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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu:
Museu Nacional de Arqueologia
N.º de Inventário:
E 136
Supercategoria:
Arqueologia
Categoria:
Antropologia física
Denominação:
Sarcófago de Pabasa
Local de Execução:
Egipto
Centro de Fabrico:
Akhmim
Datação:
III a.C. - I a.C. - Período ptolemaico
Matéria:
Madeira e gesso
Técnica:
Talhe e pintura
Dimensões (cm):
largura: 48; comprimento: 185;
Descrição:
Sarcófago contendo uma múmia, profusamente decorado, feito de madeira com cobertura de estuque pintado e envernizado. Constituído por duas partes com a de cima encaixando na de baixo, contém um corpo mumificado envolvido num sudário de linho. O interior do sarcófago está revestido de linho, sem qualquer decoração ou inscrição. Ao contrário da metade inferior, a metade superior foi envernizada e com o tempo as cores foram-se alterando, apresentando o sarcófago um característico tom amarelado, notando-se, entre outras alterações cromáticas, a passagem do azul para verde escuro. O rosto, de traços bem delineados e olhar expressivo, é envolvido por uma cabeleira de listas paralelas caindo sobre o peito que assenta no grande colar floral de várias voltas, pintado com diferentes motivos, sendo de sublinhar a habitual presença das flores de lótus estilizadas. Ostenta pêra osírica pintada de preto. Sobre a cabeça, e interrompendo a decoração listada, encontra-se uma cartela tendo inscrito um escaravelho sagrado que empurra dois discos solares, o maior com as patas da frente e o menor com as patas de trás. A profusa temática da cobertura divide-se em vários registos de carácter mitológico, separados entre sí por um friso de pequenos rectângulos coloridos e de elementos vegetalizantes. O primeiro registo apresenta como tema central um complexo símbolo de Abidos (singo R17 de Gardiner) que se prolonga para cima e avança pelo grande colar floral, sendo constituído por um signo "dju" (colina) no qual se apoiam duas figuras leoninas opondo as costas, dando-se as mãos e cruzando as asas; segue-se um signo "aker" com duas serpentes solarizadas, tendo por cima um disco solar vermelho com uma serpente de pescoço dilatado e duas altas plumas. A referida colina, que serve de base à alegoria abidiana, é ladeada por dois pássaros "ba" (aves de rosto humano, corporizações de um elemento material presente nas pessoas e nos deuses) em pose de veneração, e ainda por uma imagem de Hórus coberto por uma pele de leopardo, identificado pela legenda hieroglífica ao lado como sendo o Hórus Vingador (Hornedjeti), à direita, e uma figura já apagada (Tot?), à esquerda. Qualquer das figuras divinas exibe o "ankh" numa das mãos, pendendo-lhes dos braços um "ankh" e duas "uas" (vida e prosperidade). Prosseguindo para o lado direito, vemos duas crianças nuas representando os filhos de Hórus identificados, pelos textos que correm na vertical, como sendo Imsethi e Hapi; para o lado esquerdo estão outros dois filhos de Hórus, também como crianças nuas, designados pelos seus nomes de Duamuetef e Kebehsenuef. O segundo registo apresenta ao centro Osíris entronizado, com o seu nome escrito ao lado, e com a simbologia típica da coroa branca, indumentária de mumificado com colar, mãos unidas à frente do peito com o ceptro "nekhakha" para a direita, e o "hekat" para a esquerda: ladeiam Hórus as suas irmãs Ísis (à frente) e Néftis ( atrás), cada uma com o respectivo signo identificador sobre a cabeça e com o reforço das legendas com os nomes. Atrás de Ísis, e em posição de adoração, virado para Osíris, encontra-se o defunto, de cabeça rapada e vestido de linho, com colar, pulseiras e braceletes, identificado pelo texto vertical à sua frente: sacerdote "semati" Osíris Pabasa, filho de Hor. Segue-se a imagem de um babuíno mumificado acompanhado por um estandarte de pluma e com um pequeno trecho que, no essencial, alude às preces dedicadas ao seu senhor, todos os dias, "para alegria do seu