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OBJECT DETAILS
Museum:
Museu Nacional de Etnologia
Inventory number:
AK.860
Supercategory:
Etnologia
Category:
Ritual
Name:
Adorno de cabeça
Author:
Desconhecido
Production Place:
Ilha de Uno, Arquipélago de Bijagós, Guiné-Bissau
Cultural Group:
Bijagós
Date / Period:
XX A.D
Material:
Madeira, fibras vegetais, algodão, metal, policromia.
Measurments (cm):
length: 46;
Description:
Adorno de cabeça formado por uma placa de madeira arqueada a meio, com as pontas abertas em asa, numa estilização zoomórfica. A meio, sobre o arco, está montado uma figura híbrida antropo-zoomórfica, com a cabeça (humana voltada para a frente; de cada lado, sobre a aresta da placa vêem-se duas figuras de peixe tubarão-martelo, simétricas, voltadas uma para a outra. Da base do arco pendem fartas borlas de ráfia. Nas duas faces de placa estão esculpidas diversas figuras esquemáticas de peixes e crustáceos e uma ave. Madeira pintada de branco e vermelho. A peça está partida e atada por arames; faltam já alguns elementos à figura central.
Incorporation:
Compra
Provenance:
Ancope, ilha de Uno, arquipélago dos Bijagós, Guiné-Bissau
Origin / History:
Adorno de costas masculino. Complemento de traje característico dos rapazes da classe de idade "kañokã" ("canioca", "kanhokam") em performances rituais públicas. Entre os Bijagós os rapazes não são avaliados pela sua idade verdadeira, mas pela classe de idade a que pertencem. Danielle Duquette (1983) refere um total aproximado de 8 classes de idade na generalidade das ilhas e Christine Henry (1994) especifica apenas 4 na ilha de Canhabaque, não se referindo a nenhuma classe de idade anterior à de "kañokã". É ideia geral que durante os primeiros anos de vida os rapazes não têm nenhuma norma de comportamento própria nem ocupam nenhuma posição social específica, correspondendo esta fase aos escalões etários ditos informais (BORDONARO, 2006: 46). Os escalões etários formais correspondem a classes de idade com prerrogativas próprias que têm início com a classe kanhokam, entre os 12 e os 17 anos (BORDONARO, 2006: 48). O acesso a este grupo é marcado por uma cerimónia secreta na floresta, durante a qual o jovem é introduzido no conhecimento de algumas propriedades medicinais das plantas que, por exemplo, afastam as cobras, muito abundantes nestas ilhas, e protegem contra energias mágicas negativas. Após várias reuniões com os grandes da aldeia, os jovens aprendem também que existe um código moral que não pode ser transgredido - roubo e difamação são punidos, e os antepassados e os mais velhos têm de ser servidos. Usa amuletos e começa a trabalhar no campo e a recolher o fruto da palmeira. Aprende a tocar o longo tambor. É neste grupo que os jovens rapazes começam a exteriorizar algumas das facetas reminiscentes de um passado guerreiro de forma exuberante nas suas danças, empunhando espadas de madeira e escudos de fibra entrançada que bramem durante a dança. Utilizam também à volta da cintura cinturões de couro e pulseiras nos pulsos. Nos braços, anéis de madeira que podem ser bastante largos e semi-cilíndricos (Uracane e Uno) ou discos achatados ligeiramente cortados de modo a permitir o braço encostar ao tórax (Canhabaque e Formosa) (DUQUETTE, 1983: 102; HENRY, 1994: 13). Entre alguns dos seus elementos decorativos encontramos animais domésticos, palmeiras e estrelas. Danielle Gallois Duquette descreve-nos ainda uma máscara bovina usada por este grupo etário, a gn’opara, com uns chifres naturais bastante longos e grandes, comparativamente ao tamanho da cabeça, referindo-se a uma produzida na ilha Formosa (DUQUETTE, 1983: 104).
 
     
     
   
     
     
     
 
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