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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu:
Palácio Nacional de Queluz
N.º de Inventário:
PNQ 245A/1
Supercategoria:
Arte
Categoria:
Gravura
Título:
Retrato da Infanta D. Ana de Jesus Maria
Autores:
Queiroz, Gregório Francisco de (1768, Lisboa-1845, Lisboa)
Ribeiro, João Baptista
Local de Execução:
Portugal.
Datação:
1824 d.C.
Suporte:
Papel
Técnica:
Gravura
Dimensões (cm):
altura: 38,7; largura: 24,5;
Descrição:
Gravura com o retrato da Infanta D. Ana de Jesus Maria de Bragança (1806-1857) sobre um fundo rectangular a ponteado, a meio corpo, de frente, com a cabeça um pouco inclinada para a esquerda, olhando o observador. Traja um vestido fechado à frente por grandes passadeiras e apresenta-se em cabelo (apanhado atrás). A face esquerda é sensivelmente mais grossa do que a direita. Na parte inferior, a dedicatória a D. João VI: "AO JUSTO, CLEMNTE, E MAGNANIMO S.or D. JOÃO VI, / REI DO REINO UNIDO DE PORTUG., BRASIL, E ALG. / O.D.C. / O FIEL RETRATO DA SERENISSIMA SENHORA INFANTA ANNA DE JESUS". Moldura dourada lisa com passepartout alaranjado.
Incorporação:
Outro - Desconhecido. Nº de ordem 573/1941. Valor da avaliação: 400$00 (valor para o PNQ 245A que inclui três gravuras e uma litografia)
Origem / Historial:
Nona e última filha de D. João VI e de D. Carlota Joaquina, D. Ana de Jesus Maria nasceu em Mafra a 23 de Dezembro de 1806, tendo passado toda a sua infância e adolescência no Rio de Janeiro. Em 1827 casa precipitadamente com o Duque de Loulé, de quem viria a ter cinco filhos, separando-se mais tarde. Opta pela causa liberal do seu irmão D. Pedro, tendo passado algum tempo exilada com o marido em Paris. Morre em Roma em 1857. Gregório Francisco de Queiroz-«Um dos abridores de chapas e metal, que maior nome deram à arte da gravura no nosso País e em quem se patenteou mais evidente o sentimento e concepção artísticas doi, sem dúvida, Gregório Francisco de Queiroz. (...) Queiroz é, segundo o nosso modo de ver, o maior artista português na arte de abridor e se não fôra a constante irritabilidade que ressalta de tôda a documentação consultada, certamente teria ocupado um lagar primacial, que à sua comprovada competência pertencia, na Academia das Belas Artes, como mestre. O exame das suas estampas apresenta-nos produções duma beleza tal que por vezes as confundimos com as do mestre Bartolozzi. Queiroz possuía o sentimento da delicadeza aliado ao vigor do tracejado quando pretendia tirar efeito de claro-escuro.», in Ernesto Soares, «História da Gravura Artística em Portugal, Os Artistas e as suas Obras», vol. II, 1971, pp. 439 e 454. João Baptista Ribeiro, pintor do século XIX, foi discípulo de Domingos Vieira, Vieira Portuense, Domingos António de Sequeira, José Teixeira Barreto e Raimundo Joaquim da Costa na aula de Debuxo e Desenho, do Porto, e na Academia Real de Marinha e Comércio, que sucessivamente frequentou, a primeira em 1802, a segunda em 1803 e anos seguintes, e onde alcançou vários prémios. Já em menino, na sua terra natal, dera mostras precoces de talento artístico, o que lhe valeu a protecção do Arcebispo de Braga, D. Frei Caetano Brandão, e do famoso Morgado de Mateus, D. José Maria de Sousa, que o queria levar para França a estudar pintura, projecto gorado pela oposição do pai de Baptista Ribeiro. Dos seus mestres, foi Sequeira o que maior influência exerceu sobre ele, chegando a considerá-lo seu discípulo predilecto. João Baptista Ribeiro fez retratos brilhantes e vistosos e composições religiosas equilibradas e decorativas, muito apreciadas no tempo, embora nem sempre as suas obras primassem pelo cuidado e apuro da execução. A sua carreira deve considerar notável: nomeado muito novo, em 1811, professor substituto da aula de Desenho da Academia Real de Marinha e Comércio, foi chamado, em 1822, à Corte, para retratar o rei, a rainha e as infantas, e tão bem se houve no desempenho desta incumbência que, em 1824, era nomeado por portria mestre de