Origem / Historial:
No "Cadastro dos Bens do Domínio Público", de 1939, da Direcção Geral da Fazenda Pública – Repartição do Património, fólio 28.v, a peça vem referenciada com as seguintes informações manuscritas: “Número de ordem” – “841”; "Descrição" - “Uma tapeçaria de Bruxelas, século XVI – Júlio César”; "Valor" – "20 000$00"; “Observações” – “Comprada a Vasco C. A. Reis”. (Segundo o cadastro do P.N.S., no ano de 1939, a tapeçaria foi adquirida a Vasco Coelho do Amaral Reis.)
De acordo com informação fornecida na obra "Tapeçarias existentes em Museus e Palácios Nacionais" (ver bibliografia) esta peça foi adquirida pelo Estado em 1939 ao Sr. Keil do Amaral. Ainda segundo o mesmo livro, no catálogo da Exposição de Arte Ornamental, entre as tapeçarias pertencentes à Sé Patriarcal de Lisboa, é mencionada uma (Sala P.75, pág. 336) cuja descrição é a seguinte: "Panno de Arraz com larga orla de flores, fructos e figuras. Na parte principal um grupo de figuras representando um assunto da história de Júlio Cesar. Na parte superior, um medalhão, o seguinte letreiro: "IVLIVS HIC FVRIAM CAESAR FVGITAT FVRIETEM / COGNOSCENS SVBITO BESTIA QVOD FVERAT. Sé de Lisboa".
Em Dezembro de 1938, foi apresentada à Direção Geral da Fazenda Pública uma proposta de venda ao Estado da tapeçaria. A peça foi avaliada por Raúl Lino e Maria José de Mendonça que concluíam ser o pano muito decorativo e que "teria excelente aplicação em qualquer Palácio Nacional, nomeadamente no de Sintra, [..]. Caso não se realize uma transacção em seguida, parecia-me conveniente proceder-se à classificação da peça, conforme a legislação". Por despacho de 15 de Junho de 1939 (publicado em DG, 1ª série, nº 154 de 4 de Julho de 1939), foi mandada inventariar a tapeçaria ficando sujeita ao Decreto-Lei nº 26.611 de 19 de maio de 1936.
Figurou na Exposição de Arte Ornamental, juntamente com outros dez panos igualmente provenientes da Sé de Lisboa. Segundo constava em 1926, as tapeçarias da Sé, com excepção da única que ainda lá se encontra, foram vendidas para se efectuar a compra de alcatifas. Em 1958, o director do MNAA pedia que se iniciasse o restauro da tapeçaria 'História de César' do Paço de Sintra, feito possivelmente na Manufactura dos Gobelins, onde já haviam sido restaurados outras tapeçarias das colecções do Estado. O pedido foi homologado em 19/04/1958.
Peça proposta para classificação como Bem de Interesse Público, no âmbito da lei nº 107/2001 de 8 de Setembro