Denominação:
Possoz, Milly
Nascimento:
Caldas da Rainha, 04/12/1888
Biografia:
Emília Possoz, filha de pais belgas, nasceu a 4 de Dezembro de 1888 nas Caldas da Rainha. Ainda na infância mudou-se com a família para Lisboa onde frequentou o Colégio Alemão. Dedicando-se desde cedo aos estudos artísticos, nomeadamente à pintura, frequentou o atelier da pintora Emília dos Santos Braga, e, em 1904, aos 16 anos, continour os seus estudos em Paris, Holanda, Alemanha e Bélgica, regressando a Portugal cinco anos depois.
Considerada uma das principais figuras femininas do modernismo português, Milly Possoz, é reconhecida e valorizada sobretudo pela sua temática muito feminina, com meninas, flores, paisagens, gatos, cenas urbanas e retratos reais ou inventados, quase sempre imbuídos de alguma ingenuidade e deslumbramento. A sua feminilidade estende-se também à técnica, sendo perceptível a doçura do seu gesto como desenhadora e pintora.
O seu percurso profissional foi iniciado com a colaboração em diversas publicações, entre elas as revistas “ABC”, “Athena”, “Contemporânea” e a “Ilustração Portuguesa”, bem como a participação em inúmeras exposições colectivas e individuais, levando à sua consagração no meio artístico português.
A sua arte teve maior impacto no panorama da Arte Portuguesa entre as décadas de 1920 e 1940, onde, pelo seu forte gosto pessoal e pela solidez do seu trabalho assumiu um lugar muito pessoal.
Em 1940, a convite do arquitecto Cottinelli Telmo, participa como decoradora da Sala do Japão do Pavilhão Português da Exposição do Mundo Português, inspirando-se na decoração dos Biombos Namban. Apesar da sua vasta obra de pintura, desenho, ilustração e gravura, foi com o programa decorativo do Livro de 2ª Classe, editado pela primeira vez em 1958, que ficou conhecida pelo público em geral.
Artista reconhecida nacional e internacionalmente recebeu vários prémios ao longo da sua carreira, como a Medalha de Ouro na Exposição Internacional de Paris, em 1937, o Prémio Amadeu de Souza-Cardoso, em 1944, o Prémio de Desenho José Tagarro, em 1949 e o Prémio de Pintura Columbano, em 1951, entre muitos outros.
Actualmente está representada em colecções públicas, como o Museu do Chiado e particulares, tanto em Portugal como no estrangeiro, nomeadamente, na Bélgica e nos Estados Unidos da América.