As capas, nos seus diversos modelos de capa curta, manto, mantelete ou visite, foram amplamente usadas pelas senhoras no século XIX e até às primeiras décadas do século XX. De tecidos mais simples ou executadas em tecidos decorados com bordados, rendas, vidrilhos, peles ou plumas, assumiam-se simultaneamente como acessório de agasalho e de afirmação de elegância.
Ao longo das décadas, as capas apresentam alterações que acompanham o volume do traje feminino, desde as amplas saias da época romântica aos volumes traseiros formados pela tournure e pelas saias do período Belle Époque.
Em finais do século XIX a altura das capas variava consoante os modelos e era usual as senhoras possuírem até duas ou três capas de noite. Neste período eram muito populares as capas com golas subidas e altura acima da cintura.
Entre 1910 e 1915, as capas foram sendo gradualmente substituídas pelos casacos, mais práticos e funcionais no traje quotidiano, mantendo-se porém como acessório eleito pela sua elegância e riqueza para o traje de noite.
O valor ilustrativo desta colecção do Museu Nacional do Traje no que respeita à representatividade temporal, à variedade de modelos, de tecidos e de elementos decorativos, motivou a criação, na exposição permanente deste museu, de um espaço onde se expõem exemplares diversos de capas datadas do final do século XIX e início do século XX.
Xénia Flores Ribeiro
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