coração". Para a esquerda, atrás de Néftis, postam-se a deusa Serket e uma divindade feminina antecedidas por pequenos textos na vertical. O terceiro registo aparece-nos, como tema central, o deus solar Ré-Horakhti, chamado de deus grande e senhor do céu, com os atributos da realeza e sentado perante um altar recheado de oferendas (pães e flores de lótus), pousadas sobre o signo "hotep" (aqui claramente com o significado de oferenda), ladeando o pé do altar dois vasos com água do Nilo envolvidos por uma planta de lótus; à direita está o monstro devorador de corações impuros sentado sobre uma caixa; depois, com o corpo meio apagado pela falta de um fragmento de gesso pintado, vê-se Tot, "netjer" letrado, manejando a paleta e o cálamo e preparando-se para registar a ocorrência do julgamento e a decisão final; ainda para a direita encontra-se a balança na pesagem do coração do defunto para ver se está limpo de iniquidade e poder ser considerado puro (ou justificado); sobre o elemento central da balança posta-se um babuíno tendo atrás de si uma legenda identificadora de quem está a ser avaliado na pesagem: O Osíris Pabasa (aqui com o nome abreviado para Basa); dois deuses completam a cena: Anúbis, com cabeça de cão selvagem, controlando o prato da esquerda, e Hórus Vingador verificando o fiel da balança, ambos identificados pelos respectivos nomes. Para a esquerda, e logo atrás de Ré-Horakhti, perfila-se a deusa Neit, com o signo do seu nome sobre a cabeça, seguida por uma serpente exibindo a coroa emplumada "atef". Um esquife com o sarcófago do defunto a merecer os cuidados de Hórus constitui o tema central do quarto registo, tendo à cabeça e aos pés Isís e Néftis, ambas ajoelhadas sobre o hieróglifo "nub" (ouro). Sob o leito fúnebre, na forma tradicionalmente leonina, encontram-se os bens que o justificado levará para o além. O quinto registo mostra-nos Osíris mumificado, com o colar e coroa branca com serpente sagrada, ladeado por elementos vegetais, dentro de um círculo, o qual, por sua vez, é guarnecido por dois obeliscos; à direita encontra-se Iunmutef com a sua característica pele de leopardo e à esquerda apresenta-se Tot, declarado como senhor dos Oito, isto é, o deus tutelar de Khmunu (a actual Ihnasseia el-Medina). Finalmente, o último registo mostra-nos um falcão em pose sokárica, uma imagem arcaizante de forte timbre funerário, ladeado por inscrições e por pássaros "ba" e apoiado num colcorido signo "heb", a partir do qual começa a curvatura do sarcófago para a formação dos pés rematados à frente pelo signo "uen" "wn" (festa ?). Segue-se, já na base, um friso de signos "ankh" ladeados por "uas" apoiados em signos "neb". A base do sarcófago apresenta no fundo o touro Ápis lançado em corrida, de corpo manchado e com serpente entre a cornamenta, tendo por cima os signoa que o identificam como Osíris Ápis. Na metade inferior encontra-se um longo texto hiéroglifo extraído do «Livro dos Mortos», com quatro colunas de cada lado, na vertical, separadas entre sí por traços pretos. A parte de trás é ilustrada por uma inscrição hieroglífica vertical, pintada no grande pilar djed, o qual se remata em cima por um signo "ankh" humanizado, com dois braços (decorados com bracetes e pulseiras) que erguem um disco solar. O "ankh" com dois braços inscreve-se na cabeleira listrada. Tanto o pilar djed, em vermelho, azul escuro e verde claro, como os hiéroglifos, a preto, foram pintados sobre o fundo amarelo. (LMA)
Incorporação:
Doação - Colecção Palmela
Proveniência:
Egipto
Origem / Historial:
Integra o conjunto de peças que o duque de Palmela doou ao MNA. Desconhece-se a data da sua integração no Museu. No entanto em 1964 Saavedra Machado dá notícia dela como integrando o armário nº 6 da antiga Sala Egipcía (Machado, 1964, p. 266). É provável que a sua entrada no Museu se tenha verificado na década de 30 a 60 do século XX.
 
     
     
   
     
     
     
 
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