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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu: Museu Nacional de Arqueologia N.º de Inventário: 2006.355.1 Supercategoria: Arqueologia Denominação: Figura masculina anguípeda Datação: III d.C. - Época Romana Dimensões (cm): altura: 54 cm; largura: 29,5 cm; espessura: 14 cm; Descrição: Estátua incompleta de figura masculina despida. Falta-lhe o antebraço esquerdo e o braço direito completo,
assim como a extremidade inferior direita e boa parte da esquerda, que acaba de forma recta para apoiar em
pedestal de sustentação. O corpo está voltado para a esquerda e apresenta um apoio no ombro esquerdo que
sugere a existência de um objecto sustentado com esse mesmo braço, eventualmente uma "buccina". A posição do corpo e da parte conservada dos braços faz pensar na identificação desta figura como elemento de um ciclo composto por outras esculturas em que há uma intencional representação de movimento.
De acordo com a tipologia dos seus elementos anatómicos pode ser enquadrado dentro do grupo iconográfico
dos gigantes de carácter anguípedo. Tendo em conta o contexto de ninfeu em que se inseria esta escultura,
poderá ser também identificado como tritão, sendo de salientar a evidente "contaminatio" entre este tipos
iconográficos gigante / tritão.
Na Península Ibérica o paralelo mais próximo desta peça é o gigante de Valdetorres de Jarama (Puerta, Elvira
e Artigas, 1994), directamente relacionado com o grupo de Silahtaraga na actual Turquia (Chaisemartin
1984).
Incorporação: Outro - Depósito temporário. Proveniência: Quinta das Longas
Origem / Historial: Peça descoberta durante a 9ª campanha de trabalhos arqueológicos na Villa Romana de Quinta das Longas, no Verão do ano 2000.
Um dos mais impressionantes traços da singularidade desta villa evidenciou-se com a descoberta de um grupo escultórico composto por várias figuras quase completas e cerca de uma centena de fragmentos. As peças faziam parte de um vasto conjunto que adornava uma área de um pátio pavimentado a mármore e a xisto, sobranceiro a uma linha de água, que limitaria a norte a Pars urbana da Villa. O conjunto estava incluido numa cascata artificial adoçada à parede meridional do referido pátio e/ou sobre o alpendre construído no centro deste compartimento apresentando como elemento unificador uma frondosa ramagem que perpassava por detrás de toda a cena, ligando-se às esculturas, sendo raras aquelas que não apresentam marcas da ligação a esse fundo vegetalista.
Bibliografia | GONÇALVES, Luís Jorge Rodrigues - Escultura romana em Portugal: uma arte do quotidiano., 2 Vols., Tese de Doutoramento. Mérida: Junta da Extremadura, 2007, pág. 292 a 293 e 92 | RIBEIRO, José Cardim (Coord) - Religiões da Lusitânia, Loquuntur saxa. Lisboa: IPM, 2002, pág. 497 | NOGALES, Trinidad; CARVALHO, António e ALMEIDA, Maria José (2005) - El programa decorativo de la Quinta das Longas (Elvas, Portugal): un modelo excepcional de las uillae de la Lusitânia. In IV Reunião sobre escultura Romana na Hispânia. Lisboa, p.103-156, pág. 118-123, fig 5 | CARVALHO, António; ALMEIDA, Maria José ( 1999-2000). " A villa romana de Quinta das Longas (S. Vicente e Ventosa, Elvas): uma década de trabalhos arqueológicos (1991-2001)". In a Cidade, nº 13/14 (nova série), p.13-37 | ÁLVAREZ MARTÍNEZ, J.M.; CARVALHO, A.; FABIÃO, C. "Lusitania Romana. Origen de dos pueblos. Lusitânia Romana. Origem de dois povos". STVDIA LUSITANA, 9. Mérida, 2015, pág. 317 | CARVALHO, A.; ALVAREZ-MARTINEZ, J.M.; FABIÃO, C. (2015) - Catálogo da exposição Lusitânia Romana - Origem de dois Povos. Lisboa. INCM - MNA, pág. 298 | |
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