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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu:
Museu Nacional Soares dos Reis
N.º de Inventário:
8 Div MNSR
Supercategoria:
Arte
Categoria:
Ourivesaria
Denominação:
Escrivaninha
Local de Execução:
Itália, Nápoles
Oficina / Fabricante:
Giuseppe Sarao
Datação:
XVIII d.C.
Matéria:
Tartaruga, madrepérola, ouro e latão
Técnica:
Moldagem a quente, incrustração e gravação
Dimensões (cm):
altura: máxima do conjunto 10,1 ; largura: 29,7; profundidade: 20,6;
Descrição:
Pequeno escritório ou escrivaninha em tartaruga decorado com incrustações em madrepérola e ouro, na técnica denominada “piqué”. É constituído por plataforma plana, ovalada, de perímetro recortado, escavada de modo a obter uma orla sobrelevada, assente em quatro pés esféricos muito achatados. Sobre a plataforma distribuem-se cinco cavidades circulares, no perímetro das quais foi aplicado rebordo da mesma matéria. Três destas cavidades recebem recipientes cilíndricos, uma quarta uma campainha e a quinta, menor, centrada, um cilindro de menor diâmetro e mais alto que os restantes. Três destas cavidades apresentam números de 1 a 3 inscritos em piqué. Dois dos recipientes são cobertos, um (o areeiro) com placa também em tartaruga, ligeiramente concava, profusamente recortada (vazada) e com a superfície coberta de pequenos pontos de ouro. Outro (caixa de obreias ?) com tampa ligeiramente convexa com um duplo anel de metal e madrepérola ao centro circundando o eixo de fixação de uma pega (ausente). Todos os recipientes são revestidos interiormente a metal amarelo (?). A campainha tem a forma de uma calota esférica e apresenta pega em balaústre. Interior em metal branco. Badalo esférico suspenso de corrente. Todas as superfícies são profusamente decoradas com elementos em madrepérola gravada e ouro marchetados na tartaruga. Esta decoração, executada com grande perícia técnica e desenho rigoroso, é constituída por: figuras femininas aladas e com cauda bífida de sereia; bustos e cabeças aladas e coroadas de plumas ou toucados de cariz oriental; bustos de figuras clássicas com elmo; figuras inseridas em cartelas, masculinas alegóricas, de corpo inteiro, trajando à romana e segurando cornucópias, instrumento musical, cachimbo, bastões e lanças; albarradas e guirlandas com flores e frutos; pássaros; rosetas de tipos diversos. Nos ângulos, entre os recipientes, toda a decoração se desenvolve em torno de quatro reservas ovaladas com figuras em ouro gravado, incrustadas. Trajam à chinesa e evocam cenas ao gosto oriental, do quotidiano de um nobre, ao qual os criados, ajoelhando, vão servindo frutas, bebidas, um cachimbo… Uma destas incrustações é já totalmente ausente.
Incorporação:
Outro - Integrada no acervo do Museu Portuense na sequência do processo de extinção dos conventos.
Origem / Historial:
Pertencia ao Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, vindo em 1834 a integrar o espólio do Museu da Academia Portuense de Belas-Artes e a partir de 1911 a ser integrado nas colecções do Museu de Soares dos Reis. João Batista Ribeiro no seu Inventário do Museu Portuense de 1839 regista “um estojo que contem um tinteiro de tartaruga marchetado d’ouro e madrepérola, que foi do uso de F.r Bartholomeu dos Martires”. Mas já em 1838, no periódico “O Panorama”, se fizera referência a esta peça com essa associação ao nome do Arcebispo de Braga, acrescentando a menção a uma pena “com que se asignaram os decretos do concilio tridentino, monumentos curiosos doados a Sancta Cruz por D. Fr. Bartholomeu dos Martyres”. Dessa pena não volta a encontrar-se notícia tão pouco do estojo a que alude João Batista Ribeiro. Foi apresentada na exposição de Arte Ornamental de 1882 sem classificação, mas já com a indicação de ter sido oferecida por Benedito XIV à Academia Litúrgica Pontifica, fundada em Coimbra em 1747. Joaquim de Vasconcelos dedicou-lhe em 1914 um breve estudo onde a classifica como trabalho francês, da corte de Luís XV e onde definitivamente deita por terra a associação ao concílio de Trento e a Frei Bartolomeu dos Mártires. Em 1998 a sua classificação foi revista por comparação com paralelos de outros museus, designadamente da Wallace Collection, tendo então sido datada do século XVIII e aproximada à produção da família Sarao.
 
     
     
   
     
     
     
 
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