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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu: Museu Nacional de Arqueologia N.º de Inventário: 994.47.1 Supercategoria: Arqueologia Denominação: Ara de Caecilia Marina Datação: II d.C. - Época Romana Matéria: Calcário oolítico Dimensões (cm): altura: 104; largura: 47; espessura: 47; Descrição: Monumento funerário em forma de ara; moldura sob a cornija e na base; capitel bastante deteriorado, composto por plinto liso e apresentando uma cavidade escavada ao centro do topo. Na face lateral esquerda, na face lateral direita e na face posterior do fuste foram escavadas cartelas em forma de nicho, no interior das quais se encontram representados em relevo, respectivamente, um jarro, uma pátera e um crescente de pontas viradas para cima; evocação do ritual de libação aos entes divinos e, simultaneamente, da morada lunar dos mortos (cfr. Cumont, 19662, p. 177-252). A face anterior é ocupada pelo campo epigráfico, delimitado por uma singela moldura; paginação do texto alinhada à esquerda, excepto na penúltima linha onde é seguido o eixo de simetria. Epitáfio de uma cidadã romana - Caecilia Marina -, correctamente identificada através de gentilício, cognomen e filiação; natural de Ossonoba, esta mulher viveu até uma provecta idade, aqui simbolizada pelo número muito provavelmente 'arredondado' de 85 anos. "Consagrado aos Deuses Manes. A Caecilia Marina, filha de Lucius (Caecilius), ossonobense, de 85 anos (de idade). Está aqui sepultada. A terra te seja leve!" (J.C.R, 2002, cat. 265)
Leitura: D(iis) . M(anibus) . S(acrum) / CAECILIAE / L(ucii) . FIL(iae) . MARI/NAE OSSO / NOB(ensi) . AN/NORVM / LXXXV / H(ic) . S(ita) . E(st) . S(it) . T(ibi) . T(erra) . L(evis) //
Tradução: Consagrado aos deuses Manes. A Cecília Marina, filha de Lucius, ossonobense, de oitenta e cinco anos. Aqui jaz. Que a terra te seja leve. Incorporação: Transferência - Nesta data foram integrados no MNA os objectos recolhidos por Estácio da Veiga para o Museu do Algarve.
Origem / Historial: Peça recolhida por Estácio da Veiga, conjuntamente com outra (nº E 6388), no lugar de São Romão. Fizeram parte do Museu do Algarve e em 1894 foram integradas no actual Museu Nacional de Arqueologia, por decreto de 20 de Dezembro de 1893 do Ministro Bernardino Machado, conforme "O Arqueólogo Português, série 1, vol. VII, 1903.
Bibliografia | ALARCÃO, Jorge de - Roman Portugal, vol. II. Inglaterra: Aris & Phillips LTD, 1988, pág. fasc. 3, 8/271 | ENCARNAÇÃO, José d' - Inscrições Romanas do Conventus Pacensis- Subsídios para o Estudo da Romanização. Coimbra: 1984, pág. 112-113 | INVENTÁRIO do Museu Nacional de Arqueologia, Colecção de Escultura Romana. Lisboa: I.P.M., 1995, pág. nº 57 | LAMBRINO, Scarlat - "Catalogue des inscriptions du Musée", in O Arqueólogo Português, n. s. IV. Lisboa: 1962, pág. nº 23 | RIBEIRO, José Cardim (Coord) - Religiões da Lusitânia, Loquuntur saxa. Lisboa: IPM, 2002, pág. 533 | PEREIRA, Carlos (2014). As Necrópoles Romanas do Algarve - Acerca dos Espaços da Morte no Extremo Sul da Lusitânia. Dissertação de doutoramento. Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa., pág. II, est. 49.3 | Roteiro da exposição LOULÉ, TERRITÓRIOS, MEMÓRIAS, IDENTIDADES (2017) , pág. 59 | |
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