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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu:
Museu Nacional de Arte Antiga
N.º de Inventário:
20 Pint
Supercategoria:
Arte
Categoria:
Pintura
Denominação:
Retábulo da Vida de São Tiago
Título:
Conversão de Hermógenes
Autor:
Desconhecido
Datação:
1520 d.C. - 1525 d.C.
Matéria:
Óleo
Suporte:
Madeira
Técnica:
Pintura a óleo
Dimensões (cm):
altura: 128; largura: 84;
Descrição:
A conversão do mago Hermógenes pelo apóstolo São Tiago Maior é um tema relativamente raro no panorama da iconografia portuguesa. O episódio vem descrito na Vita Sancti Jacobi e no Flos Sanctorum, as prováveis fontes de inspiração deste quadro. No centro da composição, em primeiro plano, estão os livros deitados às chamas por Hermógenes em sinal de abandono da sua antiga sabedoria. Pormenor curioso é o facto de, segundo as fontes escritas, os livros terem sido atirados às águas, e não imolados pelo fogo, havendo, pois, nesta pintura, uma representação próxima dos autos-de-fé. À direita, Santiago surge representado com os seus atributos (bastão, barrete com a vieira) observando os castapácios entreabertos que ardem a seus pés. Do lado oposto Hermógenes, cujo rosto é modelado de forma surpreendentemente realista, encontra-se ladeado por dois demónios. Em cima, sobre um fundo de nuvens negras que contrasta com o azul pálido do céu, recorta-se o «baile dos diabos uivantes» (mencionados no Flos Sanctorum) que fogem perante a vitória de Santiago. As afinidades deste quadro com a pintura nórdica em geral e com a obra do Mestre da Lourinhã em particular, são sobretudo visíveis na modelação dos elementos anatómicos das figuras, no tratamento dos panejamentos e no fundo paisagístico que se desenvolve de forma quase autónoma e que é composto por escultóricos rochedos, arquitecturas acasteladas e delicado arvoredo.
Incorporação:
Transferência - Convento de Santiago, Palmela
Origem / Historial:
J. M. Cordeiro de Sousa divulgou em 1956 um auto de avaliação dos ''retavolos e cadeyras e grades deste convento de Palmela'', em que se menciona um ''Retauolllo g(ra)nde'' com o valor estimado em vinte sete mil reis. Tudo indicava estarmos perante uma menção às pinturas do Retábulo da Vida e da Ordem de Santiago, não fossem alguns dos dados referidos (a quantia em que o avaliaram e os oficiais que procederam à avaliação, ambos escultores e não pintores, como seria de esperar), suscitarem dúvidas relatiamente a esta identificação. Assim, e no seguimento das objecções colocadas por Flávio Gonçalves, Dagoberto Markl (cf. ''O Retábulo da Vida e da Ordem de Santiago''),colocou a hipótese deste documento se referir, não aos vários painéis que compunham o retábulo, mas sim à sua talha. Ainda este historiador encontrou na Torre do Tombo um ''Inventário dos quadros do Convento da Ordem Militar de Santiago da Espada (Palmela)'', incluído no Maço 248 (Ministério da Justiça), do ano de 1823. Este documento, anterior à lei de 1834 que extinguiu os conventos nacionais, inclui-se numa extensa inventariação das casas religiosas, trabalho esse que descreve os edifícios visitados e respectivo património. Referindo-se ao Convento de Palmela, dá conta de ''Quadros Antigos Alusivos a S. Thiago e ao Grão Mestre Doze... 12'', reportando-se, segundo tudo indica, ao retábulo de que esta pintura faz parte. O facto de se mencionarem doze tábuas, e não oito (correspondente ao número de quadros que subsitem), reforça a ideia de que estamos perante uma alusão a esta pintura retabular, na medida em que através de uma análise atenta da mesma se verifica uma falta de ligação temática incompreensível numa obra desta natureza. Das pinturas subsistentes, três reportam-se à vida de Santiago (''Jesus envia Santiago e São João em Missão Apostólica'', ''Pregação de Santiago'' e ''Conversão de Hermógenes''), dois à vida gloriosa de