Origem / Historial:
* Forma de Protecção: classificação;
Nível de Classificação: interesse nacional;
Motivo: Necessidade de acautelamento de especiais medidas sobre o património cultural móvel de particular relevância para a Nação, designadamente os bens ou conjuntos de bens sobre os quais devam recair severas restrições de circulação no território nacional e internacional, nos termos da lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro e da respectiva legislação de desenvolvimento, devido ao facto da sua exemplaridade única, raridade, valor testemunhal de cultura ou civilização, relevância patrimonial e qualidade artística no contexto de uma época e estado de conservação que torne imprescindível a sua permanência em condições ambientais e de segurança específicas e adequadas;
Legislação aplicável: Lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro;
Acto Legislativo: Decreto; N.º 19/2006; 18/07/2006 *
O Tríptico da Paixão está descrito no inventário dos bens de D. Frei Manuel do Cenáculo, realizado em 1814 (Espanca, 1955-1956). Tem um estojo de madeira, com uma tampa de corrediça preciosamente ornamentada de embutidos. Na parte superior da tampa encontra-se uma folha impressa em latim, colada, com a história lendária da origem do tríptico que, segundo a tradição, foi adquirido em França pelo prelado, como proveniente do saque de Constantinopla, trazida pelos cruzados franceses para o Ocidente. Segundo José Alberto Machado (1987), este esteve em posse de Francisco I, passando para Carlos V juntamente com o espólio da batalha de Pavia e posteriormente pertenceu a Isabel de Áustria e aos Condes Castiglione, de Mântua. No século XIX, a peça é referenciada pelo conde Raczynski, e por Augusto Butler Elerperk, que se referem ao tríptico como uma peça de imenso valor, comprada por Cenáculo por um avultado preço para ornamentar a sua livraria, e que este escapou ao saque das invasões francesas. Esteve incorporado nas colecções da Biblioteca Pública, de onde foi transferido para o Museu de Évora.