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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu:
Museu Nacional de Etnologia
N.º de Inventário:
AK.850
Supercategoria:
Etnologia
Categoria:
Ritual
Denominação:
Adorno de cabeça
Autor:
Desconhecido
Local de Execução:
Arquipélago Bijagó, Guiné-Bissau
Grupo Cultural:
Bijagós
Datação:
XIX d.C. - XX d.C.
Matéria:
Madeira, metal, policromia.
Dimensões (cm):
comprimento: 78;
Descrição:
Máscara de madeira que representa uma cabeça de pelicano. Base em forma de calote esférica da qual parte a esguia cabeça de pelicano, esculpida numa peça de madeira independente, com um longo pescoço e um bico comprido. O topo da cabeça é perfurado transversalmente. A superfície da base é escurecida a negro, com algumas áreas avermelhadas. Topo do pescoço e cabeça escurecidos a negro. Apresenta vestígios de acção biológica de insectos.
Incorporação:
Compra
Proveniência:
Binta, ilha de Caraxe, arquipélago Bijagó, Guiné-Bissau
Origem / Historial:
Utilizado pelas jovens raparigas ("defunto") nos rituais da puberdade ("fanado"). Ainda que os Bijagós considerem que as mulheres não sejam iniciadas, para que estas atinjam o estatuto de mulheres adultas plenas (mulheres "grandes") devem passar por momentos performativos públicos na aldeia. Estes consistem em momentos de possessão dos espíritos dos rapazes que morreram antes de serem iniciados. Aqui elas chamam-se "defuntos" e incarnam uma identidade masculina patente em alguns adornos, nomeadamente, através do uso de sabres, espadas, bastões, escudos e machados. Esta prática decorre da crença que o espírito de um homem que morre antes de ser considerado adulto, permanecerá errante junto do mundo dos vivos, tornando-se uma energia perigosa na aldeia, causadora de doenças e mortes. São as mulheres que têm a capacidade de mediarem os dois mundos e de restabelecerem o equilíbrio. Através de rituais de possessão elas concluem o ciclo iniciático daqueles que morreram. «Logo que as raparigas terminam o seu período de reclusão, dançam uma coreografia marcial e guerreira em público, vestidas de longas saias feitas de material vegetal e ornamentadas de fitas vermelhas, elas empunham um modelo reduzido de armas tradicionalmente masculinas como escudos, machados, sabres e lanças. Os seus amigos masculinos, ou os irmãos, que arranjaram e esculpiram, de forma inovadora, o seus ornamentos de cabeça utilizando peixes-escorpião com picos eriçados ou chifres pintados de branco, tal cmo a pele das raparigas que, entretanto, foi tinjida com a cor de areia para se conformaremaos requisitos do Fanado masculino. As raparigas podem também usar chapéus feitos de pedaços de metal, espelhos com espalhafatosos lenços ocidentais pendurados, canoas com bandeiras e tripulação, barcos, queixadas de crocodilo com dentes numa faixa à volta da testa ou a graciosa cabeça de um pelicano por cima de um capacete de madeira pintada» (Duquette, 2000: 168)

Bibliografia

GALHANO, Fernando - Desenho Etnográfico de Fernando Galhano - II África. Lisboa: IICT/INIC/CEE, 1985

HERREMAN, Frank, ed. lit. - Na Presença dos Espíritos: Arte Africana do Museu Nacional de Etnologia. Nova York: Museum for African Art/Snoeck-Ducaju & Zoon, Gent, 2000, pág. cat. 137

OLIVEIRA, Ernesto Veiga de - Escultura africana em Portugal. Lisboa: JIU/MEU, 1985, pág. cat. 25

Museu de Etnologia do Ultramar - Povos e Culturas. Lisboa: JIU/MEU, 1972, pág. cat. 99

Duquette, Danielle Gallois - Dynamique de l'art bidjogo (Guinée-Bissau): contribution a une anthropologie de l'art des sociétés africaines. Lisboa: IICT, 1983, pág. p. 104 e fig. 65

GALHANO, Fernando - Esculturas e objectos decorados da Guiné Portuguesa no Museu de Etnologia do Ultramar. Lisboa: Junta de Investigação do Ultramar/Centro de Estudos de Antropologia Cultural, 1971, pág. fig. 43

HENRY, Christine - "Danses et travestissements bijago (Guinée-Bissau)" in: Mascarades et Carnavals. Paris: Musée Dapper, 2011, pág. p. 109

Escultura africana no Museu de Etnologia do Ultramar. Lisboa: Junta de Investigações do Ultramar, 1968

DUQUETTE, Danielle Gallois - "Informations sur les arts plastiques des Bidyogo" in: Art d'Afrique noir, 18, 1976: 26-43

BORDONARO, Lorenzo I. - Iniziazione Maschile e Musica trai i Bijagó di Bubaque (Guinea-Bissau), Università degli Studi di Torino, Facoltà di Lettere e Filosofia, Corso di Laurea in Filosofia (Tesi di Laurea in Antropologia Culturale), 1998 [CD]

Moreira, José Mendes - Breve ensaio etnográfico acerca dos Bijagós. [Bissau: s.n.], 1946

Lima, Augusto J. Santos - Organização económica e social dos Bijagós. [S.l.: s.n.], 1947

Scantamburlo, Luigi - Etnologia dos Bijagós da Ilha de Bubaque. Lisboa: Inst. de Investigação Científica Tropical ;, 1991

 
     
     
   
     
     
     
 
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