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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu: Museu Nacional de Arqueologia N.º de Inventário: 988.3.149 Supercategoria: Arqueologia Denominação: Base de estátua militar Local de Execução: Alentejo Datação: I d.C. - II d.C. - Época Romana Dimensões (cm): altura: 35,2; largura: 35,5; espessura: 16,7; Descrição: Fragmento de uma estátua representando a parte inferior de um soldado com as características sandálias (caligae) e o emblemático escudo rectangular de legionário, pousado atrás da porção da perna esquerda, com o respectivo umbo e os "episemas" ou símbolos distintivos de unidade e posto, de pequeno tamanho. Vê-se ainda, junto à perna esquerda, a orla inferior do manto e a base de uma lança. Todo o conjunto repousa sobre uma base aparada e arredondada inferiormente. Trata-se de um ex-voto, em que um militar acompanhado dos atributos da sua função, veio cumprir um voto ou devotar-se ("dedicatio") em estátua ao deus Endovélico no seu santuário. Incorporação: Outro - Mandato legal.
Escavações de J.L.Vasconcelos Proveniência: S. Miguel da Mota.
Origem / Historial: O Santuário do Deus Endovélico situa-se no Monte de S. Miguel da Mota, Alandroal. Nesse local havia as ruínas de um templo cristão, cujos alicerces e paredes eram em parte constituídos por pedras pertencentes ao culto de Endovélico, tais como aras, estatuetas, bases de estátuas e de aras. No Entrudo de 1890 José Leite de Vasconcelos deslocou-se a S. Miguel da Mota e obteve do dono da herdade, Sr. Manuel Inácio Belo a necessária autorização para iniciar os trabalhos arqueológicos. Nessa altura recolheu algumas peças, que trouxe para a Bilblioteca Nacional de Lisboa, onde, à data, era Conservador. Verificou no entanto que era necessário proceder à desmontagem do edificio para se poderem recolher as melhores peças. Participou tal facto ao Inspector Geral dos arquivos e bibliotecas públicas do reino, Sr. António Ennes, que conseguiu autorização do Ministro do Reino que mandou fazer a exploração arqueológica. Foi José Leite de Vasconcelos encarregado desse trabalho, que iniciou na Páscoa desse mesmo ano. Trouxe cerca de 200 lápides, para além de elementos arquitectónicos, fragmentos de escultura, que se depositaram na Biblioteca Nacional e foram daí transferidas para o Museu.
Bibliografia | DIAS, M. M. Alves; COELHO, Luís - "Endovélico: caracterização social da romanidade dos cultantes e do seu santuário (São Miguel da Mota, Terena, Alandroal)", in O Arqueólogo Português, série IV, vol. 13/15. Lisboa: Museu Nacional de Arqueologia, 1995-1997, pág. 251, fig.3 | GONÇALVES, Luís Jorge Rodrigues - Escultura romana em Portugal: uma arte do quotidiano., 2 Vols., Tese de Doutoramento. Mérida: Junta da Extremadura, 2007, pág. 331 a 332 e 102 | INVENTÁRIO do Museu Nacional de Arqueologia, Colecção de Escultura Romana. Lisboa: I.P.M., 1995, pág. nº cat. 98 | RIBEIRO, José Cardim (Coord) - Religiões da Lusitânia, Loquuntur saxa. Lisboa: IPM, 2002, pág. 387 | SOUZA, Vasco de - "Corpus Signorum Imperii Romani - Corpus der Skulpturen der Römischen Welt - Portugal". Coimbra: 1990, pág. p.35 | VASCONCELOS, José Leite de - Religiões da Lusitania, II. Lisboa: Imprensa Nacional, 1905, pág. 111-146 | VASCONCELOS, José Leite de - Religiões da Lusitânia, vol.III. Lisboa: Imprensa Nacional, 1913, pág. 195, 196 | |
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