Museu:
Museu do Chiado – Museu Nacional de Arte Contemporânea
Denominação:
Carne vegetal
Dimensões (cm):
altura: 67; largura: 53,5;
Descrição:
Imagem ícone da Primeira exposição do Grupo Surrealista de Lisboa em 1949, e considerada por José-Augusto França "a obra mais importante desta primeira fase do surrealismo português" (cit. SANTOS, 2000, p. 25), esta pintura de Vespeira confronta, no seguimento da ambiguidade do seu título, um corpo de mulher erotizado e propositadamente excessivo, de ancas largas e seios generosos e redondos, com formas referentes ao universo masculino, como dois pares de chifres que consequentemente adquirem um biomorfismo fálico, num sítio onde se esperaria a cabeça da figura, donde também se ergue uma lámina ponteaguda ensanguentada. Nesta figura a meio-corpo, perfeitamente modelada, o seio da esquerda é visto de frente, com sangue no mamilo, e o da direita de perfil, irradiando uma espécie de feixes electrizantes para o fundo do quadro; a sexualidade explícita e alusão à fecundidade são rematados em primeiro plano por uma forma pontiaguda que nasce da perna direita da figura, tocando-lhe no umbigo e gerando um remoinho no ventre, onde se distingue os traços de um rosto que se prolonga até junto do sexo, assim metamorfoseado.
Incorporação:
Compra - Adquirido pelo Estado