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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu:
Museu Nacional de Etnologia
N.º de Inventário:
AK.831
Supercategoria:
Etnologia
Categoria:
Ritual
Denominação:
Adorno de cabeça
Autor:
Desconhecido
Local de Execução:
Arquipélago Bijagó, Guiné-Bissau
Grupo Cultural:
Bijagós
Datação:
XIX d.C. - XX d.C.
Matéria:
Madeira, chifres, fibras vegetais, pele, vidro, metal, tinta.
Dimensões (cm):
largura: 62;
Descrição:
Máscara de madeira que representa realisticamente uma pequena cabeça de vaca. Possui dois grandes chifres naturais e, abaixo destes, duas pequenas orelhas projectadas para os lados. Os olhos são de vidro escuro, circundados por uma rodela de couro. Acima destes, sulcos circulares simulam rugas. O focinho é perfurado no topo transversalmente. A boca está entreaberta. A parte inferior da cabeça é escavada. Escurecida a negro, com excepção do meio da testa e focinho, pintados de prateado; e dos sulcos junto aos olhos, face frontal das orelhas e interior da boca, pintados de vermelho. Na base dos chifres está uma cinta de couro. Das orelhas pendem franjas de tiras de folha de palmeira. Cordas de fibras entrançadas estão fixas à parte posterior da cabeça. Na superfície inferior está um autocolante amarelo com o número "101" manuscrito.
Incorporação:
Compra
Proveniência:
Botais, ilha de Chediã, arquipélago Bijagó, Guiné-Bissau
Origem / Historial:
Adorno de costas masculino. Complemento de traje característico dos rapazes da classe de idade "kañokã" ("canioca", "kanhokam") em performances rituais públicas. Entre os Bijagós os rapazes não são avaliados pela sua idade verdadeira, mas pela classe de idade a que pertencem. Danielle Duquette (1983) refere um total aproximado de 8 classes de idade na generalidade das ilhas e Christine Henry (1994) especifica apenas 4 na ilha de Canhabaque, não se referindo a nenhuma classe de idade anterior à de "kañokã". É ideia geral que durante os primeiros anos de vida os rapazes não têm nenhuma norma de comportamento própria nem ocupam nenhuma posição social específica, correspondendo esta fase aos escalões etários ditos informais (BORDONARO, 2006: 46). Os escalões etários formais correspondem a classes de idade com prerrogativas próprias que têm início com a classe kanhokam, entre os 12 e os 17 anos (BORDONARO, 2006: 48). O acesso a este grupo é marcado por uma cerimónia secreta na floresta, durante a qual o jovem é introduzido no conhecimento de algumas propriedades medicinais das plantas que, por exemplo, afastam as cobras, muito abundantes nestas ilhas, e protegem contra energias mágicas negativas. Após várias reuniões com os grandes da aldeia, os jovens aprendem também que existe um código moral que não pode ser transgredido - roubo e difamação são punidos, e os antepassados e os mais velhos têm de ser servidos. Usa amuletos e começa a trabalhar no campo e a recolher o fruto da palmeira. Aprende a tocar o longo tambor. É neste grupo que os jovens rapazes começam a exteriorizar algumas das facetas reminiscentes de um passado guerreiro de forma exuberante nas suas danças, empunhando espadas de madeira e escudos de fibra entrançada que bramem durante a dança. Utilizam também à volta da cintura cinturões de couro e pulseiras nos pulsos. Nos braços, anéis de madeira que podem ser bastante largos e semi-cilíndricos (Uracane e Uno) ou discos achatados ligeiramente cortados de modo a permitir o braço encostar ao tórax (Canhabaque e Formosa) (DUQUETTE, 1983: 102; HENRY, 1994: 13). Entre alguns dos seus elementos decorativos encontramos animais domésticos, palmeiras e estrelas. Danielle Gallois Duquette descreve-nos ainda uma máscara bovina usada por este grupo etário, a gn’opara, com uns chifres naturais bastante longos e grandes, comparativamente ao tamanho da cabeça, referindo-se a uma produzida na ilha Formosa (DUQUETTE, 1983: 104).
 
     
     
   
     
     
     
 
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