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OBJECT DETAILS
Museum:
Museu Nacional de Arte Antiga
Inventory number:
21 Pint
Supercategory:
Arte
Category:
Pintura
Name:
Retábulo da Vida de São Tiago
Title:
O Corpo de São Tiago conduzido ao Paço da Rainha Loba
Author:
Desconhecido
Date / Period:
1520 A.D - 1530 A.D
Material:
Óleo
Holder:
Madeira
Technique:
Pintura a óleo
Measurments (cm):
height: 128; width: 84;
Description:
O corpo do Santo envolto numa túnica verde, capa vermelha e com o chapéu de peregrino, surge representado no centro da composição no momento em que é conduzido ao palácio num carro puxado por dois touros de que apenas se vê uma parte do corpo. Segundo a lenda, São Tiago depois de ter sido decapitado (e curiosamente, na pintura não há alusão ao martírio que o santo sofreu) foi levado por dois companheiros que o tentaram sepultar em Espanha, os quais tiveram que se confrontar com a Rainha Loba, perseguidora de cristãos, que só aceitaria dar sepultura ao santo se o seu corpo fosse transportado por dois touros ferozes. O milagre deu-se quando os touros se tornaram subitamente mansos, o que culminou na conversão da Rainha. Na pintura, as referências a episódios anteriores relativos à chegada do corpo de Santiago a Espanha são-nos dadas através da paisagem que se estende em segundo plano, nomeadamente com a representação de uma embarcação ancorada que remete para a travessia à deriva desde a Palestina até à Galiza. Também o palácio da rainha, situado num promontório rochoso, e a representação de dois touros no caminho que conduz à morada régia sublinham a narratividade da história.
Incorporation:
Transferência - Convento de Santiago, Palmela
Origin / History:
J. M. Cordeiro de Sousa divulgou em 1956 um auto de avaliação dos ''retavolos e cadeyras e grades deste convento de Palmela'', em que se menciona um ''Retauolllo g(ra)nde'' com o valor estimado em vinte sete mil reis. Tudo indicava estarmos perante uma menção às pinturas do Retábulo da Vida e da Ordem de Santiago, não fossem alguns dos dados referidos (a quantia em que o avaliaram e os oficiais que procederam à avaliação, ambos escultores e não pintores, como seria de esperar), suscitarem dúvidas relatiamente a esta identificação. Assim, e no seguimento das objecções colocadas por Flávio Gonçalves, Dagoberto Markl (cf. ''O Retábulo da Vida e da Ordem de Santiago''),colocou a hipótese deste documento se referir, não aos vários painéis que compunham o retábulo, mas sim à sua talha. Ainda este historiador encontrou na Torre do Tombo um ''Inventário dos quadros do Convento da Ordem Militar de Santiago da Espada (Palmela)'', incluído no Maço 248 (Ministério da Justiça), do ano de 1823. Este documento, anterior à lei de 1834 que extinguiu os conventos nacionais, inclui-se numa extensa inventariação das casas religiosas, trabalho esse que descreve os edifícios visitados e respectivo património. Referindo-se ao Convento de Palmela, dá conta de ''Quadros Antigos Alusivos a S. Thiago e ao Grão Mestre Doze... 12'', reportando-se, segundo tudo indica, ao retábulo de que esta pintura faz parte. O facto de se mencionarem doze tábuas, e não oito (correspondente ao número de quadros que subsitem), reforça a ideia de que estamos perante uma alusão a esta pintura retabular, na medida em que através de uma análise atenta da mesma se verifica uma falta de ligação temática incompreensível numa obra desta natureza. Das pinturas subsistentes, três reportam-se à vida de Santiago (''Jesus envia Santiago e São João em Missão Apostólica'', ''Pregação de Santiago'' e ''Conversão de Hermógenes''), dois à vida gloriosa de Santiago (''Condução do corpo de Santiago ao paço da rainha Loba'' e ''Santiago combatendo os Mouros'') e outros três à Ordem e ao Grão Mestre de Santiago (''Investidura de um Mestre da Ordem de Santiago'', ''Entrega da bandeira a um Mestre da Ordem de Santiago'' e ''Aparecimento da Virgem a um Mestre da Ordem de Santiago''). Ou seja, depois de três pinturas alusivas à vida de Santiago, surge uma quebra tenática e narrativa, pois o painel seguinte é o da condução do corpo do santo ao paço da rainha Loba. Está, assim, ausente um dos temas fundamentais deste ciclo: o martírio de Santiago, que seria precedido por uma tábua referente à trasladação do corpo de Santiago da Judeia para Espanha. A fechar este núcleo, estaria a conversão e baptismo da rainha Loba. Seguindo a sugestão de reconstituição de Dagoberto Markl que divide o ratábulo em três séries temáticas, estando colocado ao centro uma imagem em vulto de Santiago Peregrino, Fernando António Baptista Pereira (cf. ''Reconstrução conjectural do Retábulo da Vida e da Ordem de Santiago'') elaborou um esquema, de acordo com o qual haveria três fiadas compostas por quatro pinturas, prefazendo assim um total de doze quadros. A primeira fiada, dedicada à Vida e Martírio de Santiago, seria composta pelas pinturas ''Jesus envia Santiago e São João em Missão Apostólica'', ''Pregação de Santiago'', ''Conversão de Hermógenes'' e ''Decapitação de Santiago'' (esta última, desaparecida). Na segunda série, alusiva à Vida Gloriosa de Santiago, teríamos a ''Trasladação do corpo de Santiago da Judeia para a Hispânia'' (desaparecido), ''Condução do corpo de Santiago para o Palácio da Rainha Loba'', ''Conversão e