Origem / Historial:
Desconhece-se a proveniência desta ponta de correia.
É provável contudo que se trate de uma peça da antiga colecção de antiguidades reunida pelo Prior de Salir, conhecido colecionador algarvio. A sua colecção compreendia também vários objectos da época islâmica e após a sua morte foi adquirida por Leite Vasconcellos ao irmão do falecido em 1913.
Na lista dos objectos adquiridos figura, entre outros, um artefacto dado como "ponteira de bainha, de bronze"- E 4925, enumerada no meio de outras peças islâmicas.
Pontas de correia como esta integravam os talins dos quais pendiam armas ou faziam parte dos arreios.
Artefactos de metal decorados com esmaltes, tais como taças, jarras, armas ou jóias, eram produzidos em diversas zonas do mundo islâmico tendo adquirido particular notoriedade no Egipto fatímida, no al-Andalus e posteriormente na Pérsia e na Índia dos Mógois. Constituem no entanto peças bastante raras sobretudo no que diz respeito às produções mais antigas.
No acervo do MNA encontra-se uma outra ponta de correia semelhante à acima descrita proveniente de Évora, nº Inv. 17100.
Pontas de correia análogas fabricadas no al-Andalus existem também noutras colecções. Em Portugal, o Museu Municipal de Arqueologia de Silves possui um conjunto de pontas de correia, ricamente ornamentas e em óptimo estado de conservação, encontradas nos entulhos de um silo na zona do castelo de Silves.
Além destas, são conhecidas pontas de correia congéneres nos acervos do Instituto Valencia de Don Juan em Madrid e na Colecção David em Copenhagen.
Estudo da peça: Eva - Maria von Kemnitz