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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu:
Museu Nacional de Arqueologia
N.º de Inventário:
35037
Supercategoria:
Arqueologia
Categoria:
Instrumentos e utensílios
Denominação:
Candil em forma de ave
Datação:
X d.C. - Idade Média - Contexto islâmico
Matéria:
Bronze
Técnica:
Vazamento em molde
Dimensões (cm):
altura: 13,7; comprimento: 18,3;
Descrição:
Na ficha de inventário realizada por C. Sans Pastor, esta peça aparece-nos mencionada como uma lucerna por apresentar uma piquera. No entanto, a falta de um orifício de alimentação, faz-nos questionar esta atribuição. Candil zoomórfico de metal. Apresenta a forma de uma ave em pé com cauda aberta. O bico de canal nasce na zona do peito. Na cauda e na crista ostenta orifícios circulares para suspensão. As patas de três dedos e "espora" são de enroscar. O candil ostenta uma decoração gravada. A cauda e as asas são ornamentadas com motivos incisos de penas. Na parte exterior do bico de canal e junto dos olhos, são visíveis arabescos. Artefacto produzido em liga de metal por vazamento em molde. Apresenta manchas de patine estabilizada, originada pela oxidação. Mostra contudo, dois pequenos orifícios (furos cónicos) situados no início das solas dos pés que também poderiam ser interpretadas como elemento para a sua fixação, embora não tenha sido documentado quaisquer exemplares de um suporte de vela com haste dupla, cujas dimensões correspondem às desta lucerna. Igualmente, a anilha de suspensão não pode ser utilizado para este fim, como o corredor ou recipiente alongado, e cauda dela lado oposto, há equilíbrio ajuda ou uma lâmpada que, uma vez compreendido, tende a inclinar-se para sempre a cauda quando mais pesada. Destaca-se, também, a existência de um pequeno orifício na base da cauda que faz comunicação com o espaço interior do corpo, dificultando o seu uso como lucerna. Por último, o conjunto de linhas incisas simples e dentadas, e os pontos que mostra ao longo da sua superfície, parecem ter sido feitas de forma intencional, dada a sua profundidade e disposição. A decoração incisa da piquera impede a simetria dos dois lados, sendo um dos melhores lados elaborados a um nível técnico embora incompletos (linhas desenho preparatório são apreciados), sendo o lado contrário mais negligenciado e descuidado com linhas de diferentes espessuras e profundidade. Existem outras lucernas iguais ao de Cerralbo no Museu Lázaro Gaditano de Madrid (nº inv. 4011) e no Museu Nacional de Arqueologia de Lisboa, Portugal (nº inv. 35037), com a excepção de que estes dois exemplares apresentam uma decoração mais detalhada nas penas laterais, uma cauda, igualmente, com decoração incisa imitando as suas plumas laterais e a decoração da piquera termina numa folha de louro, que no exemplar depositado no Museu Cerralbo só é visível numa parte. Estas diferenças na decoração correspondem a um trabalho final específico para cada objecto aquando extraído do molde. Esta lucerna representa uma pomba que para o mundo islâmico, não apresentam um valor iconoclasta ou religioso como na copta ou na arte bizantina, mas foram utilizadas para o seu valor estético em todos os tipos de objectos. Apesar das diferenças respeitante a outras lucernas metálicas islâmicas, este exemplar mostra-nos certas características formais, decorativas e técnicas que o vinculam a produções próximo-orientais dos séculos X a XIII; a representação de uma ave é também conhecida em queimadores de incenso de bronze e vasos da Anatólia, Irão, Afeganistão, Síria ou Egipto dos séculos XI – XII, mostrando também patas individualizadas com os dedos separados, decoração incisa as vezes danificada, ou com aberturas na parte da frente. No que diz respeito à sua procedência gaditana, a primeira referência escrita aparece no Boletim da Sociedade Espanhola de Excursões de 1902, aparecendo no subtítulo da foto “encontrado em escavações de São Fernando (Cádiz)”. Posteriormente, no Catálogo Monumental de Espanha (realizado por Enrique Romero de Torres, entre 1908 e 1909) menciona que o Marquês adquiriu a peça em 1875 e que foi encotrado na ilha de São Fernando. Com estes dados, pode-se afirmar que foi uma aquisição do Marquês, possivelmente a um antiquário ou comerciante gaditano, que deve relatar suas descobertas durante as escavações, ou remoção de terra, em São Fernando.
Incorporação:
Doação - Provém da antiga colecção do rei D. Luis I, vinda do Palácio da Ajuda.
Proveniência:
Desconhecido.
Origem / Historial:
Este candil, de proveniência desconhecida, fez parte das colecções de antiguidades do rei D.Luis I. Após 1947, conjuntamente com outros objectos provenientes da colecção régia, ficou incorporado no acervo do MNAE. A ficha do Inventário Geral indica o nº 624 como o nº sob o qual foi registado no Palácio da Ajuda. Todavia segundo a informação dada pelas conservadoras do PNA, Srªs. Drªs. Graça Mendes Pinto e Manuela Oliveira Martins, aquele nº corresponde a uma peça de porcelana. Tampouco foi possível averiguar se aquele nº correspondia a um nº do Arrolamento dos Paços. Por outro lado, até à data, não foi possível encontrar na documentação do MNA nenhuma referência adicional relativa a este candil. Os Subsídios para a História do Museu Etnológico Dr. Leite de Vascolcellos (p. 96) mencionam apenas o início das negociações com o PNA para a cedência das peças da colecção do rei D.Luis, ocorrido em 1947. A produção de artefactos em metal como candis, suportes para candis, incensores, aquamanis, jarras ou objectos de carácter meramente decorativo executados com técnicas mais diversas como moldagem, vazamento por molde, martelagem, gravação, cinzelagem ou tauxia tem uma longa tradição no mundo islâmico. Das oficinas inicialmente surgidas no Irão Oriental e no Afeganistâo nos sécs. IX-XI, em breve se expandiu para outras zonas do mundo islâmico. As formas zoomórficas conheceram uma grande voga o que atestam peças patentes em diversas colecções museológicas. No entanto, os candis antigos de formas zoomorfas são apoiados numa espécie de peanha. O paralelo mais próximo, até à data encontrado, constitui um candil em metal no acervo de British Museum, proveniente da Índia, datado do séc.XIX, refenciado como "Parrot shaped lamp for suspension". São também conhecidas outras peças semelhantes produzidas na Índia Mogol mas que se caracterizam por uma plasticidade diferente, tendo paralelos nos objectos representados nas miniaturas da mesma época. Certas incongruências internas poderiam eventualmente levar a considerar esta peça como uma imitação. Sabe-se efectivamente que no séc. XIX foram produzidas numerosas imitações ou mesmo falsos, principalmente na área de trabalhos de metal e cerâmica, devido a uma crescente procura de peças islâmicas antigas por parte de coleccionadores ocidentais. Estudo da peça: Eva - Maria von Kemnitz Esta peça tem paralelo com uma idêntica que faz parte do acervo do Museo Cerralbo, Espanha, com o nº de inventário 01278, datada do período Califal, séc. X d.C.
 
     
     
   
     
     
     
 
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