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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu:
Museu Grão Vasco
N.º de Inventário:
2319
Supercategoria:
Arte
Categoria:
Pintura
Denominação:
Paisagem
Título:
Terras de Sebadelhe
Datação:
1923 d.C.
Matéria:
Óleo
Suporte:
Tela
Dimensões (cm):
altura: 56,5; largura: 79,5;
Descrição:
Paisagem. O motivo estival é captado em terras de Sebadelhe, no Concelho de Vila Nova de Foz Coa. Em primeiro plano, estende-se um amplo campo coberto de vegetação rasteira de tonalidades amareladas, salpicado aqui e ali por pinceladas finas e sobrepostas de timbrismo verde, sugestionando a presença de ervas. O segundo plano, dividido do primeiro por uma linha, fica caracterizado por uma paisagem montanhosa composta por diversas tonalidades (lilás, laranja, castanho e verde) formando uma manta de retalhos que se estende até à linha do horizonte, seguindo-se o céu azul, com ténues apontamentos de núvens.
Incorporação:
Compra - Adquirido ao autor pelo Estado.
Origem / Historial:
Apresentada pela primeira vez em 1924, na Exposição Anual da Sociedade Nacional de Belas Artes, em Lisboa, desde logo se destaca do conjunto de obras expostas, sendo referida em vários órgãos de comunicação social da época. Considerada por alguns críticos de arte como a melhor realização que Joaquim Lopes trouxe à exposição, carrega o ónus da responsabilidade artística de um autor em plena consagração. Numa das notícias, esta obra é referida como: “largo na pincelada, sólido, com ambiente, bons horizontes tocados com delicadeza e graça, bem perspectivado, cria graves responsabilidades para o futuro do artista”. No ano seguinte, decorrendo da exposição individual que Joaquim Lopes, realiza no Salão Silva Porto, a pintura Terras de Sebadelhe continua a chamar a atenção da crítica e permanece no grupo de obras de referência, sendo o exemplo de uma “técnica extremamente fácil e quasi improvisada de Joaquim Lopes que realizou um estudo dedicado e fino de luz, nos campos e nos montes da Beira. O pintor está todo nessa tela, de uma tonalidade calma, em que o sentimento da verdade rural se alia à mais intensa comoção estética. As nuvens formam-se levemente sobre os montes e, do fundo do vale, que ao longe se define, ergue-se um fumo muito ténue, que logo se perde e esgarça na braveza adusta da serrania. No primeiro plano, é sobretudo muito interessante o tom loiro da palha cortada. Muito brilhante, como afirmação pictural, o quadro que reproduz as terras de Sebadelhe, em que a uma solidez bem marcada de factura se junta um nobre sentimento dos panoramas campestres. No primeiro plano, especialmente, vejo a justeza com que foi pintando o mato que aflora do terreno. O céu e a paisagem ilumina-os uma luz de uma tonalidade branda, em que o oiro se dilui harmoniosamente numa tinta violácea”. Em fevereiro de 1926 integra a relação dos 37 quadros que Joaquim Lopes expõe na Sociedade Nacional de Belas Artes, em Lisboa e, mais uma vez, é mencionada na imprensa, ao lado de outras pinturas, como uma obra de referência no percurso artístico do pintor. Em junho do ano seguinte (1927), na primeira exposição individual que Almeida Moreira promove ao artista no Museu de Grão Vasco, a pintura é selecionada por este e fica definitivamente em Viseu. É o próprio Joaquim Lopes que dá essa indicação quando em outubro solicita ao Diretor do Museu que lhe envie “o resto da metade da importância das Terras de Sebadelhe”. Após a incorporação no espólio do Museu, passou a constar, no inventário de 1931, com o número 168. Em 1935, quase oito anos depois da obra se encontrar no acervo do Museu de Grão Vasco, exposta em lugar de destaque, Almeida Moreira escreve a Joaquim Lopes depois de um passeio pelas terras de Riba-Côa e Douro: “Passei em Sebadelhe (…). Agora, ainda admiro mais o seu quadro, depois de ter percorrido aquela paisagem toda do Pinhão a São João da Pesqueira e desta a Vila Nova de Foz Côa, tendo passado por Sebadelhe! É admirável o seu quadro, que eu aliás já admirava muito, mesmo sem ter percorrido aquelas montanhas todas”.
 
     
     
   
     
     
     
 
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