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FICHA DE INVENTÁRIO
Denominação: Políptico da Capela-mor da Sé de Viseu Autores: Fernandes, Vasco Henriques, Francisco (act.1508-1518) Datação: 1501 d.C. - 1506 d.C. Suporte: Madeira de carvalho Dimensões (cm): altura: 132; largura: 82; Descrição: Pintura a óleo sobre madeira de carvalho representando a Ressurreição de Jesus Cristo, painel do antigo retábulo da capela-mor da Sé de Viseu (1501-1506).
Jesus Cristo triunfante é representado sobre o túmulo escavado na rocha. O alheamento de dois soldados, ainda adormecidos, contrasta com a atitude de surpresa do que figura à esquerda. Na paisagem do fundo, em ligação com a cena do primeiro plano, assinala-se a luz simbólica da alvorada.
Na organização das figuras, e no recurso aos acidentes do terreno para definir os planos, este painel não difere dos restantes da mesma série. Os volumes rochosos entumescidos, trabalhados picturalmente numa gama diversificada de tonalidades de castanho, facilitam a sugestão de aprofundamento do espaço.
As sensíveis dificuldades na concepção da figura de Cristo, parcialmente ocultas através do manto, deverão ser relativizadas à luz da posição do painel na estrutura do retábulo. Justamente, porque se colocava na terceira fiada superior, o pintor procura, através do alteamento da parte superior do corpo, atenuar as deformações resultantes do ângulo de visão do espectador Por outro lado, o tema em questão reclama a sugestão do movimento ascendente da figura, motivo pelo qual o pintor investe na teatralidade dos gestos e eleva a ponta do manto. A forma turbulenta das pregas, além de uma certa constância do tipo de rostos, é um dos aspectos que contribui para uniformizar os diferentes painéis desta obra de factura colectiva.
Os repintes que assumem visibilidade na parte superior do retábulo devem-se à tentativa, já em data posterior à do apeamento do retábulo (séc. XVII), de ocultar o suporte que ficaria originalmente oculto pela estrutura retabular. Incorporação: Transferência - Da Sé de Viseu
Origem / Historial: * Forma de Protecção: classificação;
Nível de classificação: interesse nacional;
Motivo: Necessidade de acautelamento de especiais medidas sobre o património cultural móvel de particular relevância para a Nação, designadamente os bens ou conjuntos de bens sobre os quais devam recair severas restrições de circulação no território nacional e internacional, nos termos da lei n.º 107/2001, de 8 Setembro e da respectiva legislação de desenvolvimento, devido ao facto da sua exemplaridade única, raridade, valor testemunhal de cultura ou civilização, relevância patrimonial e qualidade artística no contexto de uma época e estado de conservação que torne imprescindível a sua permanência em condições ambientais e de segurança específicas e adequadas;
Legislação aplicável: Lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro;
Acto Legislativo: Decreto; N.º 19/2006; 18/07/2006 *
Bibliografia | C. N. C. D. P. - Grão Vasco e a Pintura Europeia do Renascimento, Lisboa, 1992, pág. 108 | Carta do Bispo D. Fernando Gonçalves de Miranda, Museu Grão Vasco, Viseu, pág. - | MARKL, Dagoberto - História da Arte em Portugal, Lisboa, 1986, pág. - | RODRIGUES, Dalila - Roteiro do Museu Grão Vasco. Lisboa: IPM/ASA, 2004, pág. - | SANTOS, Luis Reis - Vasco Fernandes e os Pintores de Viseu do século XVI. Lisboa: 1946, pág. - | |
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