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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu:
Museu Nacional de Etnologia
N.º de Inventário:
AK.855
Supercategoria:
Etnologia
Categoria:
Ritual
Denominação:
Máscara
Autor:
Desconhecido
Local de Execução:
Ilha Formosa, arquipélago dos Bijagós, Guiné-Bissau
Grupo Cultural:
Bijagós
Datação:
XIX d.C. - XX d.C.
Matéria:
Madeira, fibras vegetais, dentes naturais, vidro, metal, tinta.
Dimensões (cm):
largura: 26,5; comprimento: 30;
Descrição:
Adorno de cabeça em madeira, de formato ovóide e oca que representa uma cabeça de tubarão. Na superfície superior apresenta o desenho de um peixe raia em alto-relevo. Os olhos são dois pedaços de vidro espelhado fixos lateralmente por agrafes metálicos. Na superfície inferior apresenta uma boca aberta, com a mandíbula inferior esculpida numa peça de madeira independente e articulada, deixando ver a aplicação de dentes naturais. Superfície pintada de branco, com excepção do desenho do peixe raia e sectores em torno dos olhos, que estão pintados de preto. Abaixo da boca pendem franjas de ráfia tingidas de preto e vermelho e tiras entrançadas de folha de palma. Na parte superior da base da cabeça está também aplicada uma pequena franja de tiras de folha de palma.
Incorporação:
Compra
Proveniência:
Ancadaque, Ilha Formosa, Arquipélago Bijagó, Guiné-Bissau
Origem / Historial:
Complemento da máscara usada pelos rapazes da classe de idade pré-iniciática "karo" ("cabaro", "kalo") em momentos de dança, correspondendo à estilização de um tubarão. As performances com máscaras são a face mais visível do sistema de organização social que tem estruturado a comunidade Bijagó, segundo o qual os homens estão sujeitos a uma hierarquia de classes de idade desde muito novos. A progressão pelos sucessivos grupos etários é fortemente marcada até certa idade pela participação em apresentações públicas nas quais se interligam elementos como música, canto e dança. Estas atuações são verdadeiras performances artísticas, através das quais os protagonistas experimentam sensorialmente os valores e conduta morais que a comunidade exige de si. As máscaras são um dos aspectos mais visíveis destas atuações e evidenciam por si só a fase de maturação em que se encontram os indivíduos. Estas podem representar animais aquáticos, como o peixe-serra e o tubarão, ou animais terrestres, como a vaca, o boi ou o búfalo. Quando mais leves e pequenas, são atribuídas aos mais jovens, mimetizando a sua inexperiência. O peso, grande dimensão e ferocidade de outras, representam a pujança física e a exuberância da juventude ainda indomada características de uma fase anterior à iniciação ("fanado"). O despojamento mais tardio do colorido e da complexidade dos trajes no homem adulto traduz a valorização da sabedoria e poderes rituais próprios dos anciãos.

Bibliografia

GALHANO, Fernando - Desenho Etnográfico de Fernando Galhano - II África. Lisboa: IICT/INIC/CEE, 1985, pág. fig. 1

HERREMAN, Frank, ed. lit. - Na Presença dos Espíritos: Arte Africana do Museu Nacional de Etnologia. Nova York: Museum for African Art/Snoeck-Ducaju & Zoon, Gent, 2000, pág. 173

OLIVEIRA, Ernesto Veiga de - Escultura africana em Portugal. Lisboa: JIU/MEU, 1985, pág. cat. 23

Museu de Etnologia do Ultramar - Povos e Culturas. Lisboa: JIU/MEU, 1972

Duquette, Danielle Gallois - Dynamique de l'art bidjogo (Guinée-Bissau): contribution a une anthropologie de l'art des sociétés africaines. Lisboa: IICT, 1983, pág. fig. 61, p. 103

GALHANO, Fernando - Esculturas e objectos decorados da Guiné Portuguesa no Museu de Etnologia do Ultramar. Lisboa: Junta de Investigação do Ultramar/Centro de Estudos de Antropologia Cultural, 1971, pág. 51

HENRY, Christine - "Danses et travestissements bijago (Guinée-Bissau)" in: Mascarades et Carnavals. Paris: Musée Dapper, 2011

Escultura africana no Museu de Etnologia do Ultramar. Lisboa: Junta de Investigações do Ultramar, 1968

 
     
     
   
     
     
     
 
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