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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu: Museu Nacional de Arqueologia N.º de Inventário: 988.3.6 Supercategoria: Arqueologia Denominação: Ara a Endovélico Local de Execução: Alentejo Datação: I d.C. - Época Romana Matéria: Mármore branco do tipo Estremoz/Vila Viçosa. Dimensões (cm): altura: 98; largura: 49; espessura: 42; Descrição: "Ara votiva (...), trabalhada nas quatro faces: polida à frente, trabalhada à bojarda nas demais. Na parte superior da cornija, elevando-se a 5,5 cm de altura, um capitel (48 x 36 x 5,5) com toros laterais (...), bem delineados, com "saliência" longitudinal a meio; fóculo circular pouco profundo com 25 cm de diâmetro exterior e 17 de diâmetro interno. Listel simples a que se segue uma moldura do tipo garganta encestada.
Na base, molduração constituída por filete e gola reversos." (J.d'Encarnação, 1984)
ENDOVELLICO / ARAM / ANTVBELLICVS / PRISCVS . IVSSV / IPSIVS . LHYBENS / ANIMO . PONENDAM / CVRAVIT //
A Endovellicus. Antubellicus Priscus, por ordem do próprio deus, de bom grado tratou de erigir este altar.
Incorporação: Outro - Mandato legal.
Escavações de J.L.Vasconcelos Proveniência: S. Miguel da Mota
Origem / Historial: *Forma de Protecção: classificação;
Nível de Classificação: interesse nacional;
Motivo: Necessidade de acautelamento de especiais medidas sobre o património cultural móvel de particular relevância para a Nação, designadamente os bens ou conjuntos de bens sobre os quais devam recair severas restrições de circulação no território nacional e internacional, nos termos da lei nº 107/2001, de 8 de Setembro e da respectiva legislação de desenvolvimento, devido ao facto da sua exemplaridade única, raridade, valor testemunhal de cultura ou civilização, relevância patrimonial e qualidade artística no contexto de uma época e estado de conservação que torne imprescindível a sua permanência em condições ambientais e de segurança específicas e adequadas;
Legislação aplicável: Lei nº 107/2001, de 8 de Setembro;
Acto Legislativo: Decreto; nº 19/2006; 18/07/2006*
O Santuário do Deus Endovélico situa-se no Monte de S. Miguel da Mota, Alandroal. Nesse local havia as ruínas de um templo cristão, cujos alicerces e paredes eram em parte constituídos por pedras pertencentes ao santuário de Endovélico, tais como aras, estatuetas, bases de estátuas e de aras. No Entrudo de 1890 José Leite de Vasconcelos deslocou-se a S. Miguel da Mota e obteve do dono da herdade, Sr.Manuel Inácio Belo a necessária autorização para iniciar os trabalhos arqueológicos. Nessa altura recolheu algumas peças, que trouxe para a Bilblioteca Nacional de Lisboa, onde, à data, era Conservador. Verificou no entanto que era necessário proceder à desmontagem do edificio para se poderem recolher as melhores peças. Participou tal facto ao Inspector Geral dos arquivos e bibliotecas públicas do reino, Sr. António Ennes, que conseguiu autorização do Ministro do Reino que mandou fazer a exploração arqueológica. Foi José Leite de Vasconcelos encarregado desse trabalho, que iniciou na Páscoa desse mesmo ano. Trouxe cerca de 200 lápides (elementos arquitetónicos, fragmentos, etc.) que se depositaram na Biblioteca Nacional e foram daí transferidas para o Museu.
Bibliografia | ENCARNAÇÃO, José d' - Inscrições Romanas do Conventus Pacensis- Subsídios para o Estudo da Romanização. Coimbra: 1984, pág. p.567, nº487 | HÜBNER, Emil - Corpus Inscriptionum Latinarum, vol. II. Berlim: 1869, pág. vol.II, nº5202 | LAMBRINO, Scarlat - "Catalogue des Inscriptions Latines du Musée Leite de Vasconcelos", in O Arqueólogo Português, série III, vol. I. Lisboa: MNA, 1967, pág. p.168-169, nº93 | LAMBRINO, Scarlat - "Inscriptions latines du musée Dr Leite Vasconcelos, O Arqueólogo Português n.s.1. Lisboa: 1951, pág. p.53 e s., nº13 | LAMBRINO, Scarlat - "Le Dieu Lusitanien Endovellicus", Bulletin des Études Portugaises et Brésiliennes, XV. Lisboa: 1951, pág. p.98, nº2; p.107 e p.139 | RIBEIRO, José Cardim (Coord) - Religiões da Lusitânia, Loquuntur saxa. Lisboa: IPM, 2002, pág. 392-293 | ROCHA ESPANCA, Joaquim José da - O Deus Endovellico dos Celtas do Alentejo, in Bol. da Sociedade de Geografia de Lisboa, vol.II. Lisboa: 1882, pág. p.286-287, nº19 | |
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