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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu:
Museu Nacional de Arqueologia
N.º de Inventário:
994.42.1
Supercategoria:
Arqueologia
Categoria:
Escultura
Denominação:
Hermes bifronte
Datação:
I d.C. - Época Romana
Matéria:
Mármore
Dimensões (cm):
altura: 19; largura: 15,5; espessura: 22,3;
Descrição:
Escultura bifronte, figurando duas cabeças opostas, unidas pela nuca, sendo uma masculina e outra feminina. O modelo masculino surge-nos como um homem jovem e barbado, e o modelo feminino como uma mulher jovem, segundo os clássicos arquétipos de Diónisos e de Ariadne. O cabelo de ambos é ondeado, dividido em bandós separados por risco ao meio tapando quase inteiramente as orelhas, coroado por um "corimbus", diadema entretecido de ramos e folhas de hera. A face arredondada e de olhos salientes da figura feminina foi concebida seguindo os padrões da moda helenizante e contrasta com o perfil miúdo, seco e anguloso da cara masculina coberta de uma barba bífida e encaracolada, de que se denota um forte uso de trépano. Em ambos os rostos, os olhos são amendoados e sem pupilas. As cabeças foram partidas pela base do pescoço. Encimavam uma coluna ou pilastra denominada "Hermes", designação que lhe veio do facto de primitivamente essas colunas apresentarem na parte superior a cabeça de Mercúrio ou Hermes. Os "Hermae " serviam como marcos de encruzilhadas e caminhos protegendo viajantes ou pastores,que posteriormente foram utilizados em jardins e casas particulares com a representação de Diónisos e do seu paredro Ariadne, agora relacionados sobretudo com cultos de fecundidade e protecção da natureza. O carácter bifronte destas peças simboliza (ainda) no âmbito das tradições esotéricas de cariz dionisíaco, a reunião dos opostos: masculino/feminino; dia/noite; Sol/Lua...Daqui derivou a sua vulgarização como símbolo apotropaico, colocado nas casas como garante da fecundidade nascida da união dos contrários e, tão significativamente, nas encruzilhadas, onde a divergência dos destinos se torna momentaneamente convergente e una. (Segundo fichas de Catálogos de Escultura Romana do MNA, da autoria de José Luis de Matos e da Exposição "Religiões da Lusitânia" da autoria de José cardim Ribeiro)
Incorporação:
Transferência - Em 1894 todo o material recolhido por Estácio da Veiga deu entrada no Museu Etnológico Português.
Proveniência:
Quinta do Muro, Cacela, Vila Real de Santo António
Origem / Historial:
*Forma de Protecção: classificação; Nível de Classificação: interesse nacional; Motivo: Necessidade de acautelamento de especiais medidas sobre o património cultural móvel de particular relevância para a Nação, designadamente os bens ou conjuntos de bens sobre os quais devam recair severas restrições de circulação no território nacional e internacional, nos termos da lei nº 107/2001, de 8 de Setembro e da respectiva legislação de desenvolvimento, devido ao facto da sua exemplaridade única, raridade, valor testemunhal de cultura ou civilização, relevância patrimonial e qualidade artística no contexto de uma época e estado de conservação que torne imprescindível a sua permanência em condições ambientais e de segurança específicas e adequadas; Legislação aplicável: Lei nº 107/2001, de 8 de Setembro; Acto Legislativo: Decreto; nº 19/2006; 18/07/2006* Peça pertencente ao espólio de Estácio da Veiga recolhido aquando a realização da carta arqueológica do Algarve. Fez parte do Museu Arqueológico do Algarve, e em 1894 foi integrada no actual Museu Nacional de Arqueologia, por decreto de 20 de Dezembro de 1893 do Ministro Bernardino Machado, conforme "O Arqueólogo Português, série 1, vol. VII, 1903.

Bibliografia

ALARCÃO, Jorge de - Portugal Romano. Lisboa: Editorial Verbo, 1974, pág. 201

CORREIA, Vergílio - História de Portugal. Barcelos: 1928, pág. 247

GONÇALVES, Luís Jorge Rodrigues - Escultura romana em Portugal: uma arte do quotidiano., 2 Vols., Tese de Doutoramento. Mérida: Junta da Extremadura, 2007, pág. 256 a 258 e 80

LACERDA, Aarão de - "História da Arte em Portugal", 1. Porto: Portucalense Editora, 1942, pág. 89

MATOS, José Luís de - "Subsídios para um Catálogo da Escultura Luso-Romana", dissertação de licenc. apresentada à F.L.L.. Lisboa: 1966, pág. 50

RIBEIRO, José Cardim (Coord) - Religiões da Lusitânia, Loquuntur saxa. Lisboa: IPM, 2002, pág. 403

SANTOS, Maria Luisa Estácio da Veiga Afonso dos - "Arqueologia Romana do Algarve", volume 2. Lisboa: Associação dos Arqueólogos Portugueses, 1972, pág. 309

SOUZA, Vasco de - "Corpus Signorum Imperii Romani - Corpus der Skulpturen der Römischen Welt - Portugal". Coimbra: 1990, pág. 39

SOUZA, Vasco de - "Escultura Romana", in História da Arte Portuguesa, volume 1. Lisboa: Alfa, 1986, pág. 132

VASCONCELOS, José Leite de - Religiões da Lusitânia, vol.III. Lisboa: Imprensa Nacional, 1913, pág. 497

 
     
     
   
     
     
     
 
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