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FICHA DE ENTIDADE
Museu:
Denominação:
Sousa Pinto, José Júlio de
Tipo:
Autor
Nascimento:
Angra do Heroísmo, 15/09/1856
Óbito:
França, 14/04/1939
Biografia:
José Júlio de Sousa Pinto, filho de um magistrado natural de Valongo, vem, pela circunstância da profissão do seu pai, a nascer nos Açores, em Angra do Heroísmo, no dia 15 de Setembro de 1856. Morrerá em França, com 83 anos, no dia 14 de Abril de 1939. Em 1870 iniciou os seus estudos na Academia Portuense de Belas Artes onde foi discípulo de Thadeu Maria de Almeida Furtado, João António Correia e Soares dos Reis, tendo-se revelado um aluno brilhante. Com o curso de Pintura concluído em 1878 e elevadas classificações, abrem-se-lhe novos hori¬zontes. Em 1880 candidata-se, ao mesmo tempo que Ernesto Condeixa, ao pensionato português no estrangeiro e, vindo a ganhar o concurso, parte para Paris nesse mesmo ano para estudar Pintura de História ou de “figura”. Coube-lhe assim substituir Marques de Oliveira como bolseiro na mesma especialidade. Partirá ao mesmo tempo que o seu condiscípulo Henrique Pousão, concorrente em Paisagem, ocupando assim a vaga de Silva Porto. Em Paris inscreve-se na École des Beaux-Arts e é aluno de Yvon e Cabanel e virá a ser influenciado por Jules Breton e sobretudo por Bastien-Lepage. Desde logo dá provas dos seus dotes e capacidades de aplicação, trabalhando muito e alcançando prémios, como acontecerá logo em 1880 e por várias vezes em 1882, deslumbrando os seus mestres, com os envios à Academia Portuense de Belas Artes. Em 1881, ainda como estudante, concorre às exposições do Salon. Aí apresenta no ano de 1884 a obra Aprês L’Ouragan (A Macieira Partida, hoje propriedade do Museu Nacional Soares dos Reis ¬- 168). No ano anterior o quadro Les culottes déchirées obtém uma Menção Honrosa. Nos Salons se apresentará durante longos anos (ainda o encontramos represen¬tado em 1938). Em 1899 a pintura La récolte des pommes de terre conduzi-lo-à à glória da representação no Museu do Luxemburgo (hoje Museu d’Orsay). A partir de 1890 participa Hors Concours e de 1900 em diante faz parte do júri destas exposições. Da sua carreira internacional constam ainda as exposições: da Real Academia de Londres em 1882; Internacional de Nice, em 1884 (medalha de ouro); Universal de Paris em 1889 (2ª medalha pela pintura Trempé jusqu' aux os) e 1900; no Rio de Janeiro nos anos de 1884, 1895 (medalha de prata), 1908 e 1912; em Rennes, na qual lhe é atribuído um Diploma de Honra e em Atlanta em 1896, medalha de ouro também. Os seus dotes invulgares depressa o conduziriam a um lugar de destaque tra¬duzido nos prémios e honrarias que alcançou ainda em vida. Muito apreciado por alguns, também algum tanto criticado por outros que o acusavam de não ser um pintor português, Sousa Pinto possuía aptidões excepcionais para o desenho e para a pintura, fosse esta a óleo ou a pastel (género que cultivou de forma significativa). Estabelecido em França, em contacto com as mais moder¬nas correntes artísticas da sua época, mas pouco interessado nelas, não viria, talvez por isso mesmo, a ter uma influência decisiva na pintura portuguesa do seu tempo, como alguns poucos anos antes acontecera com Silva Porto, ao voltar de Paris. Mesmo assim, foi um pintor muito apreciado tanto no estrangeiro como em Portugal aonde inúmeras vezes se deslocava trabalhando sempre muito e expondo também. Em Lisboa aparece representado em 1885, 87 e 88 nas Exposições do Grupo do Leão e em 1880 e 1887, respectivamente