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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu:
Museu Grão Vasco
N.º de Inventário:
2160
Supercategoria:
Arte
Categoria:
Pintura
Denominação:
São Pedro
Título:
São Pedro
Autor:
Fernandes, Vasco
Local de Execução:
Viseu
Datação:
1530 d.C.
Suporte:
Madeira de castanho
Técnica:
Pintura a óleo
Dimensões (cm):
altura: 213; largura: 231,3;
Descrição:
Antigo retábulo da capela lateral direita da Sé de Viseu, dedicada ao apóstolo São Pedro. No painel maior representa-se São Pedro de corpo inteiro, sentado no trono, em atitude de benção, com as respectivas insígnias de pontifice. Na predela, figuram São João Evangelista e Santo André, São Bartolomeu e São Tomé (?), São Paulo e São Tiago Maior. Sentado num trono pontifical de arquitectura italianizante, com olhar dirigido a um espaço absoluto e com uma impressionante monumentalidade, São Pedro figura ao cento da composição. Duas aberturas iguais, ladeando o trono, prolongam o espaço da figuração dando a ver duas paisagens onde se representam, respectivamente, duas cenas alusivas à vida do Apóstolo: à esquerda "O Chamamento do Pescador"; à direita "Quo Vadis?". Vasco Fernandes construiu uma verdadeira imagem de propaganda - ao carácter imponente de São Pedro, que encarna o chefe espiritual da Igreja, está subjacente a ideia da supremacia do poder espiritual sobre o temporal, de acordo com os ideais do encomendante da obra, o erudito humanista e bispo de Viseu, D. Miguel da Silva. No rigor da composição, na expressão volumétrica da forma, através de uma sensível e bem calculada distribuição da luz e da projecção da sombra sobre o trono monumental, na extraordinária caracterização do rosto, nas formas do exuberante pluvial, o São Pedro é o resultado de muitas experiências acumuladas e do desempenho individual do seu autor. À semelhança dos ritmos compositivos, a escrita pictural, em toda a superfície do quadro, revela-se extraordinariamente elaborada. No primeiro plano, seja ao nível da figura, seja ao nível da arquitectura, prevalece uma visão minuciosa e precisa da forma. Na parte superior do espaldar do trono, cujo limite não chega exactamente a ser definido, os elementos decorativos são primorosamente modelados, através de uma gama de tons cinza, em acordo com a maior ou menor incidência da luz. Uma concha simétrica, de notável plasticidade, seguida de uma moldura de enrolamentos, ocupa o espaço central, enquanto a superfície restante é decorada com elementos vegetalistas entumescidos, de acentuada volumetria, que repete com pontuais variantes os elementos decorativos das duas tiaras, que configuram simetricamente os remates laterais. Esta linguagem, nas formas já renascentistas e nas dominantes sobrevivências manuelinas, um formulário que é também extensível aos capitéis e bases das colunas, aos elementos decorativos dos braços do trono e ao lambrim que decora o muro - com uma ornamentação vegetalista em friso contínuo, ao modo de grutescos, composta por uma taça com folhas semelhantes à do espaldar do trono, e um feixe vegetalista do qual brotam quatro romãs - mostra que o São Pedro é ainda uma obra híbrida, ecléctica, de transição entre uma coisa e outra. Os pormenores sensíveis bem depurados, uma constante em todo o percurso do pintor, evidencia-se na riqueza decorativa da capa ou pluvial em brocado, com inúmeras jóias incrustadas e anjos pintados que seguram os instrumentos da Paixão, na tiara, nos anéis sobre mãos enluvadas, nos elementos decorativos do ladrilhado perspectivamente traçado ou nos "putti" que decoram os braços do trono.
Incorporação:
Transferência - Da Sé de Viseu.
Origem / Historial:
* Forma de Protecção: classificação; Nível de classificação: interesse nacional; Motivo: Necessidade de acautelamento de especiais medidas sobre o património cultural móvel de particular relevância para a Nação, designadamente os bens ou conjuntos de bens sobre os quais devam recair severas restrições de circulação no território nacional e internacional, nos termos da lei n.º 107/2001, de 8 Setembro e da respectiva legislação de desenvolvimento, devido ao facto da sua exemplaridade única, raridade, valor testemunhal de cultura ou civilização, relevância patrimonial e qualidade artística no contexto de uma época e estado de conservação que torne imprescindível a sua permanência em condições ambientais e de segurança específicas e adequadas; Legislação aplicável: Lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro; Acto Legislativo: Decreto; N.º 19/2006; 18/07/2006 *
Iconografia e Heráldica

Tipo

Descrição

Imagem

Iconografia

Na perspectiva de Dalila Rodrigues (in "Grão Vasco e a Pintura Europeia do Renascimento", p. 156), esta obra teria sido encomendada pelo bispo D. Miguel da Silva e colocada na capela de São Pedro da Sé de Viseu, onde teria permanecido até 1720-38, data em que se retirou para a sacristia, o que originou que os painéis da predela fossem separados da tábua maior e mais tarde reunidos arbitrariamente. Em 1918 foi transferida para a sala do capítulo, primeiro espaço do Museu Grão Vasco. Dalila Rodrigues (in "Grão Vasco e a Pintura Europeia do Renascimento", p.158-159) salienta o facto de haver uma vasta historiografia sobre a analogia entre esta obra e a que se encontra na igreja do mosteiro de São João de Tarouca, tendo sido levantadas várias hipóteses: "a existência de um modelo comum; de duas versões do mesmo pintor; de uma réplica de um discípulo ou mesmo de um pintor de outra oficina, nomeadamente de Cristóvão de Figueiredo". A imagem nº 1388 apresenta na predela: São Paulo Eremita, São Jerónimo e Santo Antão, pinturas que em Maio de 2004, foram colocadas na predela do retábulo do Baptismo de Cristo e a predela deste (São Bartolomeu e São Tomé(?); São João Evangelista e Santo André; São Paulo e São Tiago) passou a integrar o retábulo de São Pedro. Nesta troca de predelas foi também alterada a sequência que possuia no retábulo do Baptismo de Cristo, passando no retábulo de São Pedro a ser a seguinte: São João Evangelista e Santo André, São Bartolomeu e São Tomé(?), São Paulo e São Tiago.

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