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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu: Museu Nacional Machado de Castro N.º de Inventário: 2521 a 2524;P8 Denominação: Tríptico de Santa Clara Autores: Mestre Hilarius Desconhecido Datação: 1486 d.C. - Gótico final Suporte: Madeira de castanho Dimensões (cm): altura: *297; espessura: 14; comprimento: *342; Descrição: Tríptico constituído por três painéis, predela e moldura (de estilo gótico flamejante - coeva?).
O tema principal surge no painel central deste tríptico, onde foi representado o episódio mais conhecido da vida de Santa Clara - a expulsão dos muçulmanos da cidade de Assis, através da exibição da custódia com a hóstia consagrada - o Milagre da Custódia.
A simbologia do tema repete-se no painel lateral esquerdo - Cristo no Horto - mais concretamente na representação miniatural do Cristo crucificado inscrito na hóstia que o cálice contém.
E prossegue para o painel lateral direito: na Lamentação evoca-se o momento imediatamente anterior à Ressurreição de Cristo que assim se transformará para os fiéis em Pão da Vida.
Finalmente a predela, onde foram representados em nichos Cristo e os apóstolos, remata a evocação da custódia e da renovação pelo Pão: o alinhamento dos bustos relembra as ceias medievais, com as figuras representadas frontalmente.
è assim um conjunto pictórico com uma temática essencial e fortemente eucarística, pintado para um mosteiro da invocação de Santa Clara de Assis, sendo assim admissível que o tema central use a iconografia desta santa, com mensagens eucarísticas nos restantes painéis.
A moldura, aparentemente coeva do tríptico, não corresponde, em certos pontos, à superfície pictural, sobretudo no topo do painel central .
Incorporação: Transferência - Conventos extintos. Mosteiro de Santa Clara, Coimbra.
Origem / Historial: *Forma de Protecção: classificação;
Nível de Classificação: interesse nacional;
Motivo: Necessidade de acautelamento de especiais medidas sobre património cultural móvel de particular relevância para a Nação, designadamente os bens ou conjuntos de bens sobre os quais devam recair severas restrições de circulação no território nacional e internacional, nos termos da lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro e da respectiva legislação de desenvolvimento, devido ao facto da sua exemplaridade única, raridade, valor testemunhal de cultura ou civilização, relevância patrimonial e qualidade artística no contexto de uma época e estado de conservação que torne imprescindível a sua permanência em condições ambientais e de segurança específicas e adequadas;
Legislação aplicável: Lei nº 107/2001, de 8 de Setembro;
Acto Legislativo: Decreto; Nº 19/2006; 18/07/2006*
Tríptico de Santa Clara, procedente do Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, de Coimbra, de onde transitou para o novo convento com o mesmo nome (mas sob a evocação de Santa Isabel), e daí para a posse do Estado, com a nacionalização dos bens da Igreja.
Bibliografia | CORREIA, Vergílio - A Pintura em Coimbra no Século XVI,. Coimbra: Biblos, 1934, pág. - | CORREIA, Vergílio - Secções de Arte e Arqueologia. Coimbra: MNMC, 1941, pág. - | CORREIA, Vergílio; GONÇALVES, António Nogueira - Inventário Artístico de Portugal - Cidade de Coimbra. Lisboa: 1947, pág. - | DIAS, Pedro - História da Arte em Portugal - O Gótico. Lisboa: Alfa, 1986, pág. - | DIAS, Pedro - Vicente Gil e Manuel Vicente - Pintores da Coimbra Manuelina. Coimbra: Câmara Municipal de Coimbra, Julho 2003, pág. 26-29;74-75 | El Arte en la época del Tratado de Tordesillas[cat.exp.]. Valladolid: 1994, pág. - | GUSMÃO, Adriano de - "Os Primitivos Portugueses e a Renascença" in Arte Portuguesa II. Lisboa: 1948, pág. - | REIS SANTOS, Luis - Estudos de Pintura Antiga. Lisboa: 1943, pág. - | SANTOS, Reynaldo dos - Oito séculos de Arte Portuguesa. História e Espírito. Lisboa: Empresa Nacional Publicidade, 1966, pág. - | SANTOS, Reynaldo dos - Os Primitivos Portugueses(1450-1550). Lisboa: 1940, pág. - | |
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