na 12ª e 14ª exposições da Sociedade Promotora de Bellas Artes - Lisboa, obtendo na de 1880 um 1º prémio. No Grémio Artístico, em 1898 apresenta-se na Exposição Extraordinária Comemorativa do 4º Centenário do Descobrimento do Caminho Marítimo para a Índia, obtendo então a Medalha de Honra. Estará ainda presente na Sociedade Nacional de Belas Artes, na 1ª exposição, em 1901 e na 8ª em 1910 e em outras exposições aí realiza¬das, destacando-se a individual de Pintura, Pastel e Desenho, em 1916, para cujo catálogo José de Figueiredo escreve o prefácio e na qual, segundo Diogo de Macedo, o “Museu de Lisboa” (hoje Museu do Chiado) adquiriu uma colecção de pasteis e desenhos. Ainda na Sociedade Nacional de Belas Artes vê-lo-emos em 1918 na Exposição de Arte realizada por um grupo de artistas portugueses e, em 1937, com trabalhos expostos a convite da Comissão Organizadora da 1ª Exposição de Arte Retrospectiva (1880 a 1933). Também o Porto contaria com a sua presença e para além das obras apresenta¬das logo na 13ª e 14ª Exposição Trienal da Academia Portuense de Belas Artes, respectivamente nos anos de 1881 e 1884, e que constituíam os seus envios como pensionista em Paris, alguns dos quais pertencem hoje ao Museu Nacional de Soares dos Reis, Sousa Pinto aparecerá com regula¬ridade de 1887 a 1893 nas Exposições d’Arte promovidas por um grupo de artis¬tas do Porto – entre os quais se destacavam António José da Costa e Marques de Oliveira. Em 1904 expõe na 4ª Exposição de Belas Artes, realizada na Galeria da Santa Casa da Misericórdia pelo Instituto Portuense de Estudos e Conferências; em 1908 na Exposição de Belas Artes realizada no Salão Nobre da Fotografia União, bem como na 1ª Exposição da Sociedade Belas Artes do Porto. Uma exposição individual sua irá ter lugar no Palácio de Cristal Portuense, no atelier-escola do seu condiscípulo e amigo Artur Loureiro, em 1911. Em 1927 participa na Exposição colectiva no Salão Nobre do Ateneu Comercial do Porto, e em 1932 foi-lhe feita uma homenagem organizada por Júlio de Pina onde foram expostas grande número de pinturas (algumas com curriculum de Salon) e alguns desenhos. Ainda no Porto, vê lo emos em 1933 na Grande Exposição do Norte de Portugal, realizada no Palácio de Cristal e, em 1935, no Salão Silva Porto, por ocasião da Grande Exposição dos Artistas Portugueses, integrada nas homenagens a Silva Porto, Henrique Pousão e Artur Loureiro. Artista consagrado em vida, para além dos prémios que alcançou em muitas das exposições a que concorreu, Sousa Pinto foi condecorado com as Ordens de Santiago de Espada e de Cristo de Portugal, com a Legião de Honra de França e era membro Honorário da Sociedade de Artistas de Madrid. Está representado em vários museus de França, em Monte Carlo, nos Estados Unidos da América, na Austrália e no Rio de Janeiro. Em Portugal existem obras suas dispersas por um grande número de coleccionadores particulares e em museus como o de Grão Vasco, Casa Museu dos Patudos, Casa Museu Teixeira Lopes e Museu do Chiado. O Museu Nacional Soares dos Reis possui obras de Sousa Pinto provenientes da Academia Portuense de Belas Artes, do antigo Museu Municipal, de ofertas e de legados. É significativo o núcleo de obras com que este artista está representado na Casa Museus Fernando de Castro (Museu Nacional de Soares dos Reis), constituído por retratos, cenas de género e paisagens, óleos e pasteis, com temas de Portugal e de França.
 
     
     
   
     
     
     
 
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