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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu:
Museu Francisco Tavares Proença Júnior
N.º de Inventário:
10.62 MFTPJ
Supercategoria:
Arqueologia
Categoria:
Epigrafia
Denominação:
Menir
Autor:
Desconhecido
Datação:
IX a.C. - VIII a.C.
Matéria:
Granito rosa
Técnica:
Gravação
Dimensões (cm):
altura: 207; largura: 38; espessura: 30;
Descrição:
Este monumento encontra-se completo e pode ser identificado como "um menir com gravuras" (PROENÇA JÚNIOR, 1906a: 283), ou um "menir-bétilo" (ALMAGRO GORBEA, 1977: 162), característica formal que se repete apenas em mais dois ou três casos (Magacela, por exemplo) entre as muitas dezenas de monumentos congéneres. Trata-se de um grande monólito de granito rosa de grão fino, com 2,07 m de comprimento, por 0,18 a 0,38 m de largura e 0,30 m de espessura máxima. Foi desbastado e polido em toda a sua superfície, com excepção da base, pelo que seria implantado na vertical. Formalmente, trata-se de um menir. O topo é arredondado, estando marcado por uma linha circundante evidenciando a preocupação de o transformar num monumento fálico. A secção do resto da peça é grosseiramente quadrangular, embora as faces se apresentem algo convexas. Apenas uma delas se encontra gravada. A profundidade dos sulcos varia entre 0,2 e 0,4 cm. Os sulcos do terço superior terão sido picotados, enquanto os da composição em torno da figura central terão sofrido um processo de abrasão com instrumento metálico. Ocupando sensivelmente os dois terços inferiores da estrutura compositiva e uma posição central, encontramos um antropomorfo definido por um corpo subovóide alongado, cujo interior se encontra decorado com finas incisões, quase imperceptíveis (GOMES e MONTEIRO, 1976-1977: 31). As pernas são definidas por duas linhas verticais e paralelas entre si, que através de uma quebra, para a esquerda e para a direita, respectivamente, marcam também os pés. Sobre o corpo, a cabeça é formada por um motivo circular, da qual parecem sair pequenos traços, que Almagro interpreta como um adorno de penas ou quatro curtos cornos (1966: 36). Acima desta, desenvolvem-se os braços, que através de seis linhas verticais (dedos) seguram um arco tenso e flecha. À esquerda desta figura, aparecem, de cima para baixo, o que tem sido considerado uma fíbula de cotovelo (mas que MORTILLET, 1905: 26 admitiu ser uma buzina de caça), uma lâmina de um punhal ou espada (ou uma aljava, segundo MORTILLET, 1905: 25 e BREUIL, 1935: 111) e um quadrúpede, geralmente interpretado como um canídeo. À direita do antropomorfo identificam-se uma figura ovóide alongada provida de um apêndice; sob esta, foi gravado um motivo circular de onde sai um cabo na sua parte superior (espelho). Na parte superior da peça, na linha de visão do antropomorfo, e ocupando posição central, identifica-se um cervídeo macho (na direcção da flecha segura pelo antropomorfo). À esquerda deste observa-se o que geralmente é interpretado como um cão e, em cima, três figuras em forma de ferradura interceptadas por uma linha curva. Almagro considera-as aves (1966: 38), enquanto Mário Varela Gomes vê estes motivos, triplos, como "claros símbolos das divindades da fertilidade" (GOMES, 1990: 80). Este monunto integra-se no subtipo D de Varela Gomes e Pinho Monteiro, atribuível ao século IX a. C., podendo atingir os inícios do século seguinte (GOMES, 1995: 130). Na tipologia elaborada por Almagro Gorbea (1993: 128), enquadra-se no grupo C-1, definido pelas estelas masculinas com suporte faliforme. Aquele subtipo contempla situações em que, ao lado da heroicização do personagem representado, se encontrariam também cenas que "tipificariam" a vida quotidiana ou mítica da mesma. Neste caso concreto, o "desdobramento figurativo" exprime-se, no primeiro aspecto, através da composição formada pelo antropomorfo e objectos de prestígio que o ladeiam (onde se inclui o cão); o segundo é traduzido pela cena de caça, servindo o canídeo de elemento de ligação temporal. Trata-se, na óptica daqueles investigadores, de um desdobramento operado no tempo, intervindo a mesma figura nas duas dimensões - a do tempo real, vivido na caça, e a do tempo da glorificação heróica (GOMES e MONTEIRO, 1976-1977: 314; GOMES, 1990: 80). As diferentes técnicas de gravação utilizadas reforçarão esta ideia ou corresponderão a diferentes momentos temporais? Neste último caso, poderíamos estar perante uma situação em que um monumento gravado anteriormente é reutilizado, sendo o que é executado em último lugar, condicionado pelo já existente (neste caso, a posição do arco e flecha e a presença do segundo canídeo). De referir que Varela Gomes considera estarmos perante um menir fálico reutilizado (1990: 81). Já Tavares Proença, havia notado algumas afinidades entre este monólito e as gravuras dos esteios dolménicos (Proença JÚNIOR, 1905a: 13). Também Breuil (1935: 111) reconheceu certas analogias neste mesmo sentido, nomeadamente ao interpretar a suposta fíbula como um punhal similar aos do dólmen de Soto. No topo da peça existe uma cruz inscrita num círculo. Descrição de Raquel Vilaça; Santos, A. T. e Marques, J. N. (2004)
Incorporação:
Doação - Francisco Tavares Proença Júnior
Proveniência:
Monte de São Martinho.
Origem / Historial:
* Forma de Protecção: clasificação; Nível de Classificação: interesse nacional; Motivo: Necessidade de acautelamento de especiais medidas sobre o património cultural móvel de particular relevância para a Nação, designedamente os bens ou conjuntos de bens sobre os quais devam recair severas restrições de circulação no território nacional e internacional, nos termos da lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro e da respectiva legislação de desenvolvimento, devido ao facto da sua exemplaridade única, raridade, valor testemunhal de cultura ou civilização, relevância patrimonial e qualidade artística no contexto de uma época e estado de conservação que torne imprescindível a sua permanência em condições ambientais e de segurança específicas e aequadas; Legislação aplicável: Lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro; Acto Legislativo; N.º 19/2006; 18/07/2006*
 
     
     
   
     
     
     
 
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