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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu:
Museu Nacional de Arte Antiga
N.º de Inventário:
16 Pint
Supercategoria:
Arte
Categoria:
Pintura
Denominação:
Retábulo da Vida de São Tiago
Título:
Investidura de um Mestre da Ordem de Santiago
Autor:
Desconhecido
Datação:
1520 d.C. - 1525 d.C.
Matéria:
Óleo
Suporte:
Madeira
Técnica:
Pintura a óleo
Dimensões (cm):
altura: 129; largura: 83;
Descrição:
A investidura de um cavaleiro da Ordem de Santiago decorre no interior de um templo, mais concretamente no cruzeiro de uma igreja com pilastras decoradas com motivos "à romana", zona que dá acesso à capela-mor, onde o retábulo de Nossa Senhora da Piedade pode ser vislumbrado no centro da composição. A imagem da Virgem repete-se de novo, embora desta vez acompanhada pelo Menino, num nicho colocado sobre o arco triunfal. Por baixo, no vão, apoiados numa trave de madeira, figuram as imagens de vulto de Cristo crucificado e dos dois ladrões. A cena que decorre em primeiro plano tem uma assistência numerosa, destacando-se no lado direito do quadro o Papa e dois altos dignatários da Igreja e, na parte esquerda, um grupo de nobres, sendo o estandarte da Ordem transportado por um deles. O cavaleiro, ricamente paramentado e ajoelhado diante de um representante da Igreja, recebe o hábito e aguarda a entrega da cruz espatária. Tratar-se-á, provavelmente, e de acordo com o que foi proposto por Flávio Gonçalves, de D. Pedro Fernandes, primeiro Mestre de Santiago e Espada, cuja investidura pelo Papa Alexandre III teve lugar em Roma no ano de 1175.
Incorporação:
Transferência - Convento de Santiago, Palmela
Origem / Historial:
J. M. Cordeiro de Sousa divulgou em 1956 um auto de avaliação dos ''retavolos e cadeyras e grades deste convento de Palmela'', em que se menciona um ''Retauolllo g(ra)nde'' com o valor estimado em vinte sete mil reis. Tudo indicava estarmos perante uma menção às pinturas do Retábulo da Vida e da Ordem de Santiago, não fossem alguns dos dados referidos (a quantia em que o avaliaram e os oficiais que procederam à avaliação, ambos escultores e não pintores, como seria de esperar), suscitarem dúvidas relatiamente a esta identificação. Assim, e no seguimento das objecções colocadas por Flávio Gonçalves, Dagoberto Markl (cf. ''O Retábulo da Vida e da Ordem de Santiago''),colocou a hipótese deste documento se referir, não aos vários painéis que compunham o retábulo, mas sim à sua talha. Ainda este historiador encontrou na Torre do Tombo um ''Inventário dos quadros do Convento da Ordem Militar de Santiago da Espada (Palmela)'', incluído no Maço 248 (Ministério da Justiça), do ano de 1823. Este documento, anterior à lei de 1834 que extinguiu os conventos nacionais, inclui-se numa extensa inventariação das casas religiosas, trabalho esse que descreve os edifícios visitados e respectivo património. Referindo-se ao Convento de Palmela, dá conta de ''Quadros Antigos Alusivos a S. Thiago e ao Grão Mestre Doze... 12'', reportando-se, segundo tudo indica, ao retábulo de que esta pintura faz parte. O facto de se mencionarem doze tábuas, e não oito (correspondente ao número de quadros que subsitem), reforça a ideia de que estamos perante uma alusão a esta pintura retabular, na medida em que através de uma análise atenta da mesma se verifica uma falta de ligação temática incompreensível numa obra desta natureza. Das pinturas subsistentes, três reportam-se à vida de Santiago (''Jesus envia Santiago e São João em Missão Apostólica'', ''Pregação de Santiago'' e ''Conversão de Hermógenes''), dois à vida gloriosa de Santiago (''Condução do corpo de Santiago ao paço da rainha Loba'' e ''Santiago combatendo os Mouros'') e outros três à Ordem e ao Grão Mestre de Santiago (''Investidura de um Mestre da Ordem de Santiago'', ''Entrega da bandeira a um Mestre da Ordem de Santiago'' e ''Aparecimento da Virgem a um Mestre da Ordem de Santiago''). Ou seja, depois de três pinturas alusivas à vida de Santiago, surge uma quebra tenática e narrativa, pois o painel seguinte é o da condução do corpo do santo ao paço da rainha Loba. Está, assim, ausente um dos temas fundamentais deste ciclo: o martírio de Santiago, que seria precedido por uma tábua referente à trasladação do corpo de Santiago da Judeia para Espanha. A fechar este núcleo, estaria a conversão e baptismo da rainha Loba. Seguindo a sugestão de reconstituição de Dagoberto Markl que divide o ratábulo em três séries temáticas, estando colocado ao centro uma imagem em vulto de Santiago Peregrino, Fernando António Baptista Pereira (cf. ''Reconstrução conjectural do Retábulo da Vida e da Ordem de Santiago'') elaborou um esquema, de acordo com o qual haveria três fiadas compostas por quatro pinturas, prefazendo assim um total de doze quadros. A primeira fiada, dedicada à Vida e Martírio de Santiago, seria composta pelas pinturas ''Jesus envia Santiago e São João em Missão Apostólica'', ''Pregação de Santiago'', ''Conversão de Hermógenes'' e ''Decapitação de Santiago'' (esta última, desaparecida). Na segunda série, alusiva à Vida Gloriosa de Santiago, teríamos a ''Trasladação do corpo de Santiago da Judeia para a Hispânia'' (desaparecido), ''Condução do corpo de Santiago para o Palácio da Rainha Loba'', ''Conversão e Baptismo da Rainha Loba'' (desaparecido) e ''Santiago Combatendo os Mouros''. Por fim, na última fiada reporta-se à Ordem de Santiago, englobando ''Investidura de um Mestre'', ''Entrega da Bandeira'', ''provação dos Estatutos da Ordem de Santiago'' (desaparecido) e ''Aparecimento da Virgem''. No eixo central estaria o sacrário, a escultura do santo e o baldaquino. * Forma de Protecção: classificação; Nível de classificação: interesse nacional; Motivo: Necessidade de acautelamento de especiais medidas sobre o património cultural móvel de particular relevância para a Nação, designadamente os bens ou conjuntos de bens sobre os quais devam recair severas restrições de circulação no território nacional e internacional, nos termos da lei n.º 107/2001, de 8 Setembro e da respectiva legislação de desenvolvimento, devido ao facto da sua exemplaridade única, raridade, valor testemunhal de cultura ou civilização, relevância patrimonial e qualidade artística no contexto de uma época e estado de conservação que torne imprescindível a sua permanência em condições ambientais e de segurança específicas e adequadas; Legislação aplicável: Lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro; Acto Legislativo: Decreto; N.º 19/2006; 18/07/2006 *
 
     
     
   
     
     
     
 
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