Baptismo da Rainha Loba'' (desaparecido) e ''Santiago Combatendo os Mouros''. Por fim, na última fiada reporta-se à Ordem de Santiago, englobando ''Investidura de um Mestre'', ''Entrega da Bandeira'', ''provação dos Estatutos da Ordem de Santiago'' (desaparecido) e ''Aparecimento da Virgem''. No eixo central estaria o sacrário, a escultura do santo e o baldaquino. J. M. Cordeiro de Sousa divulgou em 1956 um auto de avaliação dos ''retavolos e cadeyras e grades deste convento de Palmela'', em que se menciona um ''Retauolllo g(ra)nde'' com o valor estimado em vinte sete mil reis. Tudo indicava estarmos perante uma menção às pinturas do Retábulo da Vida e da Ordem de Santiago, não fossem alguns dos dados referidos (a quantia em que o avaliaram e os oficiais que procederam à avaliação, ambos escultores e não pintores, como seria de esperar), suscitarem dúvidas relatiamente a esta identificação. Assim, e no seguimento das objecções colocadas por Flávio Gonçalves, Dagoberto Markl (cf. ''O Retábulo da Vida e da Ordem de Santiago''),colocou a hipótese deste documento se referir, não aos vários painéis que compunham o retábulo, mas sim à sua talha. Ainda este historiador encontrou na Torre do Tombo um ''Inventário dos quadros do Convento da Ordem Militar de Santiago da Espada (Palmela)'', incluído no Maço 248 (Ministério da Justiça), do ano de 1823. Este documento, anterior à lei de 1834 que extinguiu os conventos nacionais, inclui-se numa extensa inventariação das casas religiosas, trabalho esse que descreve os edifícios visitados e respectivo património. Referindo-se ao Convento de Palmela, dá conta de ''Quadros Antigos Alusivos a S. Thiago e ao Grão Mestre Doze... 12'', reportando-se, segundo tudo indica, ao retábulo de que esta pintura faz parte. O facto de se mencionarem doze tábuas, e não oito (correspondente ao número de quadros que subsitem), reforça a ideia de que estamos perante uma alusão a esta pintura retabular, na medida em que através de uma análise atenta da mesma se verifica uma falta de ligação temática incompreensível numa obra desta natureza. Das pinturas subsistentes, três reportam-se à vida de Santiago (''Jesus envia Santiago e São João em Missão Apostólica'', ''Pregação de Santiago'' e ''Conversão de Hermógenes''), dois à vida gloriosa de Santiago (''Condução do corpo de Santiago ao paço da rainha Loba'' e ''Santiago combatendo os Mouros'') e outros três à Ordem e ao Grão Mestre de Santiago (''Investidura de um Mestre da Ordem de Santiago'', ''Entrega da bandeira a um Mestre da Ordem de Santiago'' e ''Aparecimento da Virgem a um Mestre da Ordem de Santiago''). Ou seja, depois de três pinturas alusivas à vida de Santiago, surge uma quebra tenática e narrativa, pois o painel seguinte é o da condução do corpo do santo ao paço da rainha Loba. Está, assim, ausente um dos temas fundamentais deste ciclo: o martírio de Santiago, que seria precedido por uma tábua referente à trasladação do corpo de Santiago da Judeia para Espanha. A fechar este núcleo, estaria a conversão e baptismo da rainha Loba. Seguindo a sugestão de reconstituição de Dagoberto Markl que divide o ratábulo em três séries temáticas, estando colocado ao centro uma imagem em vulto de Santiago Peregrino, Fernando António Baptista Pereira (cf. ''Reconstrução conjectural do Retábulo da Vida e da Ordem de Santiago'') elaborou um esquema, de acordo com o qual haveria três fiadas compostas por quatro pinturas, prefazendo assim um total de doze quadros. A primeira fiada, dedicada à Vida e Martírio de Santiago, seria composta pelas pinturas ''Jesus envia Santiago e São João em Missão Apostólica'', ''Pregação de Santiago'', ''Conversão de Hermógenes'' e ''Decapitação de Santiago'' (esta última, desaparecida). Na segunda série, alusiva à Vida Gloriosa de Santiago, teríamos a ''Trasladação do corpo de Santiago da Judeia para a Hispânia'' (desaparecido), ''Condução do corpo de Santiago para o Palácio da Rainha Loba'', ''Conversão e Baptismo da Rainha Loba'' (desaparecido) e ''Santiago Combatendo os Mouros''. Por fim, na última fiada reporta-se à Ordem de Santiago, englobando ''Investidura de um Mestre'', ''Entrega da Bandeira'', ''provação dos Estatutos da Ordem de Santiago'' (desaparecido) e ''Aparecimento da Virgem''. No eixo central estaria o sacrário, a escultura do santo e o baldaquino. * Forma de Protecção: classificação; Nível de classificação: interesse nacional; Motivo: Necessidade de acautelamento de especiais medidas sobre o património cultural móvel de particular relevância para a Nação, designadamente os bens ou conjuntos de bens sobre os quais devam recair severas restrições de circulação no território nacional e internacional, nos termos da lei n.º 107/2001, de 8 Setembro e da respectiva legislação de desenvolvimento, devido ao facto da sua exemplaridade única, raridade, valor testemunhal de cultura ou civilização, relevância patrimonial e qualidade artística no contexto de uma época e estado de conservação que torne imprescindível a sua permanência em condições ambientais e de segurança específicas e adequadas; Legislação aplicável: Lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro; Acto Legislativo: Decreto; N.º 19/2006; 18/07/2006 *
 
     
     
   
     
     
     
 
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