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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu:
Museu Nacional de Etnologia
N.º de Inventário:
AF.039
Supercategoria:
Etnologia
Categoria:
Artes plásticas
Denominação:
Escultura
Local de Execução:
Enterramento, Ilha de Bissau, Guiné-Bissau
Grupo Cultural:
Papel
Datação:
XX d.C.
Matéria:
Madeira, policromia.
Dimensões (cm):
altura: 22,5 cm; largura: 17 cm; comprimento: 42 cm;
Descrição:
Escultura em madeira de poilão que representa um assalto balanta e é constituída por três figuras e uma habitação sobre uma base retangular. A casa possui formato cilíndrico, com teto cónico e uma porta articulada com maçaneta, voltada para o lado oposto ao que ocorre a cena. O seu interior é oco e foi escavado por baixo, pois apresenta uma tampa na base. À esquerda da porta, uma figura está de joelhos, com o corpo inclinado para frente e os braços apoiados nas paredes da habitação. O rosto está voltado para a sua esquerda, com o ouvido colado na parede. Possui penteado em relevo com duas mexas. A segunda figura está à direita da anterior, com o joelho direito no chão e a perna esquerda fletida. O tronco está ereto e os braços, projetados para frente, seguram um instrumento que perfura a parede da casa. Apresenta um penteado com uma mexa ao centro da cabeça. A terceira figura posiciona-se atrás da anterior, direcionada para a esquerda. Está sentada no chão, com o tronco ereto, os cotovelos apoiados nos joelhos e as mãos seguram [o que parece ser] uma espada. A cabeça está voltada para a sua esquerda e apresenta um penteado com dois tufos em relevo. As três figuras carregam nas suas costas [o que parece ser] a bainha de uma espada. A base e a habitação apresentam-se na cor natural da madeira. O teto da habitação está pintado de vermelho. As figuras estão pintadas de preto, com exceção da parte branca dos olhos que estão na cor natural da madeira. Têm uma cinta na cintura e as bainhas para espada estão na cor natural da madeira. A peça apresenta destacamento de madeira. Ver “Conservação”.
Incorporação:
Compra
Proveniência:
Enterramento, Ilha de Bissau, Guiné-bissau.
Origem / Historial:
Escultura coletada pelo etnógrafo Fernando Rogado Quintino em 1963, no âmbito da Missão Organizadora do Museu do Ultramar, atual Museu Nacional de Etnologia. Tem autoria atribuída ao escultor Joaquim Có, da etnia papel, na Guiné-Bissau. É parte de um conjunto de 20 objetos deste autor, adquiridos na mesma circunstância, para o acervo do MNE. As esculturas retratam cenas da vida quotidiana da Guiné-Bissau no início da década de 1960 e caracterizam-se por um entalhe e formas de composição recorrentes na obra de Joaquim Có. Os objetos são esculpidos de uma maneira geral em peça única de madeira, com formas arredondadas, apresentando forte expressividade e plasticidade, criando uma idéia de movimento nas cenas representadas. A cena do roubo é um tema recorrente na obra de Joaquim Có, com diversas variações. O roubo entre os balanta possui dimensão ritual. O “blufo” (pessoa que rouba), comete furtos para homenagear o seu irã do fanado, espírito adepto de estroinices e que não protege os rapazes sisudos. Acredita-se que aqueles que, por medo ou inaptidão, não participam de nenhum roubo perdem a proteção do irã. Por outro lado, quanto maior o número de roubos, a sua criatividade e arrojo, maior será o seu reconhecimento junto do grupo, pois atesta assim, a sua destreza. Se o autor do roubo é descoberto, o objeto do furto não deve ser devolvido ao seu antigo dono. Tem então início, uma negociação quanto à restituição do objeto roubado, reposto muitas vezes com objetos de maior valor do que o roubado.
 
     
     
   
     
     
     
 
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