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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu:
Museu Nacional de Etnologia
N.º de Inventário:
AK.927
Supercategoria:
Etnologia
Categoria:
Ritual
Denominação:
Escultura
Autor:
Desconhecido
Local de Execução:
Guiné-Bissau, Arquipélago dos Bijagós, Ancapass.
Grupo Cultural:
Bijagós
Datação:
XX d.C.
Matéria:
Madeira, tecido.
Dimensões (cm):
altura: 69;
Descrição:
Escultura em madeira em forma de altar talhado ao jeito de telha caleira. Encimado por uma cabeça com uma expressão realista, de olhos metálicos, chapéu de copa e de duas abas redondas, enroladas por fitas de pano de cor preto e vermelho, de pontas pendentes. O pescoço é extremamente alto e canelado. A primeira parte é envolta por um pano de riscado, branco-sujo na face frontal, listado nas costas.
Incorporação:
Compra
Proveniência:
Guiné-Bissau, Ilha de Bubaque, Ancapass
Origem / Historial:
Figura de culto e homenagem aos antepassados. Representação do «Grande Espírito». «No arquipélago dos Bijagós, a palavra crioula Irã refere-se a qualquer objeto natural ou feito pelo homem que contém energia sagrada benéfica ou maléfica. O termo é, assim, aplicado, por exemplo, às folhas de palmeira que assinalam a entrada do recinto iniciático, ao chifre de um bode selvagem contendo plantas de odor forte contra as cobras e ao Grande Espírito da Aldeia, bem como aos espíritos filiais. (...) Este objeto não apresenta a mesma aparência em todas as ilhas. Em Bubaque, Canhabaque, Caravela e Carache, é antropomórfica, mas, noutras ilhas, é uma amálgama sagrada dentro de uma bacia de esmalte colocada no altar do templo ou, por vezes, dividida e metida em grandes conchas marinhas. (...) a função de um Irã pode, por vezes, prestar-se a confusões, pois uma pessoa pode encomendar uma escultura que se assemelha ao Grande Espírito da aldeia para uso particular e guardá-la em casa, ou numa cabana de palha, para veneração. Em contraste, presta-se homenagem ao verdadeiro Grande Espírito no espaçoso santuário circular frequentado por todos os aldeões e guardado à noite pela sacerdotisa que mantém o fogo. Hoje em dia, o Grande Espírito pode também ser guardado na casa do rei, onde há menos possibilidade de ser roubada. As esculturas mais antigas do Grande Espírito vistas hoje em templos, variam segundo a região geográfica.» (...) «em Bubaque, o Grande Espírito é representado por um cilíndro oco em três quartos com aproximadamente 40 centímetros de altura. A parte inferior, correspondente ao outro quarto do tamanho, está cheia de elementos representando a vitalidade da aldeia - plantas esmagadas, aparas de unha, pêlos do corpo de iniciados e outras poções secretas. Está coberto por um pano colorido, sobre o qual, ao longo dos anos, se vão acumulando sacrifícios de ovos quebrados, sangue de animais e álcool cuspido.(...) A sua cabeça está adornada com um chapéu duplo ou triplo, o qual, antigamente, fundava o estatuto do conquistador: navegador, soldado, missionário ou administrador, os olhos são martelados em metal e tudo isto é fixado ao tronco da escultura por um longo pescoço envolto em anéis. A madeira é escurecida com uma tintura vegetal. Como acontece com frequência em África, não é a cabeça, mas a barriga do Espírito que constitui a zona mais importante e exige a melhor madeira.» (DUQUETTE, Danielle Gallois - "Introdução aos Bijagós da Guiné-Bissau". In HERREMAN, Frank (ed.) - Na Presença dos Espíritos: arte africana do Museu Nacional de Etnologia. Lisboa, Nova Iorque: Museum of African Art, 2000)
Bibliografia

Bibliografia

DUQUETTE, Danielle Gallois - "Introdução aos Bijagós da Guiné-Bissau". In HERREMAN, Frank (ed.) - Na Presença dos Espíritos: arte africana do Museu Nacional de Etnologia. Lisboa, Nova Iorque: Museum of African Art, 2000. , pág. 180-181

 
     
     
   
     
     
     
 
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