Museu:
Palácio Nacional da Pena
Título:
Paisagem (paisagem com campinos)
Centro de Fabrico:
Portugal
Grupo Cultural:
Romantismo
Dimensões (cm):
altura: 106,5; largura: 101; profundidade: 8;
Descrição:
Pintura a óleo sobre tela representando uma paisagem de rio, provavelmente localizada na zona de Leiria (SILVEIRA 2000, 43) em que no primeiro plano vemos uma margem do rio escura em que numa escarpa se destacam duas figuras em contraluz conduzindo o gado até um passadiço de madeira. Em segundo plano vemos uma paisagem de rio banhada por uma luz proveniente de um céu crepuscular, evidenciando os contornos da outra margem ao fundo.
As duas figuras representam campinos, camponeses cavaleiros, ligados à condução do gado, rodeados por uma vegetação rasteira. Embora se encontrem em contraluz, podemos ver representados os elementos que os identificam, nomeadamente o cavalo, a vara ou Pampilho, que usa na condução do gado, e numa das figuras, a mais à direita, podemos ver o barrete de campino, parte do traje típico desta personagem. A figura mais à esquerda está representada de chapéu e capa.
Atrás desta cena, encontra-se o rio, tranquilo, que reflete nas suas águas as tonalidades do céu, destacando-se perto da margem, do lado esquerda um barco e várias figuras com animais. O céu, de uma luminosidade crepuscular, que ocupa quase metade da composição, acentua os contrastes entre a zona iluminada e a zona em sombra através de tonalidades rosadas, interrompidas ao centro pela luz do sol poente. Nuvens de tons variados, desde o anilado ao alaranjado, passando pelos reflexos rosa, destacam os contornos vegetais ao longe.
A luz rosada do por do sol nos campos e nas margens do rio, invade a paisagem numa sensibilidade romântica que intervém na transmutação cromática. Já a pincelada livre, através de um trabalho de grande rapidez e utilização de linhas horizontais, esta patente no céu crepuscular, pleno de efeitos de luz, destacando-se ainda a exactidão do pincel que desafia o expectador a travar conhecimento com o original, tendo como exemplo o tratamento pormenorizado de arbustos, com empastamentos, característicos de muitas das suas pinturas (SILVEIRA 2000, 40-41).
Incorporação:
Transferência - Coleções Reais, Palácio da Pena, 1910