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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu: Museu Nacional Machado de Castro N.º de Inventário: 2512;P24 Título: Imperador Heraclio com a Cruz / Painéis do retábulo-mor do Mosteiro de Santa Cruz, Coimbra Autor: Cristovão de Figueiredo (act. 1515-1555) Datação: 1521 d.C. - 1530 d.C. Suporte: Madeira de carvalho. Seis pranchas dispostas na vertical. Dimensões (cm): altura: 149; comprimento: 129,5; Descrição: Pintura retabular. Painel remanescente do retábulo da capela-mor do Mosteiro de Santa Cruz, em Coimbra.
O Imperador Heraclio, transportando a Cruz, dirige-se com o seu séquito para as portas de Jerusalém.
O cortejo do Imperador é representado aqui pelo próprio, montado num cavalo ricamente ajaezado, por três personagens que se evidenciam em primeiro plano e por outras cinco, parcialmente visíveis, atrás do imperador. Junto à muralha da cidade (à esquerda), um outro grupo de homens se identifica. Numa saliência da muralha o anjo inclina-se para avisar Heraclio de que não pode entrar na cidade Santa ostentando tamanhas riquezas e vaidades.
Toda a narrativa se concentra nestas duas figuras. Relativamente à cor, a atenção do observador é orientada para o anjo através da figura que de costas em primeiro plano, se encontra junto ao cavalo do Imperador (figura com claras influências das gravuras de Durer). A mesma figura nos orienta também o olhar para o elemento fundamental deste painel e de todo o retábulo: a Cruz.
Esta pintura revela o gosto cortesão do pintor que plasmou nela um desfile de cortesãos, evidenciado no tratamento dos tecidos e no desenho das roupas dos personagens.
A moldura foi executada na Escola Industrial Brotero, até Setembro de 1916.
Hipóteses de reconstituição do retábulo, v. bibliografia: Dias, Pedro, 1983, pp.3-14; Pereira, Fernando António, 2001.
Em 1999 a responsável pela coleção de Pintura do MNMC fez uma proposta de reconstituição que apresentou em diapositivos numa comunicação no Museu; e que reformulou em 2004 (documentação disponível no MNMC).
Incorporação: Transferência - Conventos extintos. Mosteiro de Santa Cruz, Coimbra.
Origem / Historial: *Forma de Protecção: classificação;
Nível de Classificação: interesse nacional;
Motivo: Necessidade de acautelamento de especiais medidas sobre património cultural móvel de particular relevância para a Nação, designadamente os bens ou conjuntos de bens sobre os quais devam recair severas restrições de circulação no território nacional e internacional, nos termos da lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro e da respectiva legislação de desenvolvimento, devido ao facto da sua exemplaridade única, raridade, valor testemunhal de cultura ou civilização, relevância patrimonial e qualidade artística no contexto de uma época e estado de conservação que torne imprescindível a sua permanência em condições ambientais e de segurança específicas e adequadas;
Legislação aplicável: Lei nº 107/2001, de 8 de Setembro;
Acto Legislativo: Decreto; Nº 19/2006; 18/07/2006*
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Encomendado a Cristovão de Figueiredo para o altar-mor da igreja do Mosteiro de Santa Cruz, em 1521, o políptico só ficaria pronto em 1530.
Foi substituído, no início do século XVII (1610-1612) por outra estrutura retabular, com pinturas a óleo sobre madeira da parceria de Simão Rodrigues e Domingos Vieira Serrão, apeada no século XIX e substituída também por retábulo que contemplava uma só tela.
Após a lei de 1834 (decreto da extinção das Ordens Religiosas), o convento dos Cónegos de Santa Cruz foi extinto.
Os painéis "Invenção da Cruz por Santa Helena", MNMC2514, e "Ressurreição do Mancebo", MNMC2513, que faziam parte do mesmo retábulo, foram depositados no Instituto de Coimbra em 1908, pela Paróquia de Santa Cruz. Daí transitaram para o acervo do MNMC aquando da sua criação em 1911 e foram registado no Livro de Inventário de 1915-16. Este painel está registado como estando no Instituto de Coimbra em 1908 (não havendo referência se estava como depósito) e foi depois incoroporado no MNMC, no Inv. de 1915-16.
Bibliografia | CAETANO, Joaquim Oliveira - "Cristovão de Figueiredo", in Grão Vasco e a Pintura Europeia do Renascimento. Lisboa: CNCDP, IPPC, 1992, pág. 355-356 | Cartório do Mosteiro de Santa Cruz. Tom.5 das Notas, liv. 10, fl.150. Bibl. 7, pp-4-5. Coimbra: 1530, pág. - | CORREIA, Vergílio - Estudos de História de Arte, Obras. Coimbra: Imprensa da Universidade, 1953, pág. pág.229 | DIAS, Pedro - "O Retábulo Quinhentista da Igreja de Santa Cruz de Coimbra", in O Mundo da Arte, nº16 - Dezembro. Coimbra: U.C., 1983, pág. pp.3-14 | DIAS, Pedro - in Arte Portuguesa - Notas de Investigação. Coimbra: 1988, pág. pp.127-152 | Documentos do ATT. Corpo Cronologico, parte I, maço 27, doc.121, Bibl. 3, p.25 e 26; Bibl.3 A, p.31 e 32: 1521-1522, pág. - | El Arte en la época del Tratado de Tordesillas[cat.exp.]. Valladolid: 1994, pág. pág.248-249 | GUSMÃO, Adriano de - "Os Primitivos Portugueses e a Renascença" in Arte Portuguesa II. Lisboa: 1948, pág. - | MARKL, Dagoberto; PEREIRA, Fernando António Baptista - "O Renascimento", in História da Arte em Portugal, vol. 6. Lisboa: Alfa, 1986, pág. - | PEREIRA, Fernando António Baptista - Imagens e Histórias de devoção. Espaço, Tempo e Narrativa na Pintura Portuguesa do Renascimento (1450-1550). (dissertação de doutoramento em Ciências da Arte). Faculdade de Belas Artes da U.L.: policopiado, 2001, pág. - | REIS-SANTOS, Luís - Cristovão de Figueiredo. Lisboa: Artis, 1960, pág. pp.8-10 | TEIXEIRA, José Carlos da Cruz - A Pintura Renascentista Portuguesa. Ensaio de Caracterização (dissertação de doutoramento). Universidade Nova de lisboa: policopiado, 1991, pág. - | |
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