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FICHA DE ENTIDADE
Museu:
Museu Dr. Joaquim Manso
Denominação:
Júnior, António Luís
Tipo:
Autor
Nascimento:
Marinha Grande, 14 março 1929
Actividade(s):
Construtor Naval
Óbito:
Figueira da Foz, julho 2017
Biografia:
António Luís Júnior nasceu no dia 14 de Março de 1929, na Marinha Grande. Cedo vem para a Nazaré, acompanhando os seus pais que aqui se estabeleceram. Ainda frequentando a escola primária, iniciou a aprendizagem da construção naval no estaleiro de Júlio Salvador, situado nas traseiras da Lota, hoje Centro Cultural da Nazaré, acompanhando o irmão deste, António Salvador. // Mais tarde, e depois de ter passado por Pataias, onde foi merceeiro, regressou à Nazaré com cerca de 15-16 anos, para trabalhar ao balcão da padaria onde o pai exercia a profissão. Mas, diariamente, depois do almoço, continuava a frequentar o estaleiro de Júlio Salvador, observando com curiosidade as várias etapas da construção de um barco. // Após ter estado na Armada Portuguesa durante 4 anos, onde trabalhou nas oficinas – restauro de navios, baleeiras, etc. – e apesar do desagrado do capitão que gostava do seu trabalho, regressou à Nazaré com 24 anos, indo directamente trabalhar para o seu local de eleição – o estaleiro da construção naval. Desde logo, o seu mestre o responsabilizou para fazer o “risco” de uma embarcação em tamanho real. O primeiro saído da sua mão foi para a construção da traineira do Gregório Carlinhos. // CONTA-NOS António Luís Júnior, mais conhecido entre a população local por “Tonito”, esse episódio do início da sua carreira: o “risco” era feito no chão de madeira, num dos armazéns da fábrica de conservas de peixe. Depois de concluído, fazia-se a grade que, depois de armada, era fixa com pregos sobre o “risco”. Quando, depois de preparado o cavername, o Mestre tomou as medidas para confrontar com as do projeto, chegou à conclusão que havia uma diferença de 20 cm. Estabeleceu-se a confusão! Incrédulos e muito apreensivos, pois já se estavam a ver a fazer tudo de novo, tornaram a fazer novas medidas. E, quando senão chegaram à conclusão que ele, o novato António Luís Júnior, tinha, afinal, tirado as medidas correctas e o engano fora do Mestre!... // Entretanto, casou com Regina Lopes Oliveira, natural de Castelo Branco mas residente na Nazaré desde tenra idade, de quem teve uma filha, Isabel Maria de Oliveira Luís. // Continuou a trabalhar no estaleiro, entretanto situado na Rua dos Galeões, no conhecido “Barracão dos Catataus”, até o mestre Júlio Salvador se retirar, no início dos anos 1960. A partir de então, com mais dois trabalhadores, ali foi desenvolvendo, aperfeiçoando e modernizando o seu trabalho, construindo todo o tipo de embarcações de pesca (mais de 100) e introduzindo inovações técnicas como o uso de contraplacado marítimo. No início dos anos 1980, com a construção do Porto de Abrigo, muda para um armazém neste recinto, passando a dedicar-se sobretudo à construção de barcos de recreio. // Em 2013, este carpinteiro naval, que confessa nunca ter ido ao mar senão na tropa, era o sobrevivente de uma linhagem de construtores navais da Nazaré, de cujo saber e perícia saíam os barcos com que os pescadores se faziam ao mar. Até 2016, ocupou-se sobretudo com o restauro ou a realização de miniaturas, às quais, no entanto, dedicava a mesma perfeição e rigor como às antigas embarcações tradicionais, que sempre preencheram a sua vida. // A SUA OFICINA, no Porto da Nazaé, encerrou no Verão de 2016. António Luís Júnior passou a residir na Figueira da Foz, onde vem a falecer em julho de 2017. // ANTÓNIO LUÍS JÚNIOR foi responsável pelo RESTAURO de 5 embarcações tradicionais do Museu Dr. Joaquim Manso, em exposição na praia da Nazaré, num protocolo de colaboração com o Município da Nazaré (barca "Mimosa", barco arte xávega "Perdido", barco do candil "Vagos", lancha auxiliar "Ilda", barca salva-vidas "Nossa Senhora dos Aflitos"). // A ele se devem também várias miniaturas, modelos, moldes, grades e ferramentas, compradas ou oferecidas a esta instituição. Em 2013, o Museu Dr. Joaquim Manso dedicou-lhe a EXPOSIÇÃO fotográfica “António Luís Júnior. O último calafate da Nazaré. Imagens de Gisela e Antti Särkilahti. 2012-2013” e a tertúlia “António Luís Júnior. A arte naval em madeira”, que nos permitiu reunir documentação e uma série de fotografias sobre o processo do seu trabalho, generosamente oferecidas por Gisela Barg e Antti Särkilahti. // Em 2015-2017, a partir de entrevista realizada no seu estaleiro, foi produzido o VÍDEO - DOCUMENTÁRIO “António Luís Júnior. O Último Calafate da Nazaré” (2015-2017), uma produção do Museu Dr. Joaquim Manso e Câmara Municipal da Nazaré (disponível on-line em https://vimeo.com/229095369). // (parte desta informação biográfica foi recolhida em entrevista realizada ao autor, por Dóris Santos, Maria Deolinda Anastácio e Emílio Vasco, em 21 de Junho de 2013).
 
     
     
   
     
     
     
 
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