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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu:
Museu Grão Vasco
N.º de Inventário:
2157
Supercategoria:
Arte
Categoria:
Pintura
Denominação:
Baptismo de Cristo
Autor:
Fernandes, Vasco
Local de Execução:
Viseu
Datação:
1530 d.C. - 1535 d.C.
Suporte:
Madeira de castanho
Técnica:
Pintura a óleo
Dimensões (cm):
altura: 211,5; largura: 231,5;
Descrição:
Antigo retábulo da capela lateral esquerda da Sé de Viseu, dedicada a São João Baptista. No painel de grandes dimensões representa-se a cena do Baptismo de Jesus Cristo no rio Jordão, enquanto na predela tripartida figuram São Paulo Eremita (?), São Jerónimo e Santo Antão. A composição foi estruturada em função das figuras de Cristo e de São João Baptista, pois o espaço envolvente, ainda que permita adensar a estrutura narrativa, foi concebido em função destas duas presenças monumentais. Os dois volumes rochosos, as manchas de vegetação, o fundo arquitectónico e a presença de dois núcleos formais secundários - os anjos com as vestes de Cristo e São João Baptista pregando no deserto - foram programados com um sentido rítmico de equilíbrio entre a metade direita e a metade esquerda da pintura, definindo duas diagonais que vêm confluir, em cunha, na figura de Cristo, colocado no eixo central. Mas é em virtude do descentramento do núcleo formal principal, quando se coloca a figura monumental do Santo na metade esquerda, que se define a posição e a escala das figurações secundárias - o afastamento da cena do lado esquerdo e a relativa aproximação dos dois anjos que figuram do lado direito. A relação dinâmica entre as duas figuras é o resultado de alguns acertos entre a primeira versão, executada picturalmente, e a final. As alterações introduzidas na posição de Cristo passam pela diferente colocação dos braços (na versão inicial com as mãos abertas em cunha junto ao peito) e pela diferente posição da perna esquerda, primitivamente mais afastada. Este acerto resulta seguramente do modo dinâmico de compor e da necessidade de acautelar a relação entre as figuras, no que é sem dúvida uma das constantes do processo criativo de Vasco Fernandes. Mas a forte caracterização dos rostos, aqui investidos de um "pathos" que reforça a valência espiritual do acto, a plasticidade dos tecidos, modelados através da luz projectada no campo pela esquerda, os efeitos atmosféricos da paisagem, a diluir os contornos dos volumes arquitectónicos do fundo, são outros tantos traços característicos do seu processo. Comparativamente ao retábulo de São Pedro, um dos melhores momentos criativos de Vasco Fernandes, pode dizer-se que o Baptismo de Cristo é uma pintura formalmente menos cuidada. Nas anatomias das figuras verificam-se algumas incorrecções. De facto, se o corpo de Cristo apresenta alguns significativos, mas bem disfarçados, desacertos formais, a perna flectida de São João Baptista resulta numa forma quase aberrante, pela distorção que se introduz no trabalho pictural do pé. É de todo provável que Gaspar Vaz, o seu colaborador habitual, tenha trabalhado neste retábulo. Entre outros aspectos, a análise dos elementos vegetalistas do primeiro plano e dos dois anjos que seguram o vestido mostra tratar-se de uma pintura muito desgastada e repintada, o que aliás se torna bem visível na zona que corresponde aos pés de Cristo - uma forma ainda delicadamente velada pela água, mas que teria perdido parte significativa da sua força expressiva original.
Incorporação:
Transferência - Da Sé de Viseu.
Origem / Historial:
Tal como a obra "São Pedro", trata-se do retábulo da capela colateral, do lado do Evangelho, da Sé de Viseu, local para onde, provavelmente, foi encomendado no tempo de D. Miguel da Silva, e onde permaneceu até 1720-38, data em que se procedeu à separação dos painéis de predela. * Forma de Protecção: classificação; Nível de classificação: interesse nacional; Motivo: Necessidade de acautelamento de especiais medidas sobre o património cultural móvel de particular relevância para a Nação, designadamente os bens ou conjuntos de bens sobre os quais devam recair severas restrições de circulação no território nacional e internacional, nos termos da lei n.º 107/2001, de 8 Setembro e da respectiva legislação de desenvolvimento, devido ao facto da sua exemplaridade única, raridade, valor testemunhal de cultura ou civilização, relevância patrimonial e qualidade artística no contexto de uma época e estado de conservação que torne imprescindível a sua permanência em condições ambientais e de segurança específicas e adequadas; Legislação aplicável: Lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro; Acto Legislativo: Decreto; N.º 19/2006; 18/07/2006 *
 
     
     
   
     
     
     
 
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