Santiago (''Condução do corpo de Santiago ao paço da rainha Loba'' e ''Santiago combatendo os Mouros'') e outros três à Ordem e ao Grão Mestre de Santiago (''Investidura de um Mestre da Ordem de Santiago'', ''Entrega da bandeira a um Mestre da Ordem de Santiago'' e ''Aparecimento da Virgem a um Mestre da Ordem de Santiago''). Ou seja, depois de três pinturas alusivas à vida de Santiago, surge uma quebra tenática e narrativa, pois o painel seguinte é o da condução do corpo do santo ao paço da rainha Loba. Está, assim, ausente um dos temas fundamentais deste ciclo: o martírio de Santiago, que seria precedido por uma tábua referente à trasladação do corpo de Santiago da Judeia para Espanha. A fechar este núcleo, estaria a conversão e baptismo da rainha Loba. Seguindo a sugestão de reconstituição de Dagoberto Markl que divide o ratábulo em três séries temáticas, estando colocado ao centro uma imagem em vulto de Santiago Peregrino, Fernando António Baptista Pereira (cf. ''Reconstrução conjectural do Retábulo da Vida e da Ordem de Santiago'') elaborou um esquema, de acordo com o qual haveria três fiadas compostas por quatro pinturas, prefazendo assim um total de doze quadros. A primeira fiada, dedicada à Vida e Martírio de Santiago, seria composta pelas pinturas ''Jesus envia Santiago e São João em Missão Apostólica'', ''Pregação de Santiago'', ''Conversão de Hermógenes'' e ''Decapitação de Santiago'' (esta última, desaparecida). Na segunda série, alusiva à Vida Gloriosa de Santiago, teríamos a ''Trasladação do corpo de Santiago da Judeia para a Hispânia'' (desaparecido), ''Condução do corpo de Santiago para o Palácio da Rainha Loba'', ''Conversão e Baptismo da Rainha Loba'' (desaparecido) e ''Santiago Combatendo os Mouros''. Por fim, na última fiada reporta-se à Ordem de Santiago, englobando ''Investidura de um Mestre'', ''Entrega da Bandeira'', ''provação dos Estatutos da Ordem de Santiago'' (desaparecido) e ''Aparecimento da Virgem''. No eixo central estaria o sacrário, a escultura do santo e o baldaquino. * Forma de Protecção: classificação; Nível de classificação: interesse nacional; Motivo: Necessidade de acautelamento de especiais medidas sobre o património cultural móvel de particular relevância para a Nação, designadamente os bens ou conjuntos de bens sobre os quais devam recair severas restrições de circulação no território nacional e internacional, nos termos da lei n.º 107/2001, de 8 Setembro e da respectiva legislação de desenvolvimento, devido ao facto da sua exemplaridade única, raridade, valor testemunhal de cultura ou civilização, relevância patrimonial e qualidade artística no contexto de uma época e estado de conservação que torne imprescindível a sua permanência em condições ambientais e de segurança específicas e adequadas; Legislação aplicável: Lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro; Acto Legislativo: Decreto; N.º 19/2006; 18/07/2006 *

Título

Local

Data Início

Encerramento

N.º Catálogo

Santiago de Compostela-1000 Anos de Peregrinação Europeia

Abbaye Saint-Pierre, Gand/Europália 85

1985

Caminhos de Santiago

Porto, Museu Nacional de Soares dos Reis

1989

1990

O Castelo e a Ordem de Santiago na História de Palmela

Palmela

1990-07

Portuguese Art 800-1800

Londres, Royal Academy of Arts

1955-10-29

1956-02-19

Os Primitivos Portugueses (1450-1550)

Lisboa

1940-06

No Tempo das Feitorias. A Arte Portuguesa na Época dos Descobrimentos

Lisboa, Museu Nacional de Arte Antiga

1992-06

1992-12

Feitorias. L'art au Portugal au temps des Grandes Découvertes (fin XIVe siècle jusqu'à 1548) - Europália 91

Koninklijk Museum voor Schone Kunsten, Antwerpen

1991-09-29

1991-12-29

Mestres do Sardoal e de Abrantes

Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian

1971

 
     
     
   
     
     
     
 
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