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FICHA DE ENTIDADE
Museu:
Denominação:
Pires, Diogo, o Moço
Tipo:
Autor
Nascimento:
Século XVI (?)
Biografia:
Escultor documentado em Coimbra entre 1511 e 1535, seguidor de segunda geração do imaginário homónimo Diogo Pires conhecido como o Velho, ou eventualmente até seu familiar. O plasticismo dos seus trabalhos, que muitas vezes assinou sob a fórmula "diogo pirez o moço fez", é facilmente reconhecível, permitindo reunir sob a sua autoria um conjunto de imagens, túmulos e pias baptismais de morfologia e expressão escultórica muito homogéneas. Diogo Pires, dito o Moço é o último e legítimo herdeiro das oficinas coimbrãs da Idade Média tardia, mantendo activa a produção de imagens e da tumulária neste centro. A obra de imaginária de Diogo Pires-o-Moço caracteriza-se, num primeiro contexto (c. 1513-1522), por uma notável riqueza dos motivos decorativos correspondendo, na forma, ao engrossamento dos volumes desses elementos ornamentais, cujo efeito é especialmente característico na simetrização uniforme dos drapeados, de perfis boleados, tal como nos ornatos das bainhas das vestes das imagens, mas, sobretudo, na concepção das cabeleiras que lhes animavam as expressões serenas. Uma certa incapacidade de domínio anatómico era compensada, talvez mesmo mascarada, pela tranquilidade majestática das figuras. Destacam-se nesta cronologia os seus trabalhos nas lápides da Sé Velha de Coimbra (frontal da primitiva capela do Sacramento da Sé Velha, datada de 1491 e o frontal do túmulo de D. Álvaro, Bispo de Fez e auxiliar de Coimbra, ambas no MNMC) e da Ponte manuelina de Coimbra, datada de 1513 (MNMC, inv. 827 E59), assim como a pia baptismal (1513), o túmulo de frei João Coelho (1515) e um cruzeiro da igreja do Mosteiro de Leça do Balio. A abertura do centro coimbrão à arte nórdica trazida pelos flamengos e alemães que trabalham na Sé Velha, nas igrejas de São João de Almedina ou de São Tiago/Misericórdia da cidade, ou para os Mosteiros de Santa Clara e de Santa Cruz, tal como imediatamente a seguir, a chegada de escultores franceses formados nas oficinas do Vale do Loire, muitos deles já com actividade portuguesa desenvolvida quer no estaleiro de Santa Maria de Belém quer noutras empreitadas de obra manuelina, tiveram um efeito catalizador sobre a obra de Diogo Pires-o-Moço, em Coimbra e sua região. A produção datável da segunda fase da sua actividade (a partir de 1522) revela já uma percepção do valor dos ornamentos de feição antiquizante e italianizante, ainda na sua expressão de motivos lombardos como os candelabros, as cornucópias ou as colunas-balaústre, porém ainda enquadrados no sistema decorativo manuelino onde abundavam os elementos heráldicos, os cardos, as alcachofras ou as romãs. Neste segunda etapa da obra de Diogo Pires-o-Moço salienta-se portanto um fundo visual dominado por estruturas de raízes presas ao século anterior, hiper-decoradas, mas que já recorrem ao léxico decorativo renascentista, a que não é estranha a influência do contacto que o imaginário começava a ter com artistas mais familiarizados com os valores plásticos do Renascimento e, sobretudo, com Nicolau Chanterene que estancia ao mesmo tempo que ele no mosteiro de S. Marcos, em Tentúgal (Gonçalves 1984). Desta fase, estão-lhe atribuídos os túmulos de Diogo de Azambuja, na igreja do convento de Nossa Senhora dos Anjos, em Montemor-o-Velho (c. 1518); os túmulos de João da Silva e de Aires Gomes da Silva - onde emula a disposição emparelhada dos Túmulos Reais de Santa Cruz de Coimbra, colocados a par na nave da igreja durante a campanha manuelina -, (Craveiro 19- e o púlpito (1522) em São Marcos; o Túmulo de Luís Pessoa, na igreja de São Martinho de Montemor-o-Velho (c. 1525); o Túmulo de Mateus da Cunha em Pombeiro (c. 1525), a Pia Baptismal em octógono de S. João de Almedina, em Coimbra (c. 1520-1525), e ainda o Túmulo de D. António Pinheiro em Santa Maria do Olival, em Tomar (c. 1525; Dias 2003). Constante, nas duas fases do seu trabalho, é a utilização única da pedra (para policromar) enquanto matéria-prima, afastando-se nesse sentido das seduções da madeira dourada que os artistas nórdicos introduziam contemporaneamente em Coimbra. Um dos temas mais caros a Diogo Pires-o-Moço foi o da representação dos Anjos, que explorou sempre nas suas obras. Figurou-os como os seres alados que cumpriam a função de apresentar tarjas e filacteras com inscrições celebratórias ou votivas, epigrafadas ainda com caracteres góticos na lápide fundacional da capela do Bispo de Fez da Sé de Coimbra, na lápide da ponte manuelina de Coimbra, no frontal do túmulo de frei João Coelho e no frontal do Túmulo de Diogo de Azambuja, entre outras. Tratou-os também enquanto imagens autónomas dos mensageiros de Deus, como os Anjos heráldicos que esculpiu para a platibanda de Santa Cruz de Coimbra (MNMC, inv. 4102 E61, 1518-1520) ou o Arcanjo São Miguel que Reynaldo dos Santos lhe atribuiu, proveniente da colecção Vilhena (MNAA, inv. 1013 Esc, c. 1515-1518; Santos 1948). A recorrência desta temática angélica prende-se não só com a evolução conceptual dos Arcanjos góticos representados com os emblemas das ordens militares de cavalaria, quer com a difusão do culto do Anjo Custódio, protector preferencial de D. Manuel I (1495-1521) e, por extensão, das casas religiosas de sua fundação e devoção.
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