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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu:
Museu Nacional de Etnologia
N.º de Inventário:
AD.804
Supercategoria:
Etnologia
Categoria:
Ritual
Denominação:
Adorno de costas
Autor:
Desconhecido
Local de Execução:
Ilha de Orango Grande, Arquipélago dos Bijagós, Guiné-Bissau
Grupo Cultural:
Bijagós
Datação:
XX d.C.
Matéria:
Madeira, fibras vegetais, plástico, lâmpadas, tinta.
Dimensões (cm):
altura: 48; comprimento: 50;
Descrição:
Adorno de costas a representar a estilização dum barco, constituído por uma peça de madeira de secção quadrada, com uma tábua pregada de topo num lado, recortado e aguçado no outro, com uma cavidade, um mastro e 3 vergas, com uma série de cordas passadas entre estes e o "casco", e com bocados velhos de placas vasadas de plástico aplicados na parte superior, junto à ré e à torre. Na extremidade do mastro e das vergas apresenta lâmpadas eléctricas (que estão partidas). Uma corda ligada à extremidade que tem a tábua atravessada, serve para suspender e prender o adorno às costas do bailarino.
Incorporação:
Compra
Proveniência:
Aninda, ilha de Orango Grande, arquipélago dos Bijagós.
Origem / Historial:
Utilizada pelas jovens raparigas ("defunto") nos rituais da puberdade ("fanado"). Ainda que os Bijagós considerem que as mulheres não sejam iniciadas, para que estas atinjam o estatuto de mulheres adultas plenas (mulheres "grandes") devem passar por momentos performativos públicos na aldeia. Estes consistem em momentos de possessão dos espíritos dos rapazes que morreram antes de serem iniciados. Aqui elas chamam-se "defuntos" e incarnam uma identidade masculina patente em alguns adornos, nomeadamente, através do uso de sabres, espadas, bastões, escudos e machados. Esta prática decorre da crença que o espírito de um homem que morre antes de ser considerado adulto, permanecerá errante junto do mundo dos vivos, tornando-se uma energia perigosa na aldeia, causadora de doenças e mortes. São as mulheres que têm a capacidade de mediarem os dois mundos e de restabelecerem o equilíbrio. Através de rituais de possessão elas concluem o ciclo iniciático daqueles que morreram. «Logo que as raparigas terminam o seu período de reclusão, dançam uma coreografia marcial e guerreira em público, vestidas de longas saias feitas de material vegetal e ornamentadas de fitas vermelhas, elas empunham um modelo reduzido de armas tradicionalmente masculinas como escudos, machados, sabres e lanças. Os seus amigos masculinos, ou os irmãos, que arranjaram e esculpiram, de forma inovadora, o seus ornamentos de cabeça utilizando peixes-escorpião com picos eriçados ou chifres pintados de branco, tal cmo a pele das raparigas que, entretanto, foi tinjida com a cor de areia para se conformaremaos requisitos do Fanado masculino. As raparigas podem também usar chapéus feitos de pedaços de metal, espelhos com espalhafatosos lenços ocidentais pendurados, canoas com bandeiras e tripulação, barcos, queixadas de crocodilo com dentes numa faixa à volta da testa ou a graciosa cabeça de um pelicano por cima de um capacete de madeira pintada» (Duquette, 2000: 168)
 
     
     
   
     
     
     
 
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