Dimensões (cm):
altura: 45 cm; largura: 58 cm;
Descrição:
Envolto numa luxuriante vegetação encontra-se um casario, do qual apenas sobressaem os telhados e as chaminés. Ao centro, no céu azul, recorta-se a copa frondosa de uma árvore de grande porte. À frente, as águas do rio Pavia contornam as rochas, nas quais se encontram diversas lavadeiras empenhadas no seu labor.
Marcando a paisagem de Viseu, nasce, neste mesmo concelho, o Rio Pavia, afluente do Dão, pontuando a paisagem de verde e de frescura, e dele dependendo muitas das actividades humanas desde tempos imemoriais.
As Azenhas do Pavia é uma obra perfeitamente integrada no contexto de produção naturalista, preconizada pelas gerações de pintores que dominaram o panorama artístico nacional nos finais do século XIX e o primeiro quartel do século XX.
Em diversas obras Almeida e Silva representa recantos pitorescos de vários lugares nas imediações de Viseu, sendo um deles o curso do Pavia e em particular num local onde se eleva uma antiga ponte de pedra reerguida no século XVIII, mas que faz remontar este espaço a um período muito mais recuado na Idade Média ou mesmo no período Romano.
Esta paisagem, de paleta luminosa e traços vigorosos, retrata um dia pleno de sol, provavelmente no Verão, denotando-se uma composição pitoresca que retrata uma habitação e uma azenha, e ainda a actividade das lavadeiras que pontuam um pequeno açude. É nitidamente uma obra pintada no local, tão ao gosto do movimento ar-livrista, circunstância que também podemos observar em outras obras referentes a diversos espaços exteriores, como o Parque do Fontelo, Repezes, Santiago, etc., locais para onde o artista costumava retirar-se.
Esta pintura é uma das obras melhor estruturadas no contexto de outras “paisagens” conhecidas deste pintor.
SG
Incorporação:
Outro - Fundo Antigo do Museu