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FICHA DE ENTIDADE
Museu:
Museu Dr. Joaquim Manso
Denominação:
Silva, Manuel Coelho da
Tipo:
Autor
Nascimento:
Paredes, 10/02/1909
Actividade(s):
Relojoeiro / Ourives / Artista plástico autodidacta
Óbito:
Nazaré, 04/04/1995
Biografia:
Manuel Coelho da Silva nasceu em Baltar, concelho de Paredes, distrito do Porto, a 10 de Fevereiro de 1909. Também ficou conhecido por "Vinho Verde", derivado às suas origens da região do Douro. As suas circunstâncias particulares de vida obrigaram-no a aprender o ofício de ourives, ainda na primeira infância, pela mão de seu tio, fabricante de ourivesaria. Tendo permanecido na sua terra natal até ao início da idade adulta, foi alternando a sua actividade profissional com a prática de desporto e a participação na companhia de teatro amador local, como responsável pela concepção e execução dos cenários, o que lhe permitiu dar asas à sua verdadeira vocação - o gosto pelo desenho e pela pintura - que alimentou através de visitas ao Museu Soares dos Reis, no Porto, aonde se deslocava amiúde, para admirar os mestres consagrados da pintura naturalista portuguesa e beber, nas suas obras, aquilo que não teve oportunidade de aprender numa escola de arte. A sua destreza manual como artífice de ourivesaria levou-o a Lisboa, para onde foi trabalhar, com carta de recomendação de seu tio, no ofício minucioso de gravador, numa das mais prestigiadas empresas da arte da gravura em metal, de então. A vida seguiu o seu rumo e, nova recomendação, leva-o a Alcobaça, onde permanece algum tempo, ao serviço de um comerciante de ourivesaria, que também possuía um estabelecimento na Nazaré, já então uma estância balnear muito procurada, para onde é destacado na época de Verão. É aqui, na Nazaré, onde vai permanece até ao fim da sua vida, que se vai cumprir o seu destino. De temperamento afável, faz amigos com facilidade e convive com um grupo de jovens da sua idade; não era raro participarem no alar das redes da arte xávega e, no final da faina, saborearem o seu quinhão de peixe, assado na praia. A simplicidade e a honestidade foram os esteios de uma reputação, que lhe permitiu constituir família e estabelecer-se por conta própria e ganhar a consideração dos nazarenos. O pitoresco da faina piscatória e das suas gentes vai ser o manancial de motivos para a sua expressão artística, quer sobre placa de cobre, que cinzela com utensílios de ourives, mas também em óleo sobre tela ou cartão, gradualmente substituído por aguarela, técnica que se adaptava melhor à sua intenção de expressar a luz natural e o movimento das figuras. A Nazaré dessa época era um ponto de confluência de escritores e artistas plásticos, em particular, da chamada corrente neo-realista, com os quais Manuel Coelho da Silva contactou e, certamente, partilhou ideias e conhecimentos práticos sobre a arte e a sociedade do seu tempo, que foram essenciais na evolução do seu trabalho. Numa primeira fase da produção de trabalho em cobre martelado, o autor preocupava-se em definir o contorno de cada peça, por meio de um perfil trabalhado no próprio metal, à maneira de moldura de um quadro de pintura de cavalete. Por conselho de artistas plásticos, com quem teve a oportunidade de contactar, foi abandonando essa prática, tendo optado por deixar a placa de cobre sem moldura, tirando mesmo partido da irregularidade da sua forma ocasional, adaptando a composição plástica à superfície. O trabalho em metal e a própria característica deste material parecem condizer, de algum modo, com a rudeza da faina piscatória e a própria forma irregular e, por vezes, agressiva, adapta-se expressivamente ao tema. Como consequência natural desta opção estética, as formas foram-se libertando e o seu contorno tornou-se, gradualmente, mais indefinido, de modo a melhor expressar o movimento do andar, dos gestos, das ondas. Ao mesmo tempo, esse destruir da forma acentua o dramatismo de alguns motivos e temas. Ao longo de uma vida de artista amador, no verdadeiro sentido do termo, para além do cobre e da pintura a óleo e aguarela, Manuel Coelho da Silva experimentou outros materiais. Sobressaem os trabalhos em barro, que seguiram a mesma linha evolutiva, de uma representação naturalista no sentido da simplificação formal. A obra de Manuel Coelho da Silva é o espelho de uma personalidade sensível a valores estéticos e humanistas e foi um meio privilegiado de registo e divulgação da realidade sociocultural da vila da Nazaré do século XX. Os seus trabalhos, vendidos a preços módicos, fora da lógica mercantil da oferta e da procura, mais com objectivos de reposição dos materiais utilizados do que do lucro, foram também a maneira, mais em consonância com seu temperamento e sensibilidade emocional, de preencher uma actividade profissional, que teve de abraçar por imposição circunstancial de vida, menos compensadora do ponto de vista psicológico. A maior parte deles estão hoje espalhados por vários países, apreciados e levados por turistas que, aproximadamente, a partir dos anos 50, foram passando pela Nazaré. Manuel Coelho da Silva nunca se preocupou em registar o nome e origem dos compradores, pelo que não se sabe o paradeiro da maior parte dos seus trabalhos; para ele bastava que fossem motivo de interesse e apreço. Dos trabalhos que ficaram, alguns fazem parte do acervo do Museu Joaquim Manso, na Nazaré, e do Museu Santos Rocha, na Figueira da Foz, e muitos encontram-se espalhados pelo país ou em casa de familiares e de muitos Nazarenos que o conheceram e admiravam. Para além desses, na Casa Adro, que pretende homenagear o artista e o Pai de família, estão expostos quadros a óleo, executados no período da sua juventude, desenhos a lápis de cor, datados de 1938, os primeiros anos em que viveu na Nazaré, inéditos para o público, assim como aguarelas de produção posterior. Os seus trabalhos encerram um valor patrimonial de interesse etnográfico, enquanto registos da vida quotidiana das gentes da Nazaré que, hoje, são documentos de um passado não muito longínquo. (biografia da autoria da filha Maria Cecília Louraço da Silva, 28.08.2014, Pederneira - Nazaré).
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