Museum:
Museu do Chiado – Museu Nacional de Arte Contemporânea
Measurments (cm):
height: 85; width: 115;
Description:
Partindo de vários estudos sobre a arquitectura branca de Olhão e fascinado com as suas formas contíguas ("esculpidas", escreverá Reinaldo dos Santos em 1923), de geometria irregular, Viana representa neste quadro o casario de Olhão entendido em planos volumétricos que se sobrepõem, construção que assenta numa diagonal que pende para a direita, introduzindo dinamicamente uma tensão inédita no conjunto branco do casario. Em primeiro plano, vê-se um acampamento de ciganos indistinto, com várias figuras juntas, lonas, duas carroças e um cavalo à entrada da povoação. Embora o entendimento geométrico da composição seja de raiz cezaneana ou cubista ("hoje tudo passa pelo Cubismo" dizia Viana em 1922), o pintor parte de uma realidade incontornável, o fascínio plástico e sensitivo pelo objecto natural que terá uma materialidade própria no jogo da pintura. Composição rara na situação naturalista dos anos 20, esta "Pousada dos ciganos" desconstrói "por dentro" o espaço perspéctico naturalista ("não sei de composição mais perigosa do que a instabilidade dessa pousada de ritmos cadentes" - SANTOS, 1923, p. 91; cf. Bibliografia), privilegiando a volumetria das casas e o frio azul das paredes, e mostrando um entendimento particular das possibilidades compositivas, assim como uma sensiblidade e ousadia únicas nas harmonias de cor.
Incorporation:
Compra - Adquirido pelo Estado