Museu:
Museu Nacional de Arqueologia
N.º de Inventário:
999.3.2
Supercategoria:
Arqueologia
Denominação:
Bilha com decoração a "verde e manganés"
Datação:
XI d.C. - Idade Média - Contexto Islâmico
Dimensões (cm):
altura: 20,5; diâmetro: 18;
Descrição:
Pequena bilha de corpo piriforme, com arranque do colo, cilíndrico ou esvasado, e fundo plano, levemente convexo na ligação à parte inferior do corpo. Fabrico a torno alto, de cozedura oxidante, com pasta de cor creme amarelada (M. 10YR7/3), textura homogénea, de natureza arenosa, e elementos não plásticos finos. Superfície interna vidrada, de tom verde irregular, superfície externa com engobe creme amarelado sobre o qual conserva restos de vidrado transparente, portanto não estanífero. Técnica decorativa em "verde e manganés" na parte superior do bojo, cujos motivos ornementais mostram, no arranque para o colo, traços pintados a negro, que aparentam marca epigráfica; na ligação do colo com o ombro apresenta duas séries de traços ondulantes no interior de linhas horizontais; segue-se, no corpo, motivos dispostos na vertical, que representam "cordões da eternidade" delimitados por faixas duplas e intervalados de bolbos de flor de lótus. Esta peça, proveniente de uma fortificação de fundação omíada (séculos IX/X), foi recolhida em contexto habitacional da segunda fase de ocupação, que se insere na época dos reinos de taifas (século XI), quando esta técnica ornamental atinge grande divulgação no território de al-Andalus. Contudo, os motivos que a peça apresenta (cordões da eternidade e bolbos de lótus) reflectem a prevalência da simbologia do califado omíada de Córdova, presente em bilhas congéneres, por exemplo da cidade palatina de Medina Azahara.
Helena Catarino.
Incorporação:
Outro - Integração por despacho do Ministro da Cultura.
Proveniência:
Castelo das Relíquias