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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu:
Museu Monográfico de Conímbriga
N.º de Inventário:
70.193
Supercategoria:
Arqueologia
Categoria:
Epigrafia
Denominação:
Grafito do palíndromo Rotas / opera / tenet / arepo / sator, sobre tijolo
Título:
Quadrado mágico
Local de Execução:
Lusitânia
Datação:
I d.C. - Romana / Alto Império
Matéria:
Cerâmica
Técnica:
Molde e gravação
Dimensões (cm):
altura: 19; largura: 18,5; espessura: 6,9 / 4,5;
Descrição:
Tijolo apresentando gravado, antes da cozedura, numa das faces, o palíndromo: ROTAS / OPIIRA / TIINIIT / ARIIPO / SATOR (Rotas / opera / tenet / arepo / sator) (Catálogo - 1994, pág. 65, 556) "Palíndromo: Por certo ligado ao temperamento supersticioso dos Romanos, com valor de talismã, está o políndromo escrito num tijolo ainda cru de que se conhecem mais oito versões distribuídas pela Síria, Itália, Hungria e Inglaterra. A inscrição, feita de cinco palavras em que uma (Arepo) é simples artifício léxico para permitir a inversão da leitura, parece corresponder à apropriação simplificada de uma frase de inspiração estóica - Sator "omnia" continet - em que o Cosmos surge como causa e sustentáculo de toda a criação; a fórmula, repetida em várias direcções em função de uma palavra chave (tenet) e distribuída segundo duas formas perfeitas - o quadrado e a cruz de braços iguais - , soa misteriosa e mágica e não custa a crer que ao gravá-la numa parede, ou num tijolo ainda não cozido, ao pintá-la numa estela de pedra, quem o fez se sentisse movido não apenas pelo gosto de repetir um jogo inteligente de palavras mas também pela íntima e secreta esperança de atrair a si a boa sorte" É uma placa de cerâmica, tendo as letras sido incisas antes da cozedura do barro. Consiste num jogo de cálculo, exibindo vinte e cinco letras, destribuidas por cinco linhas, sendo que palíndromo vem do grego palium (novamente) e dromos (corrida), o que nos remete para o verbo ou frase que tem o mesmo sentido, quer se leia da esquerda para a direita ou vice-versa. Remeto-nos, em termos simbólicos, para a necessidade da potênciação de cada um, tão excelentemente traduzida na descoberda da frase mágica pelo escravo Frígio Loureius, de Pompeia, quando desafiado pelo seu amo Publius Ubonius a ganhar a sua libertação em troca da montagem do referido palíndromo. O escravo Loureius, para atingir este objectivo, decide concentrar-se na escolha de uma palavra de cinco letras, sendo que o cinco é referido como emblema universal da vida. Quanto à ordenação das letras, elas organizam-se como que numa cruz onde se supliciavam os escravos fugitivos. A primeira palavra deste polígramo - TENET-, simbolicamente, não se limita ao verbo que traduz a posse, mas também pode remeter para uma relação com o extraordinário. A palavra TENET, amputada da sílaba inicial, segundo Osman Lins, significa "não mais" queria ser escravo. A seguir a esta palavra, Loureius parte à descoberta dos restantes quatro vocábulos de cinco letras, como referido, sendo que a letra central destas palavras é, forçosamente, a letra "t" ou "e" e, assim, porfiando passar a barreira dos seus constrangimentos, tormando-se livre, ainda que escravo, descobrindo a célebre frase "sator arepo tenet opera rotas", esta mesma com duplicidade de sentidos, como seja, "o lavrador mantém cuidadosamente o arado no sulco", ou "O homem sustem cuidadosamente o mundo na sua órbita", isto é o homem pode libertar-se, superando algumas das limitações que são inerentes à sua condição humana. É, provavelmente, pré-cristão e a sua paradigmatica frase mágica, tida como proporcionadora de bons augúrios, perdurou até a um tempo não distante do presente e Rocha Peixoto, por exemplo, encontrou-a entre nós, tatuada na mais antiga das telas - a pele - como explicita em texto publicado em 1893, remetendo para uma recolha feita por Santos Rocha, na Figueira da Foz. Provém das escavações Luso - Francesas, realizadas em 1968 e coordenadas por Jorge Alarcão e Robert Etienne. (Catálogo da Exposição "Crianças de hoje e de Ontem nom quotiodiano de Conimbriga" - 2000)
Incorporação:
Outro - Escavações
Proveniência:
Conímbriga.
Origem / Historial:
*Forma de Protecção: classificação; Nível de Classificação: interesse nacional; Motivo: Necessidade de acautelamento de especiais medidas sobre património cultural móvel de particular relevância para a Nação, designadamente os bens ou conjuntos de bens sobre os quais devam recair severas restrições de circulação no território nacional e internacional, nos termos da lei nº 107 / 2001, de 8 de Setembro, e da respectiva legislação de desenvolvimento, devido ao facto da sua exemplaridade única, raridade, valor testemunhal de cultura ou civilização, relevância patrimonial e qualidade artística no contexto de uma época e estado de conservação que torne imprescindível a sua permanência em condições ambientais e de segurança específicas e adequadas; Legislação aplicável: Lei nº 107 / 2001, de 8 de Setembro; Acto legislativo: Decreto nº 19 / 2006, 18 / 07 / 2006*. Escavações Luso - Francesas (1964-1971).
 
     
     
   
     
     
     
 
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