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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu:
Museu de Évora
N.º de Inventário:
ME 684/1-5
Supercategoria:
Arte
Categoria:
Desenho
Título:
Sempre Firmes
Autor:
Matos, Francisco Vieira de (n. 1699, f. 1783)
Local de Execução:
Portugal
Datação:
XVIII d.C.
Matéria:
Papel
Suporte:
Papel
Técnica:
Sanguínea. Moldura a lápis negro e grisaille
Dimensões (cm):
altura: 24,5; largura: 33;
Descrição:
Montagem com cinco desenhos três dos quais ovais (desenho central e desenhos superiores) e dois quadrangulares (desenhos inferiores). Os cinco estão enquadrados por um moldura neoclássica. Na grinalda axial recorreu-se à utilização da vieira com as armas de Santiago, Ordem de Cavalaria em que Vieira foi investido e à divisa que utiliza para caracterizar a união com a sua esposa "SEMPRE FIRMES", desenhada sobre um medalhão com dois corações em chamas" (ARRUDA, 2000). Como fecho surge na base um medalhão central emcimado por um laço onde se desenharam as letras A e W « provavelmente uma grafia para as letras gregas Alfa e Omega, que representam o princípio e o fim, numa menção à intemporalidade do amor entre Vieira e D. Inês de Lima » (ARRUDA, 2000). No desenho central temos o Retrato de Caçador rodeado (da esquerda para a direita) por uma Sagrada Família; uma cena com Jesus no Horto; um Busto de Cardeal apontando e outro Busto de Cardeal com o barrete ao peito (estes dois últimos contraprovas de originais).
Incorporação:
Transferência - Biblioteca Pública de Évora
Origem / Historial:
Este desenho pertenceu à colecção de Frei Manuel do Cenáculo que originou a da Biblioteca Pública de Évora.Túlio Espanca (ESPANCA,1969) aponta para a possibilidade de alguns destes desenhos terem passado da colecção de António Joaquim Padrão para a de Cenáculo. O desenho encontra-se referenciado num inventário elaborado por António Francisco Barata (1890) sobre a colecção de quadros da Biblioteca inserido num conjunto compreendido entre os nº 185 a 230, designados como "Desenhos de Vieira Lusitano" que provavelmente correspondem aos nº de inventário ME 669 ao ME 686, e do ME 688 ao ME 715 do Museu de Évora. A partir de 1940 foram desmembrados dos álbuns onde estavam inseridos, juntamente com os de outros pintores, tendo a colectânea sido transferida para o Museu de Évora. É mencionado por Gabriel Pereira (1947), num artigo sobre a Bilioteca Pública, em que faz referência aos desenhos de Vieira Lusitano, englobados num capítulo sobre "QUADROS. DESENHOS. (...)" genéricamente descritos como: "Desenhos a lápis vermelho de Vieira Lusitano; alguns importantes, quase todos assinados. (...) Muitos estão artísticamente dispostos em grupos, formando um todo harmónico, moldurados por aguadas mimosas; o admirador de Vieira Lusitano que fez este trabalho e formou a colecção assinava-se «A. W.»". Este pressuposto não foi considerado por Luisa Arruda (ARRUDA,2000) que parte do princípio que estas duas letras estarão na montagem como uma alusão à intemporalidade do amor de Vieira e de D. Inês de Lima, representando o princípio e o fim, como as letras gregas Alfa e Omega; estas duas letras são interpretadas por Gabriel Pereira como sendo as inicias do aguarelista. «Sobre fundos marmoreados criaram-se molduras arquitectónicas em trompe l'oeil para receber os desenhos, montagens por vezes dotadas de títulos sugestivos referentes às qualidades artísticas ou a aspectos biográficos do pintor. A qualidade deste trabalho aponta para a sua execução por um dos mais fiéis admiradores de Vieira, o pintor António Joaquim Padrão ( 1731-1771 ), como refere Túlio Espanca (ESPANCA, 1969). Sendo esta hipótese verdadeira uma boa parte da colecção foi construídaainda em vida de Vieira Lusitano que terá dado indicações para a reunião e montagem de peças, inspirando-se nas formas de apresentações de desenhos das colecções que conheceu em Roma, derivadas sa montagens da célebre colecção de Giorgio Vasari ( 1511-1574) [...]. Trata-se também de uma grande novidade entre nós, só conhecida na obra de Vieira Lusitano, constituindo mais uma contribuição do pintor para a valorização do desenho como obra de arte. » (ARRUDA, 2000) É curioso observar que em três montagens (ME 695, ME 689 e ME 684) existentes nesta colecção, as figuras representadas, além de ocuparem invariavelmente o mesmo lugar na composição apresentarem características semelhantes, podendo ser diferentes representações de uma mesma pessoa: cardeal da esquerda representado com cabeleira encaracolada e com risco ao meio; o da direita com feições semelhantes e o cabelo em bico na testa, e, em medalhão oval central, um jovem nobre, possivelmente D. Lourenço Brotas de Lencastre.

Bibliografia

ARRUDA, Luisa (cor.); Carvalho, José A. S. - "Vieira Lusitano 1699-1783 - o desenho". Lisboa: 2000, pág. -

ESPANCA, Túlio - Exposição de desenhos de Vieira Lusitano existentes no Museu de Évora. Évora: 1969, pág. nº 23

PEREIRA, Gabriel - A collecção de desenhos e pinturas da Bibliotheca d'Évora em 1884. Lisboa: Officina Typographica, 1903, pág. nº 19

PEREIRA, Gabriel - Estudos Eborenses, I, 2ª ed. Évora: Edições Nazareth, 1947, pág. 123

 
     
     
   
     
     
     
 
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