|
FICHA DE INVENTÁRIO
Museu: Museu Nacional de Arqueologia N.º de Inventário: 988.3.63 Supercategoria: Arqueologia Denominação: Parte inferior de árula Local de Execução: Alentejo Centro de Fabrico: No santuário de São Miguel da Mota? Matéria: Mármore branco de tipo Estremoz/Vila Viçosa Dimensões (cm): altura: 23; largura: 20; espessura: 11; Descrição: "Parte inferior duma árula votiva (...), trabalhada nas quatro faces, que, atendendo à molduração da base (de gola reversa), poderia ter sido muito semelhante por exemplo aos monumentos [988.3.35] e [988.3.34]. Não se trata, pois, duma «ara com pedestal», como sugere J. M. Blázquez, ou dum «fragment de petite stèle», como quer Lambrino. Na face lateral esquerda, uma "pinea" estilizada em relevo, a que faltará um terço da altura (8,5 x 4,7); na face lateral direita, em relevo também, uma palma (11 x 5). Tanto uma como outra são símbolos de eternidade, acentuando por consequência o carácter infernal de Endovélico." (J.d'Encarnação, 1984)
[...] / Q(uintus) . IVLIVS . / PVLTARIVS / A(nimo) . L(ibens) . V(otum) . S(olvit) //
[...] Quintus Iulius Pultarius cumpriu o voto de boa vontade.
Incorporação: Outro - Mandato legal.
Escavações de J.L.Vasconcelos Proveniência: S. Miguel da Mota
Origem / Historial: O Santuário do Deus Endovélico situa-se no Monte de S. Miguel da Mota, Alandroal. Nesse local havia as ruínas de um templo cristão, cujos alicerces e paredes eram em parte constituídos por pedras pertencentes ao culto de Endovélico, tais como aras, estatuetas, bases de estátuas e de aras. No Entrudo de 1890 José Leite de Vasconcelos deslocou-se a S. Miguel da Mota e obteve do dono da herdade, Sr. Manuel Inácio Belo a necessária autorização para iniciar os trabalhos arqueológicos. Nessa altura recolheu algumas peças, que trouxe para a Bilblioteca Nacional de Lisboa, onde, à data, era Conservador. Verificou no entanto que era necessário proceder à desmontagem do edificio para se poderem recolher as melhores peças. Participou tal facto ao Inspector Geral dos arquivos e bibliotecas públicas do reino, Sr. António Ennes, que conseguiu autorização do Ministro do Reino que mandou fazer a exploração arqueológica. Foi José Leite de Vasconcelos encarregado desse trabalho, que iniciou na Páscoa desse mesmo ano. Trouxe cerca de 200 lápides (elementos arquitetónicos, fragmentos, etc.) que se depositaram na Biblioteca Nacional e foram daí transferidas para o Museu.
Bibliografia | ENCARNAÇÃO, José d' - Inscrições Romanas do Conventus Pacensis- Subsídios para o Estudo da Romanização. Coimbra: 1984, pág. 588-589 p. | INVENTÁRIO do Museu Nacional de Arqueologia, Colecção de Escultura Romana. Lisboa: I.P.M., 1995, pág. nº cat. 113 | LAMBRINO, Scarlat - "Catalogue des Inscriptions Latines du Musée Leite de Vasconcelos", in O Arqueólogo Português, série III, vol. I. Lisboa: MNA, 1967, pág. p.181, nº108 | LAMBRINO, Scarlat - "Le Dieu Lusitanien Endovellicus", Bulletin des Études Portugaises et Brésiliennes, XV. Lisboa: 1951, pág. p.99, nº12 e p.123-124 | VASCONCELOS, José Leite de - "Epigrafia de Museu Etnológico (Belem)", in O Arqueólogo Português, vol. XXX. Lisboa: Imprensa Nacional, 1956, pág. p.118, nº41 | VASCONCELOS, José Leite de - "Inscrições lusitano-romanas do Museu Etnológico", Revista Arqueológica. Lisboa: 1934, pág. 193-194 | |
|
|