MatrizNet

 
Logo MatrizNet Contactos  separador  Ajuda  separador  Links  separador  Mapa do Site
 
sexta-feira, 19 de abril de 2024    APRESENTAÇÃO    PESQUISA ORIENTADA    PESQUISA AVANÇADA    EXPOSIÇÕES ONLINE    NORMAS DE INVENTÁRIO 

Animação Imagens

Get Adobe Flash player

 


 
     
     
 
FICHA DE INVENTÁRIO
Museu:
Museu Nacional dos Coches
N.º de Inventário:
IM 0035
Supercategoria:
Arte
Categoria:
Instrumentos musicais
Denominação:
Trombeta
Título:
Trombeta da Charamela Real de D. José I
Autor:
Desconhecido
Local de Execução:
Portugal.
Datação:
1761 d.C.
Matéria:
Prata; cordão de prata dourada; madeira
Técnica:
Prata levantada, soldada, recortada e parcialmente dourada.
Dimensões (cm):
largura: 10; diâmetro: 11,2; comprimento: 72;
Descrição:
Trombeta da Charamela Real composta por tubo dobrado terminando em pavilhão e campânula. Esta, é reforçada por coroa de prata dourada revirada sobre o interior da campânula e recortada na extremidade superior. Apresenta uma cercadura relevada de tipo lourel, inscrição sobre fundo puncionado, zona intermédia lisa e friso de rosetas sobre estrias puncionadas. Ainda as armas reais encimadas por coroa fechada e inscritas em cartela de volutas assimétricas. A meio do pavilhão, um nó largo e achatado, onde se repetem por três vezes as armas reais usadas por D. José I, separadas entre si por duas bandas verticais entrelaçadas, que se destacam da superfície puncionada. Do nó móvel fluem dois encaixes cilíndricos dourados, de base anelada e decorados com motivos fitomórficos incisos. Ao longo dos tubos existem cinco encaixes - anéis - em tudo idênticos aos acima descritos, com decoração espiralada interrompida por leve puncionado. Um destes encaixes tem soldada uma argola para suspensão do cordão. O suporte do bocal repete o mesmo esquema decorativo. A trombeta tem suspenso um cordão de prata dourada de três cabos entrançados, enrolado em torno de um suporte de madeira, rematado por borlas franjadas do mesmo material.
Incorporação:
Transferência - Palácio das Necessidades.
Origem / Historial:
Trombeta natural em ré (no actual diapasão), antigamente em mi bemol. Fazia parte da Charamela Real, corpo de trombetas de corte e legítimo sucessor da alta música do século XVI, composto por vinte e quatro trombetas de prata e quatro tímbales. Durante muito tempo os vocábulos "charamela" e "trombeta" foram sinónimos, embora a primeira consistisse num instrumento de madeira com dez orifícios, tocado unicamente por homens de raça negra. Por determinação do Senado, em 25 de Agosto de 1717, pretendeu-se pôr fim a esta tradição burlesca sem que, contudo, ela fosse inteiramente suprimida. Assim, "charamela" passou a ter um significado colectivo, designando o conjunto de instrumentos de sopro. As vinte trombetas do acervo do M.N.C. - a que se juntam duas outras datadas de 1785 -, imitavam as trombetas da guarda de corpo de Versalhes, como se pode avaliar pelas recolhas de música da Charamela. Os músicos organizavam-se em quatro grupos de seis trombetas e um tímbale e interpretavam cinquenta e quatro cortejos diferentes, que compõem os ainda intactos Livros de Música. Estes cortejos testemunhavam do virtuosismo dos instrumentistas, sendo os excertos musicais tocados ininterruptamente e sem que os instrumentos pudessem ser regulados, pois não possuem quaisquer orifícios de afinação. A versão histórica divulgada pela antiga bibliografia, segundo a qual as trombetas teriam sido utilizadas por ocasião das cerimónias de inauguração da estátua equestre de D. José I, parece hoje pouco verossímil pelo hiato existente entre as datas gravadas nos instrumentos e a referida estátua, inaugurada para comemorar os vinte anos do Terramoto de 1755.
 
     
     
   
     
     
     
 
Secretário Geral da Cultura Direção-Geral do Património Cultural Termos e Condições  separador  Ficha Técnica