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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu:
Museu Nacional de Arqueologia
N.º de Inventário:
995.19.3
Supercategoria:
Arqueologia
Categoria:
Cerâmica
Denominação:
Candil
Grupo Cultural:
Islâmico
Datação:
X d.C. - Idade Média - Contexto Islâmico
Matéria:
Cerâmica
Técnica:
Molde. Decoração estampilhada e incisa
Dimensões (cm):
altura: 3,7; diâmetro: base: 5; comprimento: 9,8;
Descrição:
Candil de cerâmica coberto em ambas as faces de esmalte verde vivo. Apresenta base plana de forma circular, depósito troncocónico sem colo, apresenta um orifício circular situado no topo do depósito, por onde se processa a alimentação, uma porção do bico de canal e o arranque da asa. Peça exuberantemente decorada com motivos estampilhados na base e no topo do depósito e, com motivos incisos que formam uma decoração geométrica nas paredes laterais do depósito e do bico. A decoração estampilhada patente na base tem carácter geometrizante. Consiste num motivo principal que representa um elemento floral estilizado inscrito numa cercadura que contorna a base tendo no meio um círculo formado por duas linhas circulares que encerram um outro elemento floral mais pequeno colocado no centro. O disco superior do depósito ostenta uma decoração zoomórfica em forma de uma ave em posição do repouso, rodeada de flores estilizadas, sendo esse campo fechado por uma dupla cercadura circular paralela ao bordo da base. Pasta acinzentada, homogénea e bem depurada. Contém alguns elementos não plásticos de grão fino a médio. Este candil representa uma tipologia extremamente rara, associada às produções palatinas de Madinat al-Zahra no tempo de ´Abd al-Rahman III, situando-se portanto no séc.X. Apresenta características que o diferenciam claramente dos outros tipos de candis. Em primeiro lugar, nota-se a ausência do colo cujo papel desempenha um orifício circular na face superior do depósito junto do bico e a decoração estampilhada aplicada em ambas as faces. O depósito tem uma forma troncocónica, sendo o diâmetro da base menor do que o do disco que constitui a face superior do depósito. A asa situada do lado oposto do bico de canal, nos exemplares conservados inteiros, tem uma forma circular com um orifício no centro. O bico de canal de paredes laterais quase planas, decoradas na face exterior com motivos incisos, tem bordo recto e canal profundo de configuração triangular. Este tipo de candil marca a transição entre os modelos tardo-romanos e a emergente tipologia dos candis islâmicos. No que diz respeito à forma do depósito com um pequeno orifício circular no topo e ainda à decoração estampilhada aplicada no topo do depósito segue modelos romanos. À semelhança das lucernas romanas tem ainda uma asa circular com um orifício central, embora de dimensões bastante maiores, denotando uma clara função utilitária. Mostra, no entanto,o bico de canal já desenvolvido típico para os candis islâmicos e possui ainda uma outra característica das cerâmicas islâmicas, nomeadamente o revestimento de vidrado que cobre ambas as faces do artefacto. Quanto aos motivos decorativos que ostenta distinguem-se elementos geométricos e zoomórficos, como é o caso deste candil que na face superior ostenta uma ave e na base, contrariamente aos modelos romanos que se apresentam lisos, tem também decoração estampilhada, neste caso de carácter geométrico. Os motivos zoomórficos reatam com a tradição oriental, isto é do Oriente islâmico, que constitui um dos elementos de referência constante na arte islâmica do al-Andalus. De notar ainda que nos objectos de luxo a fidelidade aos protótipos orientais é mais acentuada tanto nos aspectos formais como na decoração e ainda, às vezes, nos aspectos técnicos com o intuíto de os imitar. Em termos de técnicas decorativas recorre à estampilhagem e à incisão. Representativos para esta tipologia são conhecidos poucos exemplares, um encontrado ainda no seu contexto arqueológico, nomeadamente aquando das escavações na mesquita de Madinat al-Zahra, outros fora do contexto. A colecção mais significativa é a do Museo Nacional de Arqueologia de Madrid. Em Portugal, presentemente, são conhecidos apenas dois exemplares representativos desta tipologia, ambos no acervo do MNA. Tanto o candil em apreço como o outro, nomeadamente o nº Inv.17025 de Silves, foram oferecidos a Leite de Vasconcellos. Ambos apresentam semelhanças notórias no que diz respeito à forma, dimensões e alguns elementos decorativos que se repetem em ambos. A decoração da base é quase idêntica ostentando uma flor estilizada de dez pétalas inscrita num círculo que contorna a base, tendo no meio um círculo formado por duas linhas circulares que encerram uma outra flor estilizada, esta de cinco pétalas, colocada no centro da base. As paredes laterais do depósito e o bico, em ambos os casos, ostentam motivos incisos em forma de linhas rectas e oblíquas que formam um padrão igual. Diferem apenas na decoração patente no disco superior do depósito, neste exemplar representada por um motivo zoomórfico em forma de uma ave em posição de pouso, rodeada de flores estilizadas enquanto o exemplar de Silves ostenta uma decoração geometrizante. É de admitir que estes dois exemplares de candis tenham saído da mesma oficina. É legítimo ver nesses dois artefactos peças de luxo importadas, muito provavelmente para um notável de Silves, cidade que desde a fase inicial da presença árabe em território hoje português, desempenhou um papel de relevo como um importante centro estratégico, político e económico, conotado com uma população culta e cultora das artes e das letras e certamente de gostos requintados. Estudo da peça: Eva - Maria von Kemnitz
Incorporação:
Doação - Oferecido a Leite de Vasconcellos
Proveniência:
Alvor?
Origem / Historial:
Candil proveniente muito provavelmente de Alvor. Segundo a informação disponível (ver observações) foi oferecido a Leite de Vasconcellos em Alvor em 1933.

Tipo

Descrição

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Número de inventário: 20190 Autor: José Pessoa Localização: DDF

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