Origem / Historial:
Este monumento funerário incompleto é de proveniência desconhecida. Corresponde à parte central de uma lápide, entretanto retirada do seu contexto original, que foi reutilizada, tendo finalmente servido como suporte para a píxide na igreja paroquial em S.Thomé de Aguiã no Minho onde foi encontrada e donde transitou em 1905 para o acervo do então Museu Ethnographico Português. O facto de a lápide ter sido executada em mármore branco de Estremoz faz supor que a sua origem situar-se-ia na zona Sul.
A inscrição que ostenta contém um epitáfio incompleto que se refere a um notável muçulmano conforme se pode inferir da titulatura, um "xeque" e um "vezir", sendo no entanto desconhecidos o nome e a data do falecimento do xeque. A inscrição inclui ainda, como aliás é costume, trechos do Alcorão o que se
constata pela presença da expressão "al-hayat al-dunya" ou seja "a vida deste mundo" que aparece frequentemente nas lápides. A salientar uma bela escrita em caracteres nashhi em relevo e com pontos
diacríticos, executada com desenvoltura e elegância, denotando uma mão hábil e bem treinada. O tipo de letra utilizado permite situar a execução da lápide num período não anterior ao século XIII, época a partir da qual se dá a utilização generalizada da escrita nashhi no al-Andalus.
Estudo da peça: Eva - Maria von Kemnitz