desenho, pintura e miniatura das infantas, filhas de D. João VI. Em 1832, tomou parte como soldado no cerco do Porto, havendo-le sido dada baixa, como prémio dos seus méritos, por D. Pedo IV, de quem fez vários retratos e ao qual entregou uma memória a solicitar a criação no Porto duma biblioteca e dum museu de arte, mais tarde Ateneu D. Pedro IV - o primeiro museu do género entre nós, que organizou e de que veio a ser director; em 1833, foi nomeado lente proprietário da aula de Desenho da Academia Real de Marinha e Comércio de que já era substituto; em 1836, ascendeu a director da mesma Academia e, ainda nesse ano, foi provido nos cargos de professor e director da Academia Portuense de Belas-Artes, então criada, mas optou pela primeira delas, transformada em Academia Politécnica; em 1837, foi agraciado com a comenda de Cristo e, em 1853 - ano em que se jubilou -, com a mercê de título do conselho, como o diz Viterbo. Desde muito cedo se distinguiu como retratista: assim, cerca de 1820, fez o retrato de D. Frei Vicente da Soledade Castro, Arcebispo da Baía, e, em 1823, retratou em miniatura, em grupo, duas filhas do marechal-de-campo Manuel de Pamplona Carneiro Rangel, Visconde de Beire, e executou, em Lisboa, dois retratos da rainha D. Carlota Joaquina, um deles em corpo inteiro, outro em miniatura; durante o reinado de D. Miguel I, fez dois retratos do soberano, com as insígnias reais; em 1832, litografou o retrato da infanta D. Maria Amália, divulgando entre nós este novo processo; em 1834, executou a lápis de cores o retrato de D. Maria II. D. João VI apreciou muito o retrato que dele fez Baptista Ribeiro e mandou-o gravar em Paris. D. Pedro IV para lhe testemunhar a sua estima, ofereceu-lhe o primeiro prelo litográfico que se viu em Portugal. Pedro Vitorino diz que este pintor não era especialista na miniatura, mas que executava sempre as encomendas recebidas; Júlio Brandão é de opinião diversa, ao situá-lo como miniaturista, «entre os de maior renome». A maioria das obras de João Baptista Ribeiro encontra-se no Porto: «Auto-retrato» e «Retrato de D. Miguel I» (Museu Nacional Soares dos Reis); «As Estações», 4 paisagens (Museu Allen); «Assunção de Nossa Senhora», «S. Francisco de Sales» e tectos da capela-mor (Igreja dos Congregados); «Anunciação» (Igreja da Graça); «Senhora da Soledade» (Capela das Almas); «S. José e o Menino Jesus» (Igreja de Massarelos); «Senhor do Aflitos» (Capela dos Justiçados); «Nossa Senhora do Livramento» (Capela dos Convertidos); «Apresentação de Nossa Senhora», «Anunciação», «Repouso no Egipto» e oito pequenas figuras no tecto (capela de Bernardo de Melo): «Nossa Senhora do Carmo» (casa de João Luís do Souto e Freitas): «Retrato de D. João VI», «Retrato do Duque do Porto» e dois tectos (Câmara Municipal do Porto); «Retrato de D. João VI» (Companhia Velha); «Retrato de José Carneiro da Silva» e «Retrato de J. António de Aguiar» (Faculdade de Ciências, antiga Academia Politécnica); «Retrato de Luís António Machado» (Hospital do Carmo); «Retrato do Duque de Bragança» (Biblioteca Pública); 4 painéis decorativos (Palácio do Conde do Bolhão). São também de referir noutras localidaes: retratos de D. João VI, D. Pedro IV, D. Maria II e D. Pedro V (Sala dos Capelos da Universidade de Coimbra); «Ascenção de Cristo», «Senhora do Livramento», «S. João», «Senhora do Rosário» e «Santo António» (Igreja Matriz de Valongo); «S. Jerónimo» e «Retrato do Barão de S. Jerónimo» (Hospital de Vila Real); «S. Miguel», de tamanho natural (Igreja das Feiras do Louriçal); «Retrato do 1º Conde de Amarante» (Palácio de Canelas). Esteve representado pela tela «A Águia» na Galeria de Pintura do Palácio da Ajuda. É-lhe atribuído o «Retrato de João António de Sá Pereira» (Col. Viscondessa de Alverca, Lisboa). Entre as suas numerosas miniaturas, algumas delas notáveis, conta-se uma com o retrato da Duquesa da Terceira, destinada à infanta D. Ana.
 
     
     
   
     
     
     
 
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