coloca dúvidas ou problemas na medida em que a leitura do seu encadeamento é clara, o mesmo não se poderá afirmar sobre os outros dois núcleos (Ordem dos Frades Menores e série Eucarística), uma vez que as pinturas não se inter-relacionam de acordo com uma lógica narrativa. Na opinião de Fernando António Baptista Pereira e de José António Falcão (cf. Francisco Henriques. Um Pintor em Évora no Tempo de D. Manuel, p.105), a reconstituição levada a cabo por Reinaldo dos Santos da série dos santos franciscanos é perfeitamente plausível se atendermos à orientação da luz nos painéis. Contudo, e ainda segundo estes historiadores de arte, o quadro que falta deveria representar a Aprovação da Regra da Ordem pelo Papa Inocêncio III, e não as Três Santas Clarissas ou um dos milagres de Santo António, como se julgou. O altar foi apeado no terceiro quartel do século XVIII, seguramente antes de 1773, ano da sagração do novo retábulo de mármore. Foi Reynaldo dos Santos quem identificou e reconstituíu o conjunto pictórico, de acordo com um desenho realizado sob a sua orientação por Fernando Mardel, restaurador do Museu Nacional de Arte Antiga. As conclusões deste estudo, assim como os documentos que atribuem a Francisco Henriques a autoria do retábulo, foram publicados em 1938. Durante muitos anos aproximou-se este conjunto do retábulo da Sé de Viseu (cf. Carl Justi e Émile Bertaux), tendo-se atribuído a autoria do retábulo de São Francisco de Évora a Jorge Afonso, pintor régio (cf. José de Figueiredo), que se julgava ser o autor das pinturas de Viseu. Coube a Reynaldo dos Santos, com base na documentação relativa aos trabalhos de Francisco Henriques para a igreja eborense, atribuir a este pintor alguns dos painéis, incluindo os que se encontram presentemente na Casa dos Patudos em Alpiarça. Porém, continuam por explicar as afinidades entre os painéis do altar-mor da Sé de Viseu (datáveis de 1500 a 1506) e as pinturas do retábulo da capela-mor do mosteiro alentejano. Essa proximidade, que se para alguns é puramente iconográfica, para outros é indubitavelmente estilística, ainda constitui um problema com que a história e a crítica de arte se debatem. * Forma de Protecção: classificação; Nível de classificação: interesse nacional; Motivo: Necessidade de acautelamento de especiais medidas sobre o património cultural móvel de particular relevância para a Nação, designadamente os bens ou conjuntos de bens sobre os quais devam recair severas restrições de circulação no território nacional e internacional, nos termos da lei n.º 107/2001, de 8 Setembro e da respectiva legislação de desenvolvimento, devido ao facto da sua exemplaridade única, raridade, valor testemunhal de cultura ou civilização, relevância patrimonial e qualidade artística no contexto de uma época e estado de conservação que torne imprescindível a sua permanência em condições ambientais e de segurança específicas e adequadas; Legislação aplicável: Lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro; Acto Legislativo: Decreto; N.º 19/2006; 18/07/2006 *

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