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FICHA DE ENTIDADE
Museu:
Denominação:
Pedro, António
Tipo:
Autor
Nascimento:
Cidade da Praia, Cabo Verde, 1909
Óbito:
Moledo, 1966
Biografia:
O começo da sua actividade situa-se na poesia, em 1926, simbolista e nacionalista (na linha do que fazia o seu mestre e amigo Guilherme Faria), tendo-se iniciado nas artes plásticas muito depois, c. 1934. No entanto, o seu papel como promotor da arte de vanguarda foi decisivo, através de várias iniciativas. Foi um dos organizadores do I Salão dos Independentes (1930), e, com Thomaz de Mello (Tom) cria a primeira galeria de arte moderna do país, a Galeria UP (1932). Foi responsável por secções de arte e cultura de vários jornais (director e fundador de A Bandeira, em 1928, co-director com Dutra Faria de Acção Nacional, em 1931, director de Revolução, em 1932-1933, organiza a página Climat parisien, no Fradique e Revelação, em 1935-1936, chefe de redacção do Diário Popular, em 1942, director da revista Variante, em 1942-1943, e, colaborador em diversos jornais e revistas, entre outros, Diário de Lisboa, O Comércio do Porto, Horizonte e Jornal das Artes. Considerado o primeiro crítico de arte moderna em Portugal, é um destacado ensaísta de assuntos de arte. Depois de ter frequentado a Faculdade de Direito de Lisboa (até 1928) e os dois primeiros anos do Curso de Ciências Histórico-Filosóficas da Faculdade de Letras de Lisboa (1930-1931), estuda em Paris, onde vive entre 1934 e 1935, no Instituit d’Art et d’Archeologie da Sorbonne. Ainda em Paris trabalha em academias livres de desenho e liga-se aos meios artísticos e intelectuais de vanguarda próximos do Surrealismo. Na capital francesa participou no Salon des Surindependants e assinou com alguns dos mais destacados protagonistas da vanguarda da época, o Manifesto Dimensionista, redigido por Charles Sirato, de cujos propósitos artísticos será introdutor em Portugal, sem sucesso na sua consolidação. Destes anos data a sua produção surrealista, que não interromperá até ao fim da sua carreira pictórica, em 1948, sendo um dos principais dinamizadores deste movimento e um dos fundadores do Grupo Surrealista de Lisboa, em 1947. O seu conhecimento do Surrealismo internacional amplia-se, em 1944-1945, ao Surrealismo inglês, quando vai para Londres contratado como cronista da BBC, aqui participando em exposições como Surrealist Diversity. Quando se encontrava em Londres, em 1944, um incêndio no seu atelier de Lisboa, na altura ocupado por Dacosta, destruiu um grande número dos seus quadros. Em 1948 abandona a pintura, e, em 1951, transfere-se para Moledo do Minho, continuando a sua actividade agora na cerâmica e na encenação teatral. Nesta área desempenhou um importante papel como cenógrafo e ensaísta, sendo em 1953 nomeado director do Teatro Experimental do Porto. Pertencente a uma geração anterior e conhecedor do Surrealismo francês e inglês, será uma figura referencial para os jovens, que dele se aproximam, em 1947, à procura de informação. Pesquisa novas práticas, devendo-se a ele os primeiros objectos da arte portuguesa, datados de 1935, as primeiras experiências na área da poesia visual e a introdução de um imaginário e uma ética surrealista, introduzidos em Portugal através da sua participação em exposições colectivas e individuais, na década de 30. A exposição que fez na Casa Repe, em 1940, junto de Dacosta e Pamela Boden, converte-se num ponto de inflexão da arte portuguesa deste século. É também autor do primeiro romance semiautomático, Apenas uma narrativa, de orientação surrealista (1942), e do poema Protopoema da Serra d’Arga (1949). Dispersa até agora por jornais, revistas e antologias, uma selecção da sua obra poética, de Fernando Matos Oliveira, foi publicada em 1998 pela editora Angelus Novus. Com um escasso domínio do ofício pictórico, conseguiu dar corpo ao seu projecto surrealista partindo da nova concepção espacial que o Dimensionismo lhe proporcionou, para transformar a poesia em artes plásticas. A partir das primeiras obras sobre papel e dos óleos realizados entre 1934 e 1936, deu corpo a uma teoria do mau gosto, do grotesco e monstruoso que eventualmente, em obras iniciais, se aproximou de um sentido mecanicista, muito caro às vanguardas europeias anteriores à II Guerra. Nos anos seguintes, as suas composições apresentam-se progressivamente mais encenadas, mais perturbadoramente detidas e distantes, para abordar questões da história contemporânea ou do seu próprio universo, onde o Minho é fonte e cenário constante. Se o automatismo não fez parte do seu trabalho, a actividade colectiva foi por ele defendida, estimulada e praticada, participando em cadavres-exquis desenhados e no grande cadavre-exquis pintado, de 1948. O seu Surrealismo enquadra-se nas questões do Surrealismo internacional de entre-guerras, de que foi conhecedor. Concretamente, daquela corrente que parte da realidade para a subverter à luz da violência, da crueza e do erotismo para proceder à descoberta de imagens que advogava Breton e que nele se processam, fundamentalmente, através da metamorfose e da hibridação, isto é da fragmentação e montagem de pedaços do real. Escrita, pintura e desenho submetem-se a uma contaminação contínua, num trabalho unitário em que se torna fácil falar de intertextualidade, não só entre a sua escrita e a sua pintura, mas também entre os diferentes trabalhos plásticos, que culminam no quadro Rapto na paisagem povoada (1946).
 
     
     
   
     
     
     
 
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