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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu: Museu Nacional de Arqueologia N.º de Inventário: 988.4.2 Supercategoria: Arqueologia Denominação: Estátua masculina Datação: II d.C. - Época Romana Dimensões (cm): altura: 58; largura: 43,1; espessura: 23,1; Descrição: Fragmento da parte inferior de um relevo mostrando um personagem masculino envergando toga e calçando borzeguins ("calceamenta"), junto de um grande "scrinius" ou caixa de rolos de documentos. O conjunto assenta sobre uma base que lhe dá estabilidade. Nas costas vê-se igualmente o relevo das pregas e dobras da toga bem como o escrínio. O relevo foi cortado por cima dos joelhos do togado que mostra a perna esquerda ligeiramente flectida. As pregas do vestuário na parte de trás são representadas por meros sulcos que caem direitos sobre a base. Estátua de um romano fazendo-se acompanhar pela caixa de documentos legais indiciadores ou da sua função de magistrado ou da posse de propriedades. Ex-voto do santuário.
Incorporação: Outro - Mandato legal.
Escavações de José Leite de Vasconcelos Proveniência: S. Miguel da Mota.
Origem / Historial: O Santuário do Deus Endovélico situa-se no Monte de S. Miguel da Mota, Alandroal. Nesse local havia as ruínas de um templo cristão, cujos alicerces e paredes eram em parte constituídos por pedras pertencentes ao culto de Endovélico, tais como aras, estatuetas, bases de estátuas e de aras. No Entrudo de 1890 José Leite de Vasconcelos deslocou-se a S. Miguel da Mota e obteve do dono da herdade, Sr. Manuel Inácio Belo a necessária autorização para iniciar os trabalhos arqueológicos. Nessa altura recolheu algumas peças, que trouxe para a Biblioteca Nacional de Lisboa, onde, à data, era Conservador. Verificou no entanto que era necessário proceder à desmontagem do edificio para se poderem recolher as melhores peças. Participou tal facto ao Inspector Geral dos arquivos e bibliotecas públicas do reino, Sr. António Ennes, que conseguiu autorização do Ministro do Reino que mandou fazer a exploração arqueológica. Foi José Leite de Vasconcelos encarregado desse trabalho, que iniciou na Páscoa desse mesmo ano. Trouxe cerca de 200 lápides, para além de elementos arquitetónicos, diversos fragmentos de estatuária, entre outro material, que se depositou na Biblioteca Nacional e daí transferido para o Museu.
Bibliografia | DIAS, M. M. Alves; COELHO, Luís - "Endovélico: caracterização social da romanidade dos cultantes e do seu santuário (São Miguel da Mota, Terena, Alandroal)", in O Arqueólogo Português, série IV, vol. 13/15. Lisboa: Museu Nacional de Arqueologia, 1995-1997, pág. 251, fig.4 | GONÇALVES, Luís Jorge Rodrigues - Escultura romana em Portugal: uma arte do quotidiano., 2 Vols., Tese de Doutoramento. Mérida: Junta da Extremadura, 2007, pág. 325 a 326 e 100 | INVENTÁRIO do Museu Nacional de Arqueologia, Colecção de Escultura Romana. Lisboa: I.P.M., 1995, pág. nº cat. 96 | RIBEIRO, José Cardim (Coord) - Religiões da Lusitânia, Loquuntur saxa. Lisboa: IPM, 2002, pág. 386 | SOUZA, Vasco de - "Corpus Signorum Imperii Romani - Corpus der Skulpturen der Römischen Welt - Portugal". Coimbra: 1990, pág. p.34 | VASCONCELOS, José Leite de - Religiões da Lusitania, II. Lisboa: Imprensa Nacional, 1905, pág. 111-146 | VASCONCELOS, José Leite de - Religiões da Lusitânia, vol.III. Lisboa: Imprensa Nacional, 1913, pág. 195, 196